Duas missões dificeis neste final de semana para times baianos
A dupla Ba Vi, até agora com bons aproveitamento e pontuação no Campeonato Brasileiro, tem um fim de semana de teste duro, definitivo às pretensões do atual futebol baiano na competição:
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Curingão
No domingo, às 16 hs, pela tevê, o Vitória encara o Corínthians, lá em São Paulo. O time paulista, atual campeão do mundo, papa-títulos, é talvez a equipe mais bem arrumada do futebol brasileiro, pelo com bom conjunto, porque é difícil de ser vazada e está em ascensão na competição. É hora de o rubro-negro baiano mostrar para o Brasil inteiro, ligado no jogo, que não é um timeco que só atua bem dentro de sua toca, no Barradão, onde os atletas conhecem cada tufinho de grama.
O que realmente almeja o vermelho e preto baiano na competição? A euipe tem bons valores, sobretudo do meio para a frente, mas vem jogando muito à base de chutões, buscando na no contragolpe de passes longos a velocidade de Maxi Bianchucci, o artilheiro da competição. É pouco para quem quer chegar mais adiante. E esse é o jogo de mostrar que é time grande.
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Grêmio
No mesmo dia, às 18h30, na Fonte Nova, o Bahia pega o Grêmio, agora treinado por Renato Gaúcho, um time de peso, duro de ser batido em qualquer campo ou circunstância. E tem o goleirão Dida, os meias Elano e Ze Roberto, um ataque perigosíssimo com Barcos e Kleber, o gladiador (o chileno Vargas está suspenso). Na quinta, à noite, o tricolor gaúcho tomou um gude preso ( 1 x 0 ) do Coritiba, mas o time gaúcho costuma arrancar bons resultados quando joga na Bahia. No entanto, é hora, também, de o tricolor baiano dizer a todos que tem condições de ir além, almejar algo bem maior do que simplesmente não cair pra segundona. Vai ter de jogar muito ofensivamente para furar o bloqueio gaúcho e, defensivamente, não pode errar.
O torcedor acredita na volta de Fernandão, o artilheiro da equipe. Mas teme pelo lado direito da zaga, com Neto (ou Ângulo) de lateral, já que Madson não atua, e, sobretudo com o grandalhão Donato, um becão de roça, ingênuo, fácil de ser driblado, que dá chutão pro lado onde o nariz aponta e que não entende o que significa ‘posicionamento’ defensivo, não tem a menor noção disso. Num mano-a-mano com um Vargas, Barcos ou Kleber ... sei não. Te cuida Cristóvão! E pergunto: por que não a volta de Lucas Fonseca à zaga do tricolor baiano, um jogador mais técnico?
Emoções à vista para o torcedor baiano, independente das cores.
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Bobeira
No meio da semana, quarta à noite, o Vitória empatou com o Fluminense (RJ), 1 x 1, entregando a rapadura na segunda etapa, quando a equipe perdeu o ritmo, cansou, mostrou suas falhas defensivas. O time baiano começou arrasador, no Barradão, de tal forma que o atacante Fred só foi ver a cor da bola aos 20’. Maxi Bianchucci fez um golaço, mas o rubronegro deu muito chutão pra frente, sem trabalhar a bola no meio campo. O Flu foi melhor na segunda etapa e o ‘iluminado’ Fred, que não jogava bem, fez um gol de cabeça numa falha bisonha do bom goleiro Wilson, após cobrança de escanteio. E mais uma vez a sorte sorriu para os rubronegros : já nos acréscimos, aos 47’, Fred testou um cruzamento e a bola chocou-se no travessão. Um ponto, enfim, que deixou o Vitória no 4º lugar, na classificação geral. Bom.
