E a convocação de Felipão? Estranhei o chamado de Júlio Cesar, goleiro que caiu muito de produção depois da Copa na África do Sul, quando se desentendeu com a bola ‘jabulani’
Sentimento
Domingo de futebol em clima de espanto e alma apertada diante da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com mais de 230 mortes, a grande maioria de jovens. Sò queriam um pouco de prazer na noite de verão, mas caíram na armadilha dos gananciosos. Até quando ? Precisamos repensar essa sociedade que construímos... cheia de tapeações.
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O ‘baianão’ se desenrola, desinteressante, sem atrativos... arquibancadas às moscas. A Copa do Nordeste parece mais instigante, mas o torcedor ainda não pegou gosto. Mas a bola está rolando ...
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No Castelão
Na tarde e noite de domingo, com uma rodada dupla, aconteceu a inauguração do novo estádio Arena Castelão, em Fortaleza, com dois clássicos nordestinos: Fortaleza 0 x 0 Sport do Recife. Ceará 0 x 1 Bahia. Mais que um ótimo resultado, um placar que fica na história: o Bahia carimbou a inauguração do novo Castelão, o estádio-arena cearense.
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Por mais absurdo que possa parecer, os baianos tiveram de ‘ver’ o jogo do tricolor baiano contra o ‘vôzão’ cearense pelas ondas do rádio, como nos ‘antigamentes’, imaginando os lances, porque a TV que comprou os direitos de transmissão da Copa do Nordeste (TV Bahia), preferiu passar direto a partida do Barradão, à tarde, e ignorou o jogo de Fortaleza (que começou às 18:30h e a Globo não admite que suas retransmissoras mudem a tal grade de transmissão, ora!) mesmo sendo um evento nacional; O torcedor enganado, pra variar, afinal, o Castelão é o primeiro dos novos estádios reformados e ou construídos para a Copa do Mundo de 2014 a ser inaugurado. Será que não merecia uma cobertura e transmissão ao vivo ?
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A primeira etapa começou ‘pegada’, com muitas faltas, jogo corrido. O garoto Ryder perdeu boa chance aos 30 minutos, concluindo para fora boa trama de Ze Roberto e Jéfferson. Aos 32 min saiu o gol histórico (o primeiro gol no novo Castelão!) de Kléberson, aproveitando-se de um rebote do goleiro Fernando Henrique, chutaço! 1 x 0. O Ceará não sentiu e foi pra cima, descontar. O goleirão Lomba, sempre meio adiantado, levou duas bolas de cobertura no travessão, aos 37 e aos 39 minutos; mas o garoto Ryder quase marca de cabeça, aos 45’, forçando uma milagrosa intervenção de Fernando Henrique.
Na segunda etapa, o ‘vozão’ apoiado pelo torcedor cearense buscou o ataque, mas o Bahia defendeu-se bem e buscou os contragolpes; o jogo ficou gostoso de ver/ouvir, lá e cá. O tricolor não recuou, usou bem a meninada da base nas substituições mantendo a velocidade e venceu com superioridade, a despeito do placar enxuto. O Bahia atuou bem, arrumadinho, e mereceu o resultado.
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Destaques
A zaga de Dany Moraes e Titi não errou. Kléberson fez o gol histórico. O garoto Ryder jogou feito gente grande e Zé Roberto correu muito e , pelo que ouvi, atuou bem. Acho que a chegada de Obina, de Toró, de Pablo, de Adriano e Rosales (o argentino) vai fazer sombra e exigir que os titulares se cuidem.
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Garotada
A equipe sub-15 do Bahia empatou com o São Paulo ( 1 x 1 ) na final do campeonato brasileiro da categoria, no interior paulista, na manhã de domingo. O título foi decidido nas penalidades máximas e o São Paulo venceu, deixando o tricolor baiano como vice-campeão brasileiro. Mais um bom desempenho dos meninos da base, depois da boa atuação da categoria sub-20 na Copinha São Paulo. Dá esperanças de que o tricolor possa formar boas equipes com jogadores da casa nos próximos anos. Isso é muito positivo.
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No Barradão
Na sua toca, à tarde, diante de um