A gente espera que o Maxi não tenha problemas em Salvador com torcedores rubronegros mais fanáticos e xiitas que já o xingam de traidor e mercenário pelas redes sociais.
O mercado da bola agitou o noticiário da semana: Ronaldinho Gaúcho renovou com o Galo Mineiro, Leandro Damião assinou com o Santos, o ‘gordinho’ Valter foi para o Fluminense, agora dirigido por Renato Gaúcho , o argentino Conca retornou ao ninho do pó de arroz, Lucio foi pro Verdão...
Mas o torcedor baiano retou-se ‘de mermo’ foi com a virada de casaca do argentino Maxi Biancucchi, artilheiro do Vitória cheio de amor pela cores do clube em 2013, que assinou com o rival Bahia um contrato por três temporadas e é candidato a novo xodó da torcida vermelho-azul e branco. O baixinho marrento vai completar 30 anos e, de quebra, traz com ele para o tricolor o irmão Emanoel Biancucchi, canhoto, meia esquerda, 26 anos e 12 centímetros mais alto.
O torcedor do Bahêa espera que os dois, juntos, joguem um tantinho do que faz a perninha esquerda do primo deles, um tal de Lionel Messi, ‘la pulga’, considerado por Pelé e quase toda a humanidade o melhor jogador de futebol da atualidade, sem comparações. É aquele baixinho do Barcelona que joga ao lado de Xavi, Iniesta e Neymar. Sabe quem é, é pouco?
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A gente espera que o Maxi não tenha problemas em Salvador com torcedores rubronegros mais fanáticos e xiitas que já o xingam de traidor e mercenário pelas redes sociais.
Ora, trocar de clube, mesmo que seja indo para um time rival, é comum, desde que me entendo. Afinal, o atleta é um trabalhador e o clube uma empresa empregadora. O resto é paixão de torcedor. Os tricolores vibram e torcem para que ele e o mano arrebentem com a nova camisa, enquanto os adversários vão apupá-lo nas arquibancadas. Faz parte do jogo. Bola que rola.
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Balaio cheio
O Bahia contratou mais do que um time até agora: Gallardo (lateral direito), os zagueiros Anderson Conceição e Serjão; negocia com o lateral esquerdo Guliherme (ex-atlético de Goiás); trouxe o apoiador Diego Felipe e deve anunciar a contratação do paraguaio Pitoni (ex-Olímpia ); mais os meias Branquinho, Rafinha e Emanoel Biancucchi, e os atacantes Rhayner, Hugo, Jonathan e Maxi. Sò são 13 caras novas, um time e mais dois no banco.
Nesse balaio chegado tem muito jogador baixinho, ligeirinho, carregador de bola... Mas que cara terá essa equipe? Essa é a missão do novo treinador Marquinhos Santos, arrumar lugar para os 11 melhores e dar um estilo de jogo ao grupo formado por desconhecidos, entre eles e da torcida também. Sem ansiedades, veremos, esperemos. Acho prematura qualquer previsão. O torcedor vai ter de ir se acostumando com os nomes, as caras, o jeito, pois será outro time em campo. Jogadores manjados como Souza, Diones, Potita, Neto e até Fabrício Lusa foram colocados à parte, como dispensáveis.
Outros tempos, vamos ver se dá liga, se essa turma consegue formar uma equipe competitiva, que mostre em campo um futebol de melhor qualidade e que jogue com amor à camisa como o torcedor do Bahia exige.
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Um Leão jovem
No rival Vitória, muxoxos para o ‘lufa-lufa’ do outro lado e a aparência de calma do treinador Ney Franco, que acredita na base da equipe do ano passado, enxertada com as promessas das divisões de base, que sempre dão conta do recado.
O Vitória trouxe até agora o bom zagueiro Dão e o apoiador Luca Zen. Precisa de mais dois zagueiros, já que se foram embora Victor Ramos e Renato Santos, depois do Gabriel Paulista. Tem no elenco menino Gabriel, o magrelinho feioso do sub-20 que já atuou na seleção brasileira e promete dar conta do recado. Do meio para frente é um time arisco e goleador, com destaque para Escudero, Marquinhos e Dinei. Pode ter o retorno este ano, já curado, do avante André Lima e também reintegrou-se à equipe o lépido Willie, que fora emprestado ao Vasco.
A equipe está inteira e motivada. A média de idade é baixa, aquela garotada que corre e dá sangue, como o torcedor gosta. Apenas Dinei e Juan estão na faixa dos 30. A maioria do elenco tem de 24 anos pra baixo. Ney Franco é um treinador que curte trabalhar com a juventude.
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Baianão na área
E o Campeonato baiano começou, você sabia?
Pois bem, no meio da semana aconteceu a primeira rodada, com os ‘clássicos’ :
Catuense 4 x 2 Juazeiro, o melhor jogo, no Antonio Carneiro; Jacuipense 1 x 0 Serrano, em Pituaçu, com as arquibancadas às moscas; Bahia de Feira 1 x 0 Botafogo, no Alberto Oliveira, o ‘jóia da princesa’; e Juazeirense 0 x 0 Galícia, no Adauto Moraes.
