Times baianos estão bem e vão enfrentar o Goias e o Corinthians no meio de semana
No melhor jogo da rodada do Brasileirão 2013, domingo à noite, em Curitiba, o Vitória venceu o Atlético do Paraná pelo elástico placar de 5 x 3, inspiradíssimo. Emoção, disputa renhida em campo e oito gols para o torcedor do rubronegro baiano não esquecer. Com o resultado, o Vitória chega a 34 pontos ganhos e ocupa a sexta posição na tabela de classificação.
Na Fonte Nova, à tarde, o Bahia não conseguiu vencer o Vasco da Gama ( 0 x 0 )numa partida brigada, igual, mas com muitos passes errados e pouca inspiração dos atacantes. Com o resultado, o tricolor alcançou 32 pontos ganhos e terminou a rodada ocupando a 11 ª posição na classificação geral.
No meio da semana, o Vitória recebe o Goiás (do gorduchinho artilheiro Walter) no Barradão e o Bahia vai a Mogi Mirim, interior paulista, enfrentar o Corínthians que, na rodada, levou uma balaiada de 4 x 0 da Portuguesa de Desportos, a Lusa do Canindé, com três gols do espertíssimo centroavante Gilberto.
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Tite e Dunga bambeiam
Será que o treinador Tite, campeão mundial com o ‘Timão’, segura essa derrocada, esse desmantelo da equipe que há um ou dois meses era considerada a de melhor padrão de jogo do país? O futebol e seus mistérios insondáveis. Como explicar a queda brusca de produção do time de Tite, que não consegue mais vencer e convencer? E a queda do Fluminense, do Botafogo ?
Quem continua voando em céu azul é o Cruzeiro de Minas Gerais, líder absoluto e isolado, depois de vencer o Internacional de Porto Alegre por 2 x 1, fazendo balançar também o treinador Dunga no comando do ‘colorado’ gaúcho.
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No Durival de Brito
O rubronegro paranaense estava invicto no seu estádio, faz tempo que sua defesa, umas melhores da competição, não toma mais de três gols e o torcedor compareceu ao Durival de Brito para comemorar, certamente, mais um triunfo com gols do artilheiro isolado do Brasileirão Éderson e ver o rubronegro local entrar no seleto grupo dos quatro primeiros colocados. No entretanto ... não foi o que aconteceu em campo.
O rubronegro baiano encarou. Aliás, nem tomou conhecimento do favoritismo do oponente e partiu pra cima com vontade, marcando firme, jogando com objetividade, buscando o gol desde o começo. E abriu o placar já aos 12 minutos , depois de um vacilo da zaga atleticana e um rebote do goleiro Wéverton que Cajá não perdoou, estufando as redes: 1 x 0. O Atlético parecia perdido, sem encaixar uma boa jogada, marcando frouxo no meio campo. Aos 30’, o lateral Ayrton foi feliz na cobrança de uma falta, a bola resvalou na barreira e entrou no ângulo, sem chances para o goleirão que só espiou: 2 x 0. Merecido, pois o Vitória tinha o domínio do jogo, atacava mais. Sò aos 38 minutos o goleiro Wilson teve de trabalhar para defender sua meta. Aos 43’ Dinei entrou com a bola dominada em diagonal, vindo da esquerda, e disparou de pé direito um balaço que entrou perto da trave, marcando um golaço: 3 x0. Final de primeiro tempo, parecia que o caixão já estava fechado para o time da casa, mas ainda tinha a segunda etapa.
Empurrada pela torcida a equipe atleticana foi para o ataque, alçando bolas na área do Vitória todo tempo e o time baiano sem conseguir articular um bom contragolpe. Assim, aos 11 minutos, o artilheiro Éderson antecipou-se ao grandalhão Kadu e testou no canto , diminuindo : 3 x 1. As arquibancadas incendiaram o jogo e o time da casa foi para o tudo ou nada, no entusiasmo. Aos 17’, o mesmo Éderson marcou seu 15º gol na competição, aproveitando-se da frouxidão na marcação e arriscando um chute rasteiro da linha da meia lua, acertando o canto: 3 x 2. O rubronegro baiano, jogando de branco, parecia atarantado defensivamente, acuado, pressionado. Aos 23’ veio o empate em outra cabeçada, agora do avante Roger, livre na área, escorando cobrança de escanteio: 3 x 3.
