Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

BAVI chafurda na zona de rebaixamento, coladinhos

Estamos mal no campeonato brasileiro
01/09/2014 às 11:07
Os times baianos continuam sem vencer pelo Brasileirão e ocupam as últimas posições de classificação na competição. O Vitória na lanterna e o Bahia na cola. Segundona à vista. Vergonhosa a situação do futebol baiano. Não que as equipes tenham jogado mal. Não. 

O Bahia encarou bem o Grêmio, lá no Olímpico, jogou de igual pra igual e até merecia um melhor resultado, mas levou um gude preso, num gol malandro do time da casa, na segunda etapa.

O Vitória fez uma partida igual contra o Flamengo, mas perdeu de 2 x 1 desperdiçando até pênalti. Parece urucubaca. 

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Tricolores 

No confronto de tricolores, em Porto Alegre, o Grêmio tomou a iniciativa, buscando o gol, e o Bahia postou-se fechadinho, defendendo-se bem, na espera de chances para o contragolpe. Os baianos suportaram bem o assédio inicial e logo equilibraram. Aos 15 minutos, Guilherme foi ao fundo, cruzou rasteiro, mas o goleiro Grohe pegou bem. Aos 17’, Barcos bateu da esquerda, na rede, fora, assustando. Por volta dos 20 a 25’ o tricolor baiano exerceu uma boa pressão, com faltas e escanteios seguidos, mas buscou as bolas altas que favoreciam a defesa gremista. O Grêmio perigava quando conseguia roubar a bola e encaixar contragolpes rápidos. Aos 37’ Rafinha teve uma boa chance de chutar na grande área mas foi travado e errou feio. 

O Grêmio exerceu pressão total no começo do segundo tempo, forçando, tentando o gol a todo custo. Conseguiu aos 13 minutos, num cochilo de Lomba e Ronieri, Dudu antecipou-se, tocou e encobriu o goleiro e Barcos completou em cima da linha. Os tricolores baianos reclamaram muito de falta de Dudu sobre Ronieri, um empurrão. O árbitro fez que não viu. Aos 32’, Zé Roberto bateu forte e Lomba salvou. Daí até o final só deu Bahia, tentando, pressionando, mas levantando muito as bolas na área gremista e chutando pouco. O Grêmio recuou, bem ao estilo Felipão, fechou-se inteiro, deu faltas e chutões para garantir o resultado
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Bom jogo da dupla de zaga Démerson e Titi, do lateral Guilherme, e do meia Emerson Bianchucci. Só.

No Grêmio, o goleiro Grohe ganhou todas pelo alto, o veterano Zé Roberto mostrou classe, Barc os aporrinha e o menino Dudu é o mais perigoso do time. 

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Pelo Brasileirão, última rodada do primeiro turno, domingo, na Fonte Nova sem torcedores, o Bahia recebe o Coritiba. É ganhar ou ganhar, não há escolha. 

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Destaque para as manifestações dos torcedores do Grêmio, nas arquibancadas, contra o racismo, condenando as agressões feitas por um grupo de torcedores tricolores do sul ao goleiro Aranha do Santos, no meio da semana. Um pouco, claro, tentando aliviar as punições que devem pesar sobre o clube. Bravíssimo o Aranha que denunciou e encarou a parada. Chega dessa bestialidade. Basta. É preciso punir de verdade o clube e os idiotas. Sò assim param. 

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Rubronegros 

Apesar das cores idênticas, o vermelho e preto, e dos irmãos Richarlysson e Alecssandro se enfrentando em campo, não foi um jogo de compadres no Barradão. Bons lances lá e cá, foi um jogo bom de se ver, até pela postura ofensiva das duas equipes . Mas os cariocas treinados por Luxemburgo se deram bem, ganharam mais uma. 
O Flamengo abriu o marcador com uma cabeçada forte do zagueiro Marcelo, após cobrança de escanteio, a zaga atropelada: 1 x 0, aos 32’. O rubronegro baiano empatou após uma jogada confusa, em que Caio disputou com a zaga, a pelota repicou e encobriu o goleiro Paulo Vitor, de surpresa: 1 x 1, aos 39 minutos.

O ritmo continuou intenso e agradável, lá e cá, na segunda etapa. Aos 22’, Gabriel, que mal havia entrado, fez boa jogada e bateu forte mas o zagueirão salvou. Logo depois, a bola bateu na mão de Juan, desviou e o árbitro interpretou como pênalti: Alecssandro cobrou bem e desempatou - 2 x 1 , aos 25’. Cinco minutos depois, em jogada idêntica do outro lado, bola na mão de Marcelo, e o árbitro usou o mesmo critério, marcou a penalidade que Juan bateu e Paulo Vitor pegou. A torcida foi à loucura com o pênalti desperdiçado, o segundo seguido, por Juan. Deu tempo ainda de Leo Moura cruzar e a bola pererecar no travessão, quase o Flamengo ampliando. 
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Destaques para os goleiros, Paulo Vitor e Gatito Fernandes, com boas defesas. Escudero foi o melhor pelo rubronegro baiano e Éderson pelo Mengão.
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Interamericana

No meio da semana a dupla Ba Vi joga em casa pela Copa Interamericana, ambos, Bahia e Vitória com vantagens por que venceram os primeiros jogos dos seus duelos fora de casa: o tricolor derrotou o Internacional, em Porto Alegre, por 2 x 0; e o Vitória ganhou do Sport, em Recife, 1 x 0. 

Assim, na quarta, dia 3, no Barradão, o rubronegro baiano encara o Leão pernambucano; com o empate, segue na competição. Na quinta, Fonte Nova, o tricolor pega o Colorado dos pampas e até perdendo de 1 x 0 segue adiante na competição internacional. Um alento para o torcedor, indignado com a atuação da dupla no Brasileirão 2014.

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Leia e reflita:

Do ‘divino’ Ademir da Guia, filho do lendário zagueiro Domingos da Guia, ele, o gazo Ademir, o maior ídolo da história do Palmeiras, que completa 100 anos de fundado numa pindaíba técnica de fazer dó, ele, o Ademir, meiocampista, camisa 10, um dos melhores que vi jogar pela técnica, passadas largas elegantes, o trato carinhoso com a bola, titular absoluto do ‘verdão’ nos anos 1960/70, uma época de ouro do futebol brasileiro, em entrevista a Diego Adans:
- Antigamente se jogava um futebol mais técnico. Depois, os treinadores resolveram mudar a maneira de atuar. Tiraram os pontas, que eram a alegria do futebol, tiraram os meias... então a beleza do futebol ficou em segundo plano. Predominam as defesas e o futebol mais feio.

- O Palmeiras daquele tempo era chamado de ‘academia’ porque mostrávamos um futebol acadêmico, com gols, toque de bola, jogo ofensivo e bons resultados. Hoje você vê times com três, quatro volantes! Jogadores que erram passes de um metro.
 
- Pelé foi o maior de todos ! Sinto falta de nunca ter jogado ao lado dele, só contra. Teve um clássico em que dei uma ‘caneta’ no Rei, posso me orgulhar disso. Mas, depois, já em outro jogo, ele me devolveu a ‘caneta’ (risos). Eram encontros memoráveis. 

- O atual campeonato brasileiro está muito aquém. No Nordeste, por exemplo, os clubes já iniciam a disputa brigando pra não cair. Amigo, eu sou da época que o Bahia... o Bahia bateu o Santos! O Santos de Pelé ! Foi o primeiro Campeão Brasileiro, foi à Libertadores ... Vi o Vitória bater na trave em 1993, diante do Palmeiras ...