O torcedor, já-já começa a cobrar pesado, diante dos resultados que não vêm. E , diga-se com justeza, não é culpa de Cristóvão, que, sabemos todos, tem tirado leite de pedra.
e virada, domingo á noite, diante de um público regular no Barradão, o Vitória venceu o lanterna Náutico (2 x 1 ) e agora ocupa a 11 ª colocação na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro 2013, fechada a segunda rodada da etapa derradeira da competição, que é disputada em pontos corridos. O líder é o Cruzeiro de BH, seguido de perto pelo Botafogo do Rio.
À tarde, no estádio Couto Pereira, localizado na capital do Paraná, O Bahia depois de estar vencendo bem o Coritiba por 2 x 0, deixou escapar o triunfo, em função de erros do goleiro Marcelo Lomba, uma bobeira geral defensiva aos 47 minutos (nos acréscimos) do segundo tempo e um golaço de meia bicicleta do veterano astro Alex, empatando o jogo ( 2 x 2 ). Com o resultado, o Bahia terminou a rodada na 13 ª colocação, a um ponto apenas da zona de rebaixamento, 25 pontos ganhos.
No meio da semana, o rubronegro vai ao Rio e enfrenta o Vasco no São Januário, na quarta-feira, no intuito de conseguir um triunfo fora de seus domínios, o que há muito não acontece. Na quinta à noite, na Fonte Nova, o Tricolor recebe o bom time do Internacional de Porto Alegre, treinado por Dunga e estrelado por jogadores de alto nível como o atacante Leandro Damião e os meias Forlán (uruguaio) e D’Alessandro (argentino).
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A virada
A despeito da péssima colocação e de estar jogando fora de casa, o Náutico do Recife encarou o Vitória na primeira etapa do jogo, de igual para igual, contando com boas atuações dos meiocampistas Eli Carlos, Martinez e Thiago Real, e a esperteza dos conhecidos atacantes Jones Carioca (que atuou no Bahia na temporada passada) e Hugo, que jogou no Vitória da Conquista. Foi Hugo que abriu o placar aos 13 minutos, três minutos após Jones carimbar o travessão de Wilson com uma forte cabeçada após cobrança de escanteio. Hugo Foi lançado em profundidade por Thiago Real, aproveitou-se da chamada ‘linha burra de impedimento’ da defesa baiana e não perdoou ante a saída do goleiro : 1 x 0.
Mas o Vitória empatou sete minutos depois, com o centroavante Dinei desviando de cabeça, entre os zagueiros adversários, um cruzamento longo do lateral Ayrton e acertando o cantinho. Com o inspirado Marquinhos, o rubronegro ainda teve chances de desempatar aos 26, com um chutaço na trave, e aos 36, numa boa defesa do goleiro Berna.
O Náutico recuou muito na segunda etapa, parecia cansado, optando apenas para raros contragolpes. Criou uma boa chance antes do 1’, quando Hugo, livre, bateu para defesa de Wilson com os pés, e foi só. O rubronegro desempatou por volta dos 25’ numa bela trama que teve calcanhar de Neto Coruja, cruzamento perfeito, rasteiro de Juan e um toque de letra de Dinei, desviando do zagueiro e do goleiro: 2 x 1, golaço ! O time timbu não mostrou forças para reagir e o placar poderia ser mais elástico. Foi a primeira vitória do treinador Ney Franco à frente do rubronegro baiano.
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Muita boa atuação do lateral direito Ayrton, de Marquinhos e do centroavante Dinei autor dos dois gols. Uma pena a contusão na coxa do meia Neto Coruja, que entrou na equipe na segunda etapa do jogo e atuava muito bem; saiu d campo chorando, porque não consegue dar continuidade à carreira em função de seguidas lesões que o atormentam há anos. ‘Mala suerte’ ou alguma deficiência orgânica?
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O vacilo
Até pela escalação do time, com mudanças no meio campo e no ataque (Fabrício Luna, Feijão, Barbio e Obina escalados) e pelo histórico de quase nunca ter conseguido bons resultados em Curitiba, o torcedor não esperava uma atuação tão boa como a do Bahia, na primeira etapa, no campo do Coritiba. Mas, bem arrumado taticamente, marcando forte e atacando pelas laterais, principalmente com Barbio pela direita, o tricolor baiano surpreendeu o time da casa, teve mais a bola, o controle do jogo e criou as melhores chances de gol nos 45 minutos iniciais. E foi para o vestiário com o placar de 1 x 0 em seu favor, gol consignado aos 19 ‘, após uma bela enfiada de bola de Bárbio da direita, rasteira, nas costas da zaga, para a entrada fechando da esquerda do meia Wálysson, livre para escolher o canto: 1 x 0. Bárbio e Obina perderam boas chances de ampliar o marcador.
