Dupla BAVI vai bem no campeonato nacional
Um fim de semana de bom futebol, gols e emoções. Começou no sábado, com o empate do Bahia contra o Vasco, no Rio. No domingo à tarde, a seleção brasileira treinada por Felipão reencontrou-se com o bom futebol, com o triunfo e com a torcida, vencendo a França, uma velha carrasca, por 3 x 0, no Rio Grande do Sul. No domingo à noite, nos gramado de formigueiros do Jóia da Princesa, em feira de Santana, o Vitória, com um pouco de sorte e muita objetividade, venceu o Atlético do Paraná ( 3 x 2 ) e está entre os primeiros colocados do Brasileirão 2013, certame que para até julho para a realização da Copa das Confederações.
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Habemus time ?
A seleção treinada por Felipão enfim fez um bom jogo, sobretudo na segunda etapa, contra uma equipe européia forte e que há cerca de duas décadas não perdia para o Brasil. A partida, disputada na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, começou encardida, com marcação dura de parte a parte, o time brasileiro sem encontrar espaços para trocar passes, dando chutões e fazendo lançamentos longos. Durante boa parte dessa etapa de jogo o time francês foi melhor e até desfrutou de uma ou duas chances de gol.
Na segunda etapa o jogo tornou-se mais aberto, o time de Felipão voltou melhor distribuído em campo e, aos poucos, foi tomando as rédeas do jogo. Aos 8 minutos, num contragolpe veloz, Fred recebeu fora da área, pelo lado esquerdo (numa das poucas vezes em que se deslocou, saiu da área congestionada) e viu Oscar penetrando pelo meio, passou-lha a bola rasteirinha e o meia finalizou bem : 1 x 0. O time Francês abriu-se tentando o empate e o jogo ficou bom de ver. Aos 10’ Dani Alves tramou com Hulk pela direita e, no meio, livre, Oscar quase amplia. Aos 14’, Julio Cesar salvou uma bola que resvalou na canela de David Luis e quase entra.
Felipão mexeu no time, por volta dos 20’, colocou em campo Fernando, Lucas e Hernanes e a equipe cresceu ainda mais, explorando o cansaço do time europeu. Aos 39, num belo e rápido contragolpe, Hernanes recebeu um passe de prima, açucarado de Neymar e finalizou: 2 x 0. Pra finalizar, aos 45’, Marcelo fez ótima jogada individual varando a defensiva adversária até ser derrubado na área: Lucas bateu a penalidade e fechou o caixão francês: 3 x 0.
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O time mostrou evolução. Dani Alves e Marcelo criando pelas laterais, a zaga (David Luis e Tiago ) bem plantada, Luis Gustavo protegendo bem, na marcação. Paulinho melhora quando é liberado, se solta, vai para a frente. Hernanes entrou e fez a diferença, com passes rápidos e precisos, lançamentos longos e deslocamentos; Oscar se movimentou e fez gol; Fred pouco pegou na bola e Neymar, sem presepadas, foi útil.
A vitória, larga e indiscutível, significa muito para a equipe, para o trabalho de Felipão, pois dá confiança, relaxa o grupo para jogar mais à vontade e chama o torcedor. O estímulo da torcida será importante nos jogos da Copa das Confederações, que já começa no sábado, quando o Brasil enfrenta o Japão no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Afinal, há quanto tempo não ganhamos da França, não vencemos um time, uma seleção de ponta do futebol europeu, há quanto tempo não fazemos 3 x 0 ?
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Formigueiros
Nem os montinhos de formigueiros no gramado do Joia, em Feira, pararam as ‘formiguinhas’ do Vitória. Mesmo com os chutões, as bolas altas, os lançamentos longos, a dificuldade de por a bola no chão em função do piso irregular, Vitória e Atlético do Paraná, dois rubronegros, fizeram um jogo movimentado e bom de ver, no começo da noite de domingo, em Feira de Santana. O time baiano sem contar com o avante Dinei, o lateral Nino e sem o meia Cajá, jogadores que fazem a diferença. Mas estava em campo o gringo Maxi Bianccuchi, o baixinho primo de Messi, artilheiro, endiabrado. Ele e os outros ‘gringos’, Cáceres (paraguaio) e Escudero (argentino) decidiram.
