Empate justo. Espetáculo de bom nível técnico, sim, futebol digno de primeira divisão.
Só faltou o gol. Nova Fonte Nova quase cheia, cerca de 40 mil torcedores nas arquibancadas, mais vermelho e preto que tricolor até porque o mando de campo era do Vitória, um jogo bem jogado, disputado, chances de lado a lado, boa arbitragem, bom ritmo, mas as defesas prevaleceram, a marcação forte impediu que as redes balançassem. Coisa de clássico, sem superioridades flagrantes, dentro dos conformes, sem assombrações.
O rubronegro começou em cima, tentando impor velocidade pelo lado direito, mas esbarrou na forte marcação imposta pelo lateral Raul e pelo apoiador Helder em Nino e Maxi Bianchucci, os velocistas. A primeira chance foi do zagueiro Gabriel, cabeceando por cima uma falta lateral cobrada por Escudero.
O tricolor respondeu com uma tabela pela esquerda, Wálisson fechou, livrou a zaga e bateu forte: Wilson olhou e a bola raspou a trave. Aos 28, novamente Wálisson levou pela canhota e rolou para Helder que fuzilou rasteiro: a bola triscou no rodapé da trave. A despeito de o rubro-negro ter mais a posse de bola, o Bahia era mais agudo. Talisca , duas vezes, e Rafael tentaram em chutes da entrada da área. Mas, aos 30, Maxi Bianchucci encaixou um contragolpe, driblou Titi e, na hora do chute, foi travado por Lucas Fonseca, a bola raspou. Quase.
Na segunda etapa, duas substituições por lesões, logo no começo, no time vermelho e preto: Camacho em lugar de Cajá e Daniel substituiu Nino. Aos 4’, Escudero fez ótima jogada, limpou na entrada da meia lua e bateu forte, errando por pouco. Talisca respondeu com um balaço de canhota, de fora, forçando ótima defesa de Wilson, espalmando.
Aos 18’, Wálisson foi ao fundo e rolou para trás, mas Fernandão errou feio o arremate. Aos 25 Fernandão perdeu a melhor chance da partida, a bola do jogo: Hélder enfiou pelo alto, a zaga falhou e o atacante dominou e entrou livre, de cara, mas Wilson agigantou-se e evitou o gol. O jogo ficou aberto, lá e cá. Aos 27’ Lomba trabalhou bem e aos 46’ Wálisson alçou na pequena área, cobrando falta, e Fernandão não pegou a cabeçada, livre (a torcida tricolou fez úúú ! era o gol sonhado).
Empate justo. Espetáculo de bom nível técnico, sim, futebol digno de primeira divisão.
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Destaques:
No Bahia, os garotos da divisão de base jogaram muita bola: Feijão, o melhor deles, um gigante na marcação, não tremeu; Talisca, o mais lúcido, bons passes, ótima visão de campo; Mádson firme. Muito boa atuação também do lateral Raul e do estreante Wálisson enquanto teve fôlego. A zaga de Titi e Lucas chegou junto.
No Vitória, como sempre a boa marcação de Michel e Cáceres; Cajá não conseguiu espaço com a marcação de Feijão, em cima; foi substituído pelo estreante Camacho, canhoto e discreto. O artilheiro Maxi tentou, ciscou, catimbou enquanto teve pernas, mas não conseguiu finalizar; sumiu na segunda etapa. Dinei sumido. Escudero foi o melhor, manteve o ritmo até o final.
Belo duelo tático dos treinadores Cristóvão e Caio Jr. E parabéns ao árbitro Paulo Cesar de Oliveira, sereno, sem complicar, ora viva !
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Domingo próximo, o Vitória vai ao Paraná e enfrenta o bom time do Coritiba, do veterano meia, o cracaço Alex. Jogo muito difícil. A partida acontece às 18h30.
No mesmo dia e horário, o Bahia enfrenta o Goiás, na nova Fonte Nova. Boa chance de fazer três pontos, assumir a casa como sua e chamar a torcida de volta, com confiança na equipe.
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Crise no Morumbi
E o todo-poderoso São Paulo, hein? O que é o futebol !!! Sete jogos sem vencer, o torcedor pedindo a cabeça do presidente Juvenal (uma figura esquisita, falastrão) e vaiando os principais astros da equipe, depois da derrota no Morumbi, em casa, por 3 x 0.
E não se trata de uma equipe ruim, são jogadores caros, experientes, de qualidade técnica reconhecida por todos: Rogério Ceni (um dos melhores goleiros da história do clube, Lúcio (zagueiro de seleção, campeão do mundo), Rodrigues (lateral de seleção argentina), Denílson (rodagem internacional), Wellington, Oswaldo, o artilheiro Luis Fabiano, o ‘fabuloso!’, o ótimo meia Ganso ...
Como se explica a queda repentina dessa equipe? Fase ruim, coisas do futebol, mistérios... Ninguém desaprende de jogar bola de uma hora para outra, mas há momentos em que nada dá certo, mesmo com elenco de jogadores caros e famosos. Sò os deuses ou deusas da bola explicam.
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Canta, Galo !
Quarta-feira tem a final da Libertadores das Américas, no Mineirão: Atlético Mineiro X Olímpia. O primeiro jogo, lá, deu 2 x 0 para os paraguaios. O Atlético precisa ganhar com três gols de diferença. Se empatar, teremos prorrogação, penalidades ... até se saber o Campeão, quem leva a taça. O torcedor do Galo acredita ainda. É preciso que Ronaldinho Gaúcho volte a jogar; em Assunção ele foi decepcionante, errou tudo, e foi substituído.
O time mineiro tem desfalques nas duas laterais. E o time paraguaio não é uma equipe ‘pirata’. Tem valor.