O treinador Cristóvão trocou no intervalo o lateral colombiano Ângulo ( que não convence) pelo apoiador Fahel. O Coritiba, incentivado pelo seu torcedor, foi pra cima buscando o empate, mas o Bahia marcava bem e explorava os contragilpes com perigo. Aos 7’, Obina raspou de cabeça e deixou Bárbio no ‘mano a mano’ com o zagueiro Chico, que foi vencido no jogo de corpo e na velocidade; Barbio de frente pro goleiro bateu forte e ampliou : 2 x 0. Justo. O Coritiba apenas ameaçava em faltas de longa distância e cruzamentos, enquanto o tricolor baiano teve chances de ampliar com Obina, Wálisson e Fahel.
Mas o Coritiba diminuiu após uma jogada de linha de fundo, pela esquerda e um cruzamento rasante que Lomba foi e não conseguiu interceptar, a pelo batendo inesperadamente na barriga de Titi e ganhando as redes. 2 x 1, aos 20 minutos. Logo depois Obina bateu forte e a bola raspou o travessão de Wanderlei. Mas, a partir dos 30 minutos o tricolor baiano recuou muito e levou sufoco de bolas aéreas. Aos 44’ Helder pegou forte de canhota e abola bateu na rede por fora, quase.
Já aos 47’, quando o placar parecia definido, Gil chutou forte, de longe, enviesado e Lomba saltou mal rebatendo nos pés do meia Julio Cesar, na lateral da pequena área; ele levantou, de cavadinho, para a pequena área e lá estava o craque Alex, livre, para a apanhar de meia bicicleta fazendo um golaço e igualando o placar – injusto pelo melhor futebol do Bahia na maior parte do tempo. Mas, vacilou o craque decide, assim é o futebol.
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No Bahia, bela atuação do meia Bárbio, a melhor até agora com a camisa tricolor. Obina foi bem, como também Feijão, Raul, a zaga. Destaques negativos para Lomba (no meu entender falhou feio nos dois gols, como já tinha falhado no jogo passado contra o Fluminense) e o lateral Ângulo que até agora não disse por que trocou a Colômbia pelo futebol brasileiro, fraco. Wálysson tem bons lampejos técnicos, mas é pipoqueiro, não encara as divididas, parece que tem medo da cara feia dos zagueiros adversários.
No Coritiba, o astro Alex, mesmo bem marcado o tempo inteiro por Feijão, aproveitou-se de um só descuido e decidiu, com estilo e classe. Afora ele, o Vitor Junior também deu t rabalho, buliçoso.
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O abacaxi
O novo presidente eleito do Bahia, Fernando Schimidt, tem dado muitas entrevistas (rádio e TV) Brasil afora, expondo a grave situação de desmando financeiro e administrativo encontrada no clube. Sâo débitos e ‘abacaxis’ que desanimariam a qualquer um, mas o presidente eleito está buscando formas de endinheirar o clube e ainda responsabilizar os culpados pelos desfalques.
Mas, ele prometeu reforços, que a equipe precisa urgentemente, já à beira da zona da degola / rebaixamento (que Deus livre e guarde), e até agora não conseguiu emplacar nenhum.
Urge um lateral direito pra vestir a camisa, um lateral esquerdo para substituir eventualmente Raul, marcadores que saibam sair jogando, passem bem a bola, meias que arme o jogo e chutem bem de fora da área, centroavante com um pouco mais de qualidade técnica do que os que vêm jogando (Obina e Fernandão) e batedores de falta. O Bahia é um time que cria pouco e chuta menos ainda no gol adversário. Quem não chuta não faz.
O torcedor, já-já começa a cobrar pesado, diante dos resultados que não vêm. E , diga-se com justeza, não é culpa de Cristóvão, que, sabemos todos, tem tirado leite de pedra. A partida contra o Coritiba foi um exemplo de seu bom trabalho, técnico e tático. Mas o plantel é limitado, não existe um craque na equipe que chame o jogo, a ‘responsa’ e decida jogos. É um time esforçado, bem treinado, mas mediano, sem talentos.