Foi então que o treinador Ney Franco ousou, pondo dois atacantes em campo: Alemão e William Henrique (cabelo de penacho feito aquele antigo do Neymar) em lugar de dois meiocampistas. Então, o time ganhou velocidade e força novamente nos contragolpes. Aos 25 e 28 minutos o Atlético perdeu boas chances de virar o marcador, mas foi o Vitória que marcou: num contragolpe em velocidade, William achou espaço na entrada da área e bateu forte, rasteiro, colocado: 4 x 3, aos 37 minutos. Um minuto depois Éderson arriscou e a bola raspou o travessão de Wilson. Mas, aos 41’, o lateral Ayrton pegou de prima um ótimo cruzamento de William vindo da esquerda e fechou o caixão, num belo tento : 5 x 3. Um grande jogo, vitória merecida, pois o time baiano foi melhor em campo, jogou com inteligência e objetividade.
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Destaque para o lateral Ayrton pelos dois gols e pela ótima partida apoiando pela direita; muito boa a estréia do meiocampista Luis Gustavo, 19 anos, alto, cabeça erguida, veloz, bom marcador, jogou à vontade, como se já fosse titular a mais tempo. Boa atuação também de Dinei e do meia esquerda Escudero. Surpreendente a entrada do menino William, que virou o jogo no final e aplausos para a felicidade de Ney Franco nas substituições, jogando a equipe pra frente.
No Atlético do Paraná, o Paulo Bayer (37 anos) de sempre, e a visão de gol do artilheiro Éderson chamaram a atenção. No mais, é muito difícil ver o Atlético Paranaense levar cinco gols... ainda mais em sua casa. Inusitado mesmo.
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Na Fonte Nova
Um bom público nas arquibancadas viu um jogo movimentado, brigado, marcado, disputado a ferro e fogo no meio campo, mas com as defesas prevalecendo e os ataques sem muita inspiração para chegar às redes- Bahia 0 x 0. O Vasco começou melhor, apertando e teve mais perto da área adversária durante o primeiro tempo de jogo. O melhor foi uma jogada do meia apoiador Dackson que, da sua intermediária, vislumbrou o goleiro Lomba adiantado e chutou forte, pelo alto, forçando o goleirão a se virar para espalmar a bola a escanteio. Seria um gol antológico.
Em favor do tricolor, umas duas boas arrancadas de Marquinhos, driblando até perder a bola e uma penalidade máxima claríssima de Pedro Ken em Fernandão, aplicando-lhe uma gravata e atirando o atacante ao solo, numa bola alçada, mas o juizão soprador de apito Wilson Seneme, de SP, fez que não viu.
O Bahia voltou para a segunda etapa com Wálisson, atacante, no lugar do lateral Madson e a equipe adiantou-se, foi em busca do gol, até cansar, por volta dos 30 minutos – certamente que sentiu a longa e dura viagem até a Colômbia quando enfrentou o Nacional de Medellin, na quinta, e perdeu de 1 x 0, pela Sulamericana. O time tricolor até criou umas duas ou três chances mas finalizou mal. Então, o treinador Dorival Júnior trocou os dois atacantes, pôs André e Willie em campo e arriscou vencer o jogo. Por pouco não conseguiu, num chute de cara do atacante Edmilson, na linha da pequena área, que Lomba salvou. O empate terminou justo.
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Bom jogo dos zagueiros (Titi e Lucas Fonseca), do lateral Raul, do apoiador Feijão e do meia Marquinhos (que precisa levantar a cabeça e soltar um pouco mais a bola).
No Vasco, os melhores foram o veterano Juninho (38 anos) e o meia Pedro Ken, o mesmo que atuou pelo Vitória na temporada passada.
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Bola demais em campo
De novo, na semana que passou, o movimento de um grupo de jogadores ( entre eles alguns astros como Alex, Seedorf...) pela mudança no calendário de jogos já para o próximo ano. Três jogos em oito dias, seguidamente, estouram fisicamente os atletas e enfraquecem tecnicamente os espetáculos. Os clubes querem mais jogos e competições, pois só pensam em arrecadar. Sò que as arquibancadas não andam cheias como eles desejam. Sou pela preservação dos atletas e por espetáculos de bom nível. É muito jogo – série A, série B, Copa do Brasil, Sulamericana, Libertadores... - , quase todo dia. Até satura. E haja músculos pra suportar a maratona, as viagens...