Bem a dupla Ba Vi, que leva, que arrasta o futebol baiano nas costas, não participa dessa primeira fase do chamado ‘baianão’, que vai até o dia 5 de fevereiro, com duas rodadas por semana.
No sábado, 17 hs, teremos Feirense x Jacuipense, no ‘joia da princesa’, Feira de Santana. A rodada segue no domingo: 16 hs, Galícia x Catuense, em Pituaçu; Serrano x Bahia de Feira e mais Botafogo x Juazeirense, no interior.
Novidades? Nenhuma. O mesmo de sempre: nível técnico sofrível, estádio com dependências de terceiro mundo e gramados infames, arquibancadas vazias. Até quando? Perguntem ao eteeerno presidente da FBF, o sempre bem penteado Sr Ednaldo Rodrigues.
Já na segunda etapa do certame, em fevereiro, entram Bahia, Vitória e Vitória da Conquista na disputa, juntando-se aos cinco primeiros classificados dessa primeira etapa já começada. Dà pra entender? Daí, oito clubes divididos em dois grupos de quatro. E, numa terceira fase, a semifinal, os quatro melhores se enfrentam em sistema de mata-mata, lá e cá. Os dois melhores disputam o título, numa final, única. Em abril saberemos o novo Campeão Baiano.
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Bahia, Vitória e Vitória da Conquista, por enquanto, preparam-se para a Copa do Nordeste, que já começa no fim da semana que entra.
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Copa do Brasil
A primeira competição nacional deste ano é a Copa do Brasil, naquele vai e volta eliminatório da competição que conhecemos bem, com representantes de quase todos os estados da Federação. A CBF já definiu grupos e temos os primeiros confrontos dos times baianos na competição:
O Bahia enfrenta o Vila Nova; o Vitória bate-se com o Malucelli; O Juazeiro se pega com o Tupy e o Bahia de Feira topa, de cara, com o Corínthians de São Paulo. É a chamada competição pinga fogo. Perdeu, cai fora.
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A parada obrigatória
Ano de Copa do Mundo, que acontece de 12 de junho a 13 de julho, e toas as competições nacionais param, inclusive o chamado Brasileirão 2014. Férias de um mês, portanto, para a dupla Ba Vi, ou tempo útil para uma nova pré(?)-temporada, de remodelação, preparação e reajustes das equipes para a arrancada final no segundo semestre. Tudo depende do que rolar em campo até junho.
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Laivos da Copa do Mundo
Sobre a Copa do Mundo, bem... O ‘capo’ presidente da Fifa, Sr Blatter, bradou ‘nas Oropa’ que nunca viu tanto atraso em obras para copas como esse que está ocorrendo no Brasil. De fato, dos 12 estádios pelo menos cinco deles estão atrasadíssimos, isso é incontestável. Mas logo os representantes do nosso governo responderam alto que não, que tudo corre dentro do previsto, nosso ritmo é esse mesmo, que Blatter vá plantar batatas e tal e coisa e ficou por isso. Ora, entramos num ano eleitoral e não é um fifeiro qualquer que vai sujar a imagem do país perante o universo. Tamos conversado.
Fora o assunto das Arenas atrasadas, as tais prometidas obras de infraestrutura – mobilidade urbana, comunicações de primeiro mundo, sistema elétrico, portos e aeroportos modernos e ágeis, segurança pública etc - ... bem, sobre esses ‘pequenos detalhes’ ninguém mais se pronuncia, nem se toca no assunto. Até o badalado termo ‘legado’ foi esquecido, relegado.
Mas que essa zorra toda vai dar muito zunzunzum antes de a bola rolar e durante os jogos, fora dos estádios, ah, isso vai. Então, só Deus sabe o que pode acontecer.
Por enquanto, a moçada quer saber é dos feriados...
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O ex-craque francês Michel Platini, hoje um dos mais influentes cartolas europeus, mandou o recado numa entrevista recente que refletes bem os ânimos e expectativas do evento brasileiro no velho continente e deixou os ‘cartolinhas’ brasileiros pró-governo nervosinhos. Disse ele:
- Se eu tiver de assistir os jogos ladeado por seguranças, por militares, não virei ao Brasil. Prefiro assistir pela tevê. Espero que não haja manifestações sociais, que haja uma trégua para o futebol.
Ah, tá bom. Anotado.
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Bem, as previsões, até agora, é de que manifestações ocorrerão em várias capitais. E o governo, seus setores de segurança, tipo governos estaduais, polícias, forças armadas já estão se mobilizando e treinando ‘esquadrões’ para o pior, a repressão, o choque nas ruas. Em vários estados, tropas especiais estão sendo preparadas para o enfrentamento. A ordem é não deixar que qualquer tipo de manifestação perturbe o andamento do evento, das competições, nada pode acontecer de anormal nas proximidades das arenas e também nada que assuste as delegações estrangeiras que cá estarão. Quanto aos jornalistas que virão para a cobertura ...
Entonces... só orando, irmãos, o mês de Maria inteiro, porque junho promete.