O jogo foi o da estréia do retorno (mais uma vez) de Joel Santana, o ‘papai Joel’ como treinador da equipe. Equipe não, um bando em campo!
O torcedor do Bahia está virado no cão com o time e com a Arena Fonte Nova. O time fez seu segundo jogo por lá e ainda não venceu – tomou uma vergonhosa goleada há uma semana do grande rival e na tarde desse domingo não passou de um empate – 1 x 1 – contra o Vitória da Conquista, jogando um futebolzinho irritante. Caldeirão de quem mesmo ?
No final da partida, descendo a velha Ladeira da Fonte vi torcedor tricolor xingando: ‘Essa Arena é do diabo!’.
Bem os resultados dos três jogos disputados na Nova Arena Fonte Nova foram, no mínimo, estranhos, imprevisíveis, para uns até absurdos: Vitória 5 x 1 Bahia, na inauguração, um escândalo. No sábado recente o mesmo Vitória levou um gude preso inimaginável do ‘diabo rubro’, o Botafogo (1 x 0), jogando uma titica; e, na tarde do domingo, com quase 15 mil pessoas nas arquibancadas, a absoluta maioria de tricolores, esse empate murrinha contra o time do interior, com gols perdidos de montão, a bola parecia não querer entrar. Xô satanás !
Mas a irritação do torcedor não é só com o time apático em campo. Já no meio da segunda etapa e no final do jogo, mais do que vaias, a torcida entoou em coro nas arquibancadas: “Ô Marcelinho, vá se f...der/ O meu Bahia não precisa de Você!” . Bem, Marcelinho todos bem sabem quem é: o presidente do clube, deputado Marcelo Guimarães Filho. Nem aí pra cantoria.
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O baba
O jogo foi o da estréia do retorno (mais uma vez) de Joel Santana, o ‘papai Joel’ como treinador da equipe. Equipe não, um bando em campo!
O time da capital levou um passeio do Vitória da Conquista no primeiro tempo. Perdia todas as divididas no meio campo, não conseguia marcar na frente da zaga e o lado direito da defesa, com Neto e Dani Moraes parecia uma avenida – lembre-se que foi por ali que o Vitória fez 4 dos 5 gols na goleada que até hoje dói no lombo tricolor. A equipe fez um futebol burocrático, sem chispa, pouco inteligente, lento, previsível.
A despeito de o time do interior ter mais a bola e o domínio do jogo, aos 5 minutos Diones recebeu livre na área mas bateu mal, para fora, e aos 16’ Obina também desperdiçou outra oportunidade com o gol à mercê. O Vitória da Conquista marcou aos 25’, com uma bela cabeçada do bom e veterano zagueiro Sìlvio, testando uma bola alçada de escanteio, livre. O tricolor empatou também numa cabeçada de Obina após o escanteio cobrado por Neto, vaiado o tempo inteiro pelo torcedor que não esqueceu seu fraco desempenho no BaVi.
O treinador Joel fez uma estranha substituição, no intervalo: sacou o lateral Neto, que não vem jogando bem, puxou o meia DIones para a lateral e colocou Toró, seu velho conhecido dos tempos do Flamengo, a flutuar no meio campo. Melhorou a marcação no meio, com Toró, mas ficou sem jogada pela lateral, com Diones perdido e sem velocidade. O Conquista voltou melhor ainda e apertou o cerco no começo da segunda etapa. O tricolor continuava com muita dificuldade de retomar a bola, mas tinha já algumas tramas de velocidade no contra-ataque, com uma boa atuação de Rosales, na ligação entre defesa e ataque.
Assim, Helder, aos 11’, perdeu um gol incrível, de frente, ao receber de Obina. Aos 15’, após tentar um chute de meia distância, Souza sentiu uma fisgada na perna (mais uma) e saiu de campo sob vaias da torcida; certamente mais duas, três semanas de estaleiro, o que tem sido rotina. Entrou outro do chamado grupo ‘come e dorme’, o Zé Roberto.
Aos 17’, após boa trama de Rosales, Obina e Zé Roberto, o goleiro Alex salvou. Aos 25, Obina perdeu de cara, livre, batendo por cima. Aos 28’, após uma blitze tricolor, um ‘milagre’ de Alex, um dos destaques do jogo. O ritmo caiu e o Vitória da Conquista segurou bem a bola até o final. Justo empate.
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No time interiorano, destaques para o goleiro Alex, com ótimas intervenções; a experiência do zagueirão Sílvio; um ótimo futebol do lateral Raul (o melhor do campeonato), do marcador Júnior Gaucho e do meia Thiaguinho. É uma equipe bem treinada por Ubirajara Veiga.
No Bahia, estiveram bem o goleiro Omar, Souza enquanto teve pernas e o meia argentino Rosales, mostrando domínio e boa visão de jogo, bons passes. Sò.
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Com o triunfo obtido no meio da semana ( 2 x 0 ) contra o Maranhão, em São Luis, pela Copa do Brasil, o Bahia eliminou um possível segundo jogo contra o adversário e o treinador Joel Santana ganhou uma semana livre para conhecer mais a equipe, decifrar o que está acontecendo, o porquê da bolinha que o time vem jogando, desmotivado, em bando, atarantado... e buscar soluções, já, porque o Campeonato Baiano se afunila e jogando assim o tricolor não vai a lugar nenhum. O objetivo do clube é o bi-campeonato baiano. O torcedor, baianamente, pergunta: ‘aooonde?’
