Bons ventos com a democracia tricolor apesar da ingerência do governo com Fernando Scmidt
Na boca da noite do sábado, na Vila Belmiro (ouvidos colados no radinho e olhos na tevê pra quem tem assinatura), o rubro-negro baiano encara o Santos. A campanha do Vitória fora de casa é pífia e o time santista quase nunca perde dentro de seus domínios.
A equipe paulista, no meio da semana, conseguiu aplicar um gude-preso no plantado time do Grêmio, pela Copa do Brasil, com um gol decisivo de um garoto de 16 anos, o Gabi-gol. Tradição iluminada essa, a do Santos, de lançar garotos: Pelé, Edu, Robinho, Neymar ... pra citar alguns. O alvi-negro da Vila é uma equipe em formação, alterna boas e más partidas. Pode sim ser superada, surpreendida em casa.
Mas, para que tal aconteça, o Vitória vai ter de jogar muito mais do que o fez no meio da semana, no Barradão, contra o Coritiba. O placar de 1 x 0 foi fruto de um gol de falta, penalidade batida com força e com efeito pelo zagueirão Fabrício, de canhota, que enganou o goleiro paranaense, já no finalzinho de uma partida igual e quando o adversário parecia melhor, tinha mais o domínio de um jogo que não foi lá muito bom de se ver. Mas valeu o placar, valendo pela Copa Sulamericana, que dá vantagem ao time baiano no confronto, podendo até empatar no jogo de volta, em Curitiba, pra semana.
O time baiano viajou pra São Paulo com problemas na escalação, sobretudo na defesa, que é o ponto mais vulnerável da equipe. O goleiro titular Wilson embarcou, mas ainda se recupera de lesão e não foi confirmado. O reserva Gustavo, jovem mas ótimo goleiro, também sente uma contusão nos quadris e é dúvida; pode ser escalado até o terceiro goleiro.
Na lateral direita Caio Jr não definiu se joga o garoto Dimas ou o recém-contratado Ayrton, que veio do Palmeiras. No miolo de zaga, Vitor Ramos suspenso, deve ser escalado o vigoroso Reniê ao lado de Fabrício(vivendo a sua melhor fase no grupo) com o menino Euller na lateral esquerda. No mais, Luis Alberto, Cáceres, Cajá, Maxi e Dinei, o que há de melhor no plantel , já que o meia argentino Escudero continua machucado. O rubro-negro vai ter se superar os problemas e o jovem time santista num jogo que promete. Vale três pontos.
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Fonte Nova
O Bahia, na tarde de domingo, enfrenta o Náutico de Recife, na Fonte Nova, diante do torcedor que anda motivado com a tal ‘democratização’ do clube e o banimento dos Guimarães da Ribeira que estavam à frente da agremiação há mais de década, e eram tidos como ‘pés-frios’. Pois bem, fora de campo tem eleição direta no dia 7 de setembro pra escolha de novo presidente e de conselheiros.
Nos gramados, o time venceu na quinta-feira a Portuguesa do Canindé, em São Paulo, pelo placar de 2 x 1 (gols de Wállison e Obina de cabeça, já no finalzinho), valendo pela Copa Sulamericana. O melhor desse resultado é que a equipe atuou com alguns atletas tidos como reservas e se deu bem; o melhor deles em campo foi o volante Feijão, ao lado do lateral Raul. O tricolor terá boa vantagem no jogo de volta, quarta-feira, contra a mesma Lusa do Canindé; e, passando por ela, terá um próximo adversário de nível internacional na competição, paraguaio ou colombiano.
A equipe comandada por Cristóvão está devendo um triunfo e um bom futebol a seu devotado torcedor, pois, depois daqueles 3 x 0 sobre o Flamengo, ainda de julho, o time nunca mais venceu e sequer fez gol na Fonte Nova.
A equipe tem um sério desfalque na defesa, o capitão Titi, suspenso. A zaga deve ser formada pelo estabanado Rafael Donato e Lucas Fonseca. Na lateral direita fica a expectativa, mais uma vez, da escalação do colombiano Angulo, diante das inseguras atuações do menino Madson. No meio campo, Fahel volta, Feijão continua? Certos são os retornos de Marquinhos e Fernandão na frente, ao lado de Wálisson que jogou no Canindé sua melhor partida com a camiseta Tricolor, caindo pela esquerda do ataque.
O Náutico Capiberibe, lanterna da competição, vem motivado a Salvador, com treinador novo, o Jorginho, aquele mesmo que treinou o Bahia na temporada passada e conhece bem o plantel tricolor. Todo cuidado é pouco, será preciso muita determinação, até porque a rivalidade Bahia x Pernambuco estimula o confronto. É clássico nordestino, não tem favorito.
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Eleições
Com novos estatutos aprovados e registrados, eleições livres e diretas marcadas para o dia 7, sábado, feriado nacional, o E C Bahia terá um novo presidente eleito assumindo o clube no dia 9, com mandato de 16 meses, até o final de 2014, quando acontecerão novas eleições. Até agora, apresentam-se como candidatos o radialista e empresário de jogadores Antonio Tillemont, o vereador Euvaldo Jorge, o empresário e pecuarista Rui Cordeiro e o atual secretário de governo do Estado Fernando Schimidt, ex-presidente do clube no século passado. A votação acontecerá nas dependências da Fonte Nova, em urnas eletrônicas.
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Bons ventos
A gente vibra com os novos, inusitados ares ‘democráticos’ no Bahia, um time de massa. Até torcemos para que lufadas arejem também a Federação Baiana de Futebol, há anos sem fim sob a mesmice do Sr Ednaldo Rodrigues... e quiçá bafejem também o E C Vitória, sob a diretriz de um grupo comandado pela família Portela desde os tempos do famigerado Pirinho. No rubronegro o torcedor não apita, tem poucos direitos, o regime é autoritário mesmo. Lembram do Carneirão ? Fazia o que bem queria e a galera aplaudia.
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Perigoso
Por falar em Vitória... ficam reclamando das fraquíssimas rendas no Barradão, mas o fato é que o torcedor que não tem carro próprio padece um inferno para chegar em casa após os jogos, sobretudo à noite. Os buzus não chegam, muitas vezes o torcedor tem de andar quilômetros numa área perigosa até conseguir uma condução. Risco de vida mesmo. Aliás, chegar e sair da Barradão e seu entorno, mesmo de carro, é um suplício. O campinho tem seu charme mas está localizado num sítio cada dia mais ‘periculoso’ e travado. Pra muitos torcedores nada se faz para melhorar o aceso (ruas, estacionamentos, iluminação etc...) para que o clube seja obrigado a mandar seus jogos na nova Fonte Nova ou até mesmo em Pituaçu, como é desejo declarado dos que governam.
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Seleção
Dia 7 tem jogo amistoso da Seleção Brasileira, o time de Felipão campeão da Copa das Confederações, no novo estádio de Brasília, o Mané Garrincha, contra a fraca equipe da Austrália. No grupo dos convocados as boas novidades são o retorno do lateral direito Maicon, que foi o titular na Copa da África e fará sombra a Daniel Alves. Maicon, agora na Roma, tem muita força física, apesar de ter passado já dos 30, marca mais, porém é menos técnico do que o baiano do Barcelona. A outra volta que melhora muito a qualidade da equipe é a do meia mineiro Ramirez, que joga no Chelsea. Entendo que poder um dos titulares, em lugar do robusto, esforçado e limitado Hulk. Enfim, é o Felipão buscando a lapidação da equipe já de olho na Copa do mundo.