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Bocão
Na mesma quarta, à noite, o Bahia não teve a mesma sorte e perdeu por 1 x 0 para o Atlético (PR) no estádio da Vila Capanema (Paraná), com um gol do veterano Paulo Bayer já no crepúsculo da partida. O tricolor atuou com um atleta a menos em campo desde o final do primeiro tempo, quando o árbitro, Sr Célio Amorim, de Santa Catarina, expulsou o lateral Madson, após uma dividida no meio campo, em que o lateral tentou acertar a bola e pegou a canela do adversário. Exagero a expulsão, mas ... O jogo, feio, era igual. Na segunda etapa o tricolor fechou-se, defendendo-se bem até o gol. Até teve uma chance de empatar, numa metida de Helder que deixou o meia Wálisson de cara para o goleiro, mas o atacante perdeu. Ainda houve uma penalidade em Fahel, em cima da linha da grande área, mas o árbitro preferiu ignorar e encerrou o jogo em seguida. Arbitragem sulista.
Vale registrar a atuação ridícula do atacante Souza, que substituiu (?) Fernandão e não deu um só arremate ao gol adversário. Bocão, mas bolinha de gude.
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Quem quer ?
O E C Bahia está sob intervenção, falido, com dívidas até as orelhas, os cofres rapados, mas ... foi só Dr Rátiz falar em nova eleição para o clube que logo apareceram candidatos:
Já se colocou e deu entrevistas como proponente o radialista e empresário de jogadores (dono da Antoniu’s, agenciador de Ze Roberto e Feijão) Antonio Tillemont; ele diz que se vencer deixa as atividades empresariais. Que seja. Parte da torcida corteja o diretor da CBF Virgílio ELizio da Costa Neto, que já foi presidente da FBF, tricolor de quatro costados; admite a possibilidade sim. Tem ainda o secretário de governo da Bahia, ex-presidente do clube Fernando Schmidt, um cidadão decente. Aparece ainda o vereador Euvaldo Jorge, conselheiro do clube. E é possível, sim, uma nova candidatura do ex-presidente (hoje em desgraça) Marcelo Guimarães Filho; legalmente, nada o impede de tentar, mesmo a contragosto de boa parte da torcida.
Fica a perguntinha: que há de tão atrativo ? O rombo ou as glórias passadas ?
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Cadê a torcida ?
A campanha de novos sócios do Bahia ainda não chegou a 20 mil associados, mesmo com a inscrição a 10 reais e a mensalidade a 40. Razoável a quantia. Mas a quantidade de associados, até agora, é pouca, muito pouco para o tamanho da torcida tricolor ( sobretudo todos aqueles que aderiram ao “Fora MGF!’) e, também, para as carências imediatas do clube. Falta, talvez, uma campanha publicitária, mas quem banca? O pessoal da agência que faz a propaganda do Governo da Bahia poderia dar uma mãozinha. Sidônio não estava integrado ao movimento em favor da intervenção? Então ... A meta inicial tem de ser 50 mil sócios, depois 100 mil. Aí, sim. Ou não dá para acreditar ?
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- Na semana, a intervenção no tricolor rendeu: Um major da PM, a serviço em Paulo Afonso, é funcionário remunerado do Bahia, na área de segurança. ? . Pior, ficamos sabendo que o Departamento Jurídico do clube era de fato ‘comandado’ por duas irmãs do presidente Marcelinho, com salários de 15 mil e 8 mil reais, cada. Trabalhavam? Por essas e outras é que o clubes sempre apanhou feio nas questões trabalhistas e nos julgamentos dos atletas, aqui e no tribunal da CBF. E o Dr Ismerim, data vênia, fazia o quê ? Arre!
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Chegar e sair do Barradão, mais ainda à noite, é um risco, um suplício. As obras prometidas de infra-estrutura, no entorno, não acontecem.Tem torcedor esclarecido comentando que os poderes estaduais e municipais querem inviabilizar o Barradão para dar todos os ganhos a Nova Fonte Nova e também Pituaçu, que não pode fechar. O público aquém do esperado por lá tem a ver com as dificuldades de acesso. Óbvio.