O Vitória tenta disputar a Libertadores das Américas e o Bahia luta para se manter na primeira divisão
Não vão faltar emoção e motivação para os torcedores da dupla Ba Vi até a última rodada desse Brasileirão 2013. O Vitória brigando com fé ainda por uma possível vaga na Libertadores das Américas de 2014, algo inédito na história do clube. O Bahia, mais um vez, anos seguidos, lutando com todas as suas forças e limitações para continuar figurando na Série A, a primeira divisão, no próximo ano.
No domingo à tarde, no Barradão, o rubronegro venceu bem o Santos ( 2 x 0 ) e chegou a 54 pontos, ocupando o 6º lugar na tabela de classificação. O Leão está bem vivo. Seu próximo jogo é Santa Catarina, contra o Criciuma, que luta ainda contra o rebaixamento. Um triunfo do Vitória lá no sul friorento ajuda o Bahia, pois o Criciúma é concorrente direto do tricolor na tabela de classificação. Vamos ver muito tricolor vestindo, mesmo que acanhado, a camisa rubronegra.
Com um gol de cabeça de Fernandão, já aos 37 minutos do segundo tempo, o Bahia conseguiu vencer o Náutico na vazia Arena Pernambuco, na boca da noite do domingo, num joguinho duro de ver. Com o resultado, o tricolor baiano saiu da zona (onde estão Coritiba, Vasco, Ponte Preta e Náutico) e chegou a 42 pontos ganhos, os mesmos pontinhos que possuem Fluminense do Rio e Criciúma, ocupando agora a 16ª colocação. O próximo jogo do tricolor é contra a Portuguesa, a Lusa do Canindé, que venceu o Atlético(MG) nesse domingo, mas está com um pontinho apenas a mais que Bahia. O confronto é direto, é o jogo da classificação, para ambos, na Fonte Nova. Jogo de vida ou morte, e o tricolor vai precisar, e muito, do apoio total do torcedor nas arquibancadas.
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Baba de doer
Foi sim uma pelada feia, difícil de encarar, na Arena Pernambuco, no Recife, entre o Náutico – o time já rebaixado, completando 9 partidas sem vencer – e o Bahia, na boca do precipício, que tinha vencido seu último jogo no dia 9 de outubro. Foi um jogo nervoso, medroso, com erros de passes, chutões, ambos os times jogando covardemente, esperando o adversário, sem saber bem o que fazer com a bola, atacando com dois ou três no campo inimigo, somente. O resultado é que na primeira etapa quase não aconteceram lances de perigo, afora uma cobrança de falta executada por Wállisson, do meio da rua, que acertou o travessão. Uma primeira etapa que poderia se resumir numa palavra: apatia. Um babinha de futebol soçaite, domingo à tarde, depois daquela feijoada com cerveja.
O treinador Cristóvão deve ter dado uma chacoalhada na equipe, nos vestiários, e voltou com o atacante Bárbio em lugar do lateral Madson. A equipe avançou mais a marcação, buscou mais a área adversária, forçando o bom goleiro Berna a praticar importantes defesas – aos 12’, num chute de Helder e aos 14’ atirando-se nos pés de Raul. O time Timbu só se defendia e o Bahia tentava, mesmo que na maioria das vezes se enrolando com a bola. Entraram Souza (no lugar de Marquinhos) e Talisca no de Hélder. Aos 28’ Fernandão foi calçado dentro da área quando se preparava para o arremate, de frente, mas o árbitro fez que não viu o pênalti claro. Aos 31, num raro lance, o meia Tiago Real bateu de fora e acertou a trave de Lomba, de raspão. Que susto! Aos 35’ Berna operou um milagre na testada a queima-roupa de Fernandão, mas aos 37, após bom cruzamento de Raul, Fernandão não perdoou, testando forte: 1 x 0. Que Alívio! O Naútico foi pra frente, mas o tricolor baiano suportou.
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Difícil destacar alguém no Bahia pela parte técnica, uma equipe insegura, livrando-se da bola. Talvez Wállisson. Pela raça, Rafael Miranda e Fernandão. Souza também, quando entrou, até pela sua maior experiência e manha. Horríveis as atuações de Hélder, Mádson, Marquinhos... Abaixo do que podem Raul e Feijão.
No Náutico, apenas Tiago Real. É um time de segunda, realmente.
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Leão comeu peixe
Num Barradão com mais de 15 mil pessoas nas arquibancadas, o Vitória não precisou jogar tudo o que sabe para derrotar um Santos sem motivação, acomodado, aceitando o ritmo de jogo do adversário, sem ganas de vencer. Desde o começo o rubronegro, empurrado pelo seu torcedor, foi para o ataque. Mas a primeira grande chance foi santista, num contragolpe pela esquerda, quando Tiago Ribeiro livrou-se da zaga, ficou de frente mas errou o chute, muito alto. O time baiano respondeu aos 20’, numa boa trama pelo lado direito e um passe perfeito de Escudero para a finalização do esperto Dinei, enfiado pelo meio: 1 x 0. Aos 23’, o mesmo Dinei obrigou Aranha a fazer uma boa intervenção.
A segunda etapa começou morna. O Santos parecia sem pernas, esperando a chance de um contragolpe e o Vitória apertando, buscando o gol, mesmo sem a velocidade costumeira. O segundo saiu já aos 38’, dos pés do artilheiro argentino Maxi Bianchucci, que entrara no lugar de Marquinhos (machucado), depois de mais de mês fora da equipe por lesão. Lançado na área, pela direita, o ‘gringo’ já matou cortando pra dentro, deixando a zaga santista perdida, e arrematou forte, cruzado e alto, sem chances para Aranha: Um golaço, 2 x 0, matando o jogo. Justo, merecido.
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Destaques para a atuação de Vitor Ramos, Juan, Cáceres, Dinei, um primeiro tempo arrasador de William Henrique e, o melhor de todos, Escudero, um cérebro.
No Santos, a zaga de Dracena e Gustavo Henrique, a luta de Arouca e alguns lampejos de Montillo.
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Seleção
Na terça-feira tem mais um amistoso da seleção brasileira que Felipão prepara para a Copa 2014. Joga contra a boa equipe do Chile, já classificada para a Copa e que venceu, no meio da semana, a Inglaterra por 2 x 0, em amistoso realizado na Europa. A partida será no Canadá.
Esperamos um bom jogo, bem disputado e tecnicamente melhor que o amistoso realizado em Miami (Brasil 5 x 0 Honduras). O time hondurenho, que também vem para a Copa, mostrou-se limitado e violento, sob a complacência de uma arbitragem norte-americana que, parece, é mais acostumada a apitar rúgbi.
Destaque para o retorno de Robinho, as estréias do meia William, do zagueiro Marquinho e a ótima atuação de Hulk, quando entrou no lugar de Neymar, caçado em campo. Foi goleada com show de bola na segunda etapa. Contra o Chile a história é outra, é uma equipe bem mais qualificada.
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Frase do Tostão, ex-craque de futebol (Campeão do Mundo em 1970, ao lado de Pelé) e hoje comentarista: “ A fama costuma enriquecer o patrimônio e empobrecer o ser humano”.
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Frase de Evaristo de Macêdo, ex-atacante que jogou no Flamengo, foi artilheiro no Real e no Barça e grande ‘mestre’ treinador campeão brasileiro com o Bahia em 1989 : ‘ Meu filho, temos de jogar pra frente, porque quem tem medo de perder não ganha!’ .