Destaque sobretudo para o comportamento coletivo da equipe do Bahia, pela disposição em campo. Parabéns ao treinador Cristovão que conseguiu arrumar taticamente o time
Futebol é um esporte fascinante e diferenciado por essas e outras. Ora, quem, em sã consciência, apostaria num resultado positivo do Bahia, atolado em crise dentro e fora de campo, sobre o poderoso Internacional de Porto Alegre, lá na friorenta cidade de Caxias do Sul, onde o time colorado não sabia o que era derrota?
Pois, com um time recheado de garotos, desacreditados, muitos vaiados pela sua própria torcida, a equipe encarou o campeão gaúcho e ganhou pelo placar de 2 x 1. Chegou a fazer 2 x 0 e mereceu o triunfo pela garra, pela disposição tática em campo, porque não se intimidou, jogou de igual para igual, brigando pela bola o tempo inteiro.
Foi um bom jogo, emocionante, disputado. O Bahia não esperou pelo Colorado, partiu pra cima logo que a bola rolou, marcando a saída de bola, imprimindo velocidade. Aos 7 minutos, Marquinhos levou a zaga na conversa e bateu forte, para fora.
Aos 8’ Fred, também de fora, acertou o travessão de Lomba, assustando. Aos 9’, o tricolor bateu rápido uma falta no meio campo, pegando a zaga do Inter distraída; Ryder, nas proximidades da meia lua, acertou um balaço, sem chances para o goleiro Muriel : 1 x 0. Mesmo com a vantagem, o tricolor não recuou, marcou bem no meio campo e ameaçou nos contragolpes.
O Inter voltou com tudo para a segunda etapa, pressionando com bola alçadas sobre a área, mas a melhor chance foi de Fernandão, numa bela cabeçada que Muriel salvou com uma defesa espetacular. Aos 16, depois da cobrança de um escanteio que a defesa colorada não neutralizou, Fernandão pegou o rebote, driblou o marcador e enfiou a canhota: 2 x 0. Três minutos depois o Inter diminuiu após um chutão pro alto; a defesa do Bahia parou pedindo impedimento, que a arbitragem não deu, e Forlán não perdoou a bobeira da zaga: 2 x 1. A partir daí o jogo pegou fogo!
A pressão foi total, muitas bolas alçadas na área, a parte física do time gaúcho prevalecia, mas com boa atuação defensiva, o tricolor segurou o placar, quebrando um tabu de nunca ter vencido antes o Internacional em campos do sul e valendo pelo campeonato brasileiro.
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Destaque sobretudo para o comportamento coletivo da equipe do Bahia, pela disposição em campo. Parabéns ao treinador Cristovão que conseguiu arrumar taticamente o time com um plantel limitado, sem estrelas, jogadores jovens e alguns bem criticados anteriormente. O goleiro Lomba, vaiado e execrado pelo torcedor, fechou o gol.
Os garotos Madson e Jussandro, laterais, correram e jogaram muito. A zaga de Lucas Fonseca e Titi suportou bem a pressão adversária. Ryder, Marquinhos e Fernandão atuaram bem, brigaram, incomodaram a defensiva gaúcha.
No Inter, destaque para o trio Fred, Forlán e D’Alessandro, argentino que parece estar em todos os cantos do campo.
Destaque negativo para o árbitro Edivaldo Elias da Silva, que, a partir de um certo momento, só via faltas em favor do time da casa e, num jogo limpo, aplicou sete cartões amarelos a jogadores do time baiano. Ainda deu 5 minutos de acréscimos. Perecia querer o empate a todo custo.
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No meio da semana o tricolor pega o Botafogo do Rio, certamente em Aracaju, já que os estádios de Salvador, todos, estão á disposição da FIFA, para a Copa das Confederações.
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Empate no Maraca
Na reinauguração do Maracanã, festividade carioca nas alturas, a seleção do Felipão não conseguiu vencer a equipe mesclada da Inglaterra ( 2 x 2 ) e frustrou público e mídia esportiva. Desde a Copa do Mundo de 2010, na África, não conseguimos vencer uma partida sequer contra uma seleção de primeiro naipe. O jogo foi o primeiro em preparação para a Copa das Confederações, que começa daqui a duas semanas. No próximo domingo acontece um novo amistoso preparatório, em Porto Alegre, contra a equipe da França.
A despeito de uma escalação não muito aceitável em princípio – Luis Felipe na lateral esquerda, Luis Gustavo na frente de zaga e Hulk no ataque, segundo o treinador por serem jogadores mais altos e mais fortes, melhores adaptados ao jogo de contato físico inglês -, o time brasileiro fez um bom primeiro tempo, atacou mais, teve o domínio do campo, chutou umas dez vezes contra a meta inglesa mas o gol não saiu. Podríamos dizer que o melhor atleta em campo na primeira etapa foi o goleiro Joe Hart, que trabalhou muito para evitar que sua meta fosse vazada em chutes de Daniel Alves, Neymar, Oscar, Hulk ... com defesas arrojadas. Sò aos 39’ de jogo o goleiro brasileiro Júlio Cesar teve de intervir, num bom arremate inglês.
As emoções estavam mesmo reservadas para a segunda etapa. Hernanes, que entrou em lugar de Luis Gustavo arriscou de longe, aos 11 minutos, a bola bateu no encaixe do travessão com a trave e voltou limpa para o arremate do sortudo e oportunista Fred: 1 x 0. Com Paulinho fora de Posição e Hernanes mais avançado pelo meio, o time inglês achou espaço e criou chances de gol aos 18 e 19 minutos. Aos 21, o garoto Chamberlain empatou, pegando forte e seco, da entrada da área: 1 x 1. Aos 33’, com o time de Felipão espiando o adversário jogar, o atacante Rooney pegou de fora, com Júlio Cesar adiantado tal qual Lomba, e acertou o ângulo, fazendo um golaço ! 2 x 1 para os ingleses. Poucos minutos depois, Paulinho empatou num belo arremate de primeira, da entrada da área : 2 x 2. Minutos depois o meia do Corínthians foi substituído por Felipão, no instante em que tinha encontrado seu espaço em campo pra jogar.
No final, muitas vaias. Estamos longe, muito longe de uma equipe confiável, competitiva. Não temos um meio campo definido - marcamos mal na frente da zaga e não temos um grande armador - e nosso ataque continua pecando nas finalizações. Neymar, de golinha alta e cabelo menos espalhafatoso (a pedido do seu novo time, o Barcelona) fez um belo primeiro tempo, mas caiu de produção com todo o time na segunda etapa. O astro se apresenta ao Barça nesta segunda, em festança no Camp Nou; depois, pega o avião de volta e se reapresenta para os treinamentos da seleção do Felipão em preparativos para a Copa das Confederações.
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Vitória vence mais uma
Na noite outonal de sábado, Barradão quase cheio, o Vitória continuou a boa arrancada na sua volta à Primeirona: com dois gols do centroavante Dinei, um em cada etapa e o segundo cobrando um pênalti, o rubronegro venceu sem sobressaltos o tíbio time do Vasco da Gama e está entre os primeiros colocados na tabela de classificação, com méritos.
A despeito da pegada forte do time carioca, o Vitória começou imprimindo seu ritmo veloz, atacando pelas laterais e, já aos 4 minutos, Dinei, de cabeça, teve a chance de abrir o placar. Aos 9 e 11 minutos, em jogadas rápidas pelos flancos o time baiano esteve a pique de marcar, enquanto o Vasco somente aos 21’ fez seu primeiro chute a gol. O rubronegro dominava o meio-campo e o time cruzmaltino errava muitos passes. Aos 31’, Gabriel Paulista enfiou longo para Escudero, aberto na esquerda e nas costas da zaga, o argentino foi ao fundo e bateu cruzado, rasteiro para a entrada rápida de Dinei, que se antecipou ao marcador e estufou as redes: 1 x 0, em jogada objetiva, simples e bem executada pela equipe de Caio Jr.
O meia Cajá, que dá o ritmo da equipe em campo, não voltou para a segunda etapa, machucado. O Vasco, orientado por Autuori, voltou marcando mais à frente, sufocando, buscando o empate a todo custo, mais na raça do que na técnica. Aos 4 minutos, Pedro Kem bateu de fora e queimou o travessão. Aos 5’ o time carioca fez um gol, num chute da entrada da área que desviou na zaga enganando o goleiro Wilson, mas o bandeira anulou, marcando um impedimento que só ele viu. Aos 13’, num agarra-agarra comum em cobranças de escanteio, o árbitro Heber Roberto Lopes marcou pênalti de Renato em Vitor Ramos. Dinei bateu forte e ampliou: 2 x 0.
Esse gol, parece, quebrou a guia do Vasco e a partida amornou. Desnorteado, o Vasco errava muito, não dava sequência às jogadas e aos poucos foi desistindo do jogo, até por falta de melhor condição técnica; enquanto o Vitória acomodou-se, administrou o resultado até o final, sem sustos.
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Destaques no Vitória para a dupla de zaga (Vitor Ramos e Gabriel), sem falhas; o bom futebol de Cáceres, Escudero e Cajá, até enquanto agüentou. Dinei, pelos dois gols.
No Vasco, apenas o conhecido Pedro Kem (ex-Vitória) mostrou futebol. Uma equipe sem talentos e sem padrão de jogo.
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O Vitória , pelo Brasileirão, enfrenta o Grêmio em Porto Alegre, na quarta-feira.
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A cidade já vive o clima da Copa das Confederações ! Ligue-se !