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Botafogo
Sábado, no campinho linheiro da nova Arena Fonte Nova, o Botafogo, que era o lanterna do campeonato, descabaçou o Vitória, até então o único invicto da competição – 1 x 0, numa aula tática do treinador Ricardo Silva sobre Caio Jr, com um gol de Iuri ainda na primeira etapa.
Foi pouco, o alvirrubro merecia mais. Logo no começo , por exemplo, o árbitro não marcou uma penalidade máxima de Nino Paraíba, claríssima, e Deola foi o melhor em campo no primeiro tempo do jogo, com umas três ótimas e providenciais defesas, o Botafogo em cima.
Fica a pergunta: Aquele mesmo time que goleou o Bahia há uma semana ( 5 x 1, lembra? ), com gols belíssimos, tomou 2 x 1 no meio da semana do desconhecido time do Mixto, pela Copa do Brasil e levou um gude preso do Botafogo, no sábado. Como se explica? Salto alto ?
Contra o Mixto o time parecia de ressaca, cansado e reclamou muito do gramado alto, mas contra o Botafogo, na grama baixa e perfeita da Fonte Nova (que disseram ter sido o principal motivo da boa qualidade do futebol rubronegro no clássico) o time não rendeu: marcou mal, não evoluiu no meio campo e abusou de perder oportunidades na frente.
Ou terá sido aquela arrogância fatal? Afinal, o Botafogo tem na equipe 11 jogadores do Vitória, que paga seus salários, e ainda a comissão técnica. O Botafogo é uma filial do rubronegro, ora. Na segunda etapa, o alvirrubro não se acovardou, e criou também boas chances de ampliar, nos contragolpes.
Parabéns a Ricardo Silva, o treinador, pela aplicação tática do time, pela qualidade do futebol jogado, pelo placar, também histórico para o Botafogo: era seu mando de campo, a primeira partida jogada na Nova Fonte Nova. O resultado põe o Botafogo na disputa, levou o time à briga pela classificação na chave do Bahia.
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Destaques para o goleiro Caio, que fechou o gol do Botafogo com excelentes defesas, sobretudo na segunda etapa. Totinga anulou Biancucchi, escorou Escudero. No meio campo, Iuri mostrou bom passe, visão de campo e Wiliam, meia atacante, é o melhor do time.
No Vitória, Deola foi bem, Biancucchi e Escudero jogaram um bom primeiro tempo, mas cansaram. Cajá foi expulso depois de um carrinho por trás, tolo, recebendo o segundo amarelo. Mais um destaque negativo para o zagueiro Vitor Ramos que, já no final, chutou por trás e sem bola o garoto do Botafogo, nervosinho com o toque de bola, o olé botafoguense. Também expulso, justamente. Ambos prejudicam o clube, suspensos.
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Um publico seleto, diferente nas arquibancadas do estádio, com muitos espaços vazios ( menos de 10 mil pagantes). Mas parte da torcida rubronegra vaiou o time e o treinador Caio Júnior, antes mesmo de o jogo terminar.
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Na noite de terça-feira o time já volta a campo, certamente no seu Barradão, para enfrentar o Mixto, na partida de volta pela Copa do Brasil. Tem de vencer ou cai fora precocemente da competição e a equipe entra em crise. Vê só como é o futebol, uma montanha russa! Um sobe e desce. Tudo depende de gols, resultados.
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Nova Fonte Nova
Notícia boa: por esses dias estará de volta à entrada da Fonte Nova, do lado da Ladeira da Fonte, a estátua do Rei Pelé, já restaurada, num novo pedestal e protegida por um gradeado. Seria bonito se o Sr Édson Arantes do nascimento comparecesse num ato festivo de reinauguração. Será? Convidaram-no ?
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Há notícias de apresentações do astro Paul Mc Cartney ( Beatles) no Mineirão, em Goiânia e em Fortaleza, no Castelão. Beyoncé se apresentaria em Brasília, Curitiba e na arena de Recife. E ‘nóis fica’ só com aquele showzinho chulé de abertura (com Ivete, Claudia Leite, Margareth e Olodum), é ? Quando teremos um grande espetáculo internacional na nova Fonte Nova ? Hum ?
Espanha e Alemanha
Definida a semifinal da Copa dos Campeões da Europa a mais competitiva e mais organizada competição de clubes do planeta: duelo entre Espanha e Alemanha, onde se joga hoje o melhor futebol.
O Barcelona pega o Bayern de Munique, para mim os dois melhores, um duelo com gosto de final. E o Real Madrid se defronta com o Borússia Dortmund. Os primeiros jogos acontecem na Alemanha, nos dias 23 e 24 próximos. Os jogos de volta, na Espanha, nos dias 30 de abril e 1º de maio. Os vencedores disputam o título numa só partida, dia 25 de maio, em Londres, campo neutro.
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Nesse momento, Espanha, Alemanha, Argentina, França, Itália, Croácia ... possuem seleções melhores que a do Brasil e vêm para a Copa de 2014 com algum favoritismo. A Copa das Confederações, agora em junho, será um bom aperitivo e vai mostrar, dizer se teremos alguma chance na Copa do Mundo que acontecerá em estádios brasileiros.
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