Vamos passar o rodo ! O futebol brasileiro precisa de uma lavagem. Vamos tirar toda a merda apodrecida das entranhas do nosso futebol. Fedeu ! Limpeza geral, já
Um triste adeus verde-amarelo à Copa 2014. Ficamos no quarto ... escuro.
O jogo contra a Holanda, no Mané Garrincha cheio e fazendo força para acreditar, foi de dar dó. 3 x 0 foi pouco diante da desarrumação, da bagunça da nossa equipe em campo, mesmo correndo, suando, querendo acertar. Mas... como? O time como sempre mal escalado, sem nenhum esquema tático, sem treinamentos, mal posicionado na defesa, no meio campo, com o emocional no lixo, cada um querendo resolver o jogo a seu modo... lamentável, senhor Felipão!
Digo mais, foi pouco. Pois logo aos 2 minutos, com Maxwell e David Luiz na rua, Robben (logo ele) foi lançado em profundidade, nas costas de ambos, levou Tiago Silva na conversa com facilidade e foi puxado quando entrava na grande área de cara com Júlio Cesar. O árbitro, mal colocado, marcou pênalti: 1 x 0, gol de Van Persie. Aos 16, novamente a defesa brasileira foi envolvida com facilidade, David Luiz cortou muito mal de cabeça a bola alçada na pequena área e Blind pegou livre, de frente: 2 x 0.
Então perguntamo-nos todos: de novo, outra goleada? A bola parecia uma brasa quente nos pés brasileiros, ninguém conseguia dominar, acertar um passe, só correria e atordoamento. Descontrole. Essa tal psicóloga do Felipão parece que ‘fundiu’ a cuca da moçada, todos com os nervos em frangalhos. E tome-lhe vaias no intervalo.
Pouco ou nada mudou no segundo tempo. Os holandeses fechados, tocando bola, gastando o tempo, suportando bem a pressão atabalhoada dos jogadores de amarelo e esperando qualquer erro para ampliar o placar sem precisar se esgotar muito, estava já de bom tamanho, o importante era (e foi, será) para a equipe de Van Gaal voltar para Europa sem ter perdido um só jogo no tempo regulamentar, uma grande Copa dos holandeses.
Mas, para fechar o caixão, aos 45 ‘ minutos, ele, Robben recebeu mais uma bola livre naquele espaço entre o apoiador, o zagueiro e o lateral esquerdo (por ali mesmo ele já tinha desclassificado o Brasil na Copa da África do Sul, lembram-se?), enfiou bom passe na linha de fundo e de lá saiu o cruzamento rasteiro para o centro da grande área onde vinha chegando o meia Wijnaldun (um garoto, mulato, que jogou muita bola no meio campo laranja) que bateu de prima, colocado, para mais uma falha de Julio Cesar, no chão: 3 x 0.
*
Sem desculpas. Não adianta reclamar da arbitragem confusa, que errou aqui e ali. Tomamos 10 gols em dois jogos. Isso nunca aconteceu antes na história do futebol brasileiro. Nossa defesa é a mais vazada de todas as equipes brasileiras que foram à copa desde 1930.
Dá para entender? E não me digam que Tiago Silva, David Luiz são péssimos zagueiros, não são. Nossos laterais, até semanas atrás, eram considerados os melhores alas da Europa, do mundo. O que deu tão errado assim em campo?
Esquemas, planejamento, estratégias de jogo, treinamento, ambiente, falta de liderança, trabalho equivocado... arrogância, cabeça dura, muita conversa pra boi dormir e pouca inteligência... o que faltou e o que sobrou dessa vergonheira toda?
Vamos passar o rodo ! O futebol brasileiro precisa de uma lavagem. Vamos tirar toda a merda apodrecida das entranhas do nosso futebol. Fedeu ! Limpeza geral, já.
**
Mas ainda tem Copa, neste domingo, no Maracanã (RJ), a final entre a organizada e pragmática Alemanha contra a destemida Argentina, que tem garra e tem Messi.
Pelo futebol apresentado até agora na competição, a favorita é a Alemanha de Neuer, Khendira, Schwazeinteiger, Muller, Groos, Lahm, Ozil... uma equipe que deu gosto de ver nalguns jogos e que massacrou o Brasil. Dona Angela Merkel, a chanceler alemã, veio ver sua equipe jogar, diz que gosta de futebol e confia no título.
Do outro lado não vai ter moleza. Uma argentina guerreira, que está bem arrumadinha no meio campo e defesa, marcando em cima, correndo o campo inteiro, com Mascherano em ótima fase, e um ataque de onde se espera sempre muito: Di Maria (Aguero), Higuaín, Lavezzi e o genial baixinho Messi. Dona Cristina, a vizinha, não virá, mandou dizer que tá dodói.
Que seja uma final digna dessa grande Copa do Mundo.
Torço por uma espetáculo com gols, limpo, sem brigas de torcedores fora do estádio, arquibancadas cheias e coloridas, com vaias e aplausos merecidos, mas sem xingamentos às nossas autoridades. Chega de passar vergonha !
*