Num jogo aberto, lá e cá, aos 27 minutos Maxi recebeu, encarou a zaga adversária e deixou o paraguaio Cáceres de frente; ele bateu forte, cruzado, fazendo 1 x 0. Não demorou muito, o Atlético atacou pela esquerda , houve um cruzamento rasteiro e forte, o goleiro se atrapalhou com a zaga e Éderson pegou a sobra, empatou: 1 x 1. Jogo corrido, a zaga baiana rebateu forte, o gringo Maxi dominou girando sobre o zagueirão, arrancou em velocidade e arrematou certeiro, fazendo golaço : 2 x 1. O time paranaense ainda meteu uma bola no travessão na primeira etapa.
O segundo tempo continuou franco, mas sem a mesma velocidade. O time baiano mais encolhido, esperando a chance do contragolpe e o Atlético buscando o empate, que veio aos 34 minutos, após cobrança perfeita de falta executada pelo veterano Paulo Bayer: o zagueiro Luis Alberto aproveitou-se da falha de Gabriel paulista e enfiou a cuca: 2 x 2.
O Vitória parecia pregado, alguns jogadores mancando em campo, mas, na raça, com um pouco de sorte, Escudero recebeu um passe longo, já aos 42 minutos, a zaga vacilou, o gringo tropeçou num formigueiro e caiu, mas mesmo no chão conseguiu, com raça, finalizar e fazer os 3 x 2. Aos 46 minutos, Paulo Bayer lançou na área, a bola cabeceada chocou-se no travessão e, na sobra, Éverton encheu o pé para uma defesa espetacular e salvadora do goleirão Wilson, garantindo o placar. Vitória na ponta da tabela de classificação.
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Cariocada no apito
No sábado à noite, em Volta Redonda (RJ), com uma arbitragem escandalosamente ‘carioca’ do paulistano Marcelo Aparecido de Souza (anotem esse nome), o Bahia empatou com o Vasco da Gama ( 1 x 1 ), gol do raçudo e oportunista Fernandão. O tricolor baiano, de camisa nova (branca), abriu o marcador aos 7 minutos, num lançamento comprido do meia Helder; Fernandão acreditou, ganhou na corrida do zagueiro e chegou na bola antes do goleiro dando um toque por cima – 1 x 0.
Então, o que se viu? Uma arbitragem confusa (ou tendenciosa?), marcando faltas seguidas contra o time baiano em qualquer encontrão no meio campo e totalmente envolvida pela ‘malandragem carioca’ do meia Carlos Alberto, sempre metendo o braço na cara do adversário e caindo no gramado, simulando faltas a cada disputa de bola. Num desses lances, dentro da área, o meia carioca atirou-se sobre Fahel, numa jogada manjada, e o árbitro nem titubeou, apitou o pênalti contra o Bahia. Aos 21’, o mesmo Carlos Alberto bateu a penalidade e empatou: 1 x 1.
Aos 12 ‘ da segunda etapa, o ‘soprador de apito’ ainda expulsou de campo o meia Diones por uma falta tola cometida no meio campo. O treinador Cristóvão fechou o time na defesa e suportou até o final a pressão vascaína e os erros seguidos do árbitro, até o último minuto, sempre favorecendo o time da casa. Houve apenas um lance, aos 15’, em que o Vasco teve a pique de marcar: uma cabeçada de André no travessão e, na sobra, o centroavante Edmílson arrematou de dentro da pequena área ... mas Lomba fez uma defesa espetacular.
Méritos pelo empate à determinação de toda a equipe, a aplicação defensiva, ao esquema e substituições do treinador Cristóvão Barros e atuações acima da média de Lucas Fonseca, Fahel e Fernandão.
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O que a torcida agora espera é que, nesses 20 dias de recesso do Brasileirão (para a Copa das Confederações), o clube possa se estruturar fora de campo, resolva seus problemas jurídicos, políticos e administrativos; que as pendências com o plantel (salários, outros pagamentos atrasados, contratações) sejam resolvidas e o treinador Cristovão tenha, no segundo semestre, condições de planejar e almejar um desempenho melhor, de time grande. O Bahia precisa brigar por melhores colocações, não pode se limitar a fugir , cada ano, da zona de rebaixamento do Brasileirão. A torcida merece e exige algo melhor, um elenco mais qualificado. Quanto ao resto... que a Justiça resolva e os dirigentes esclareçam, se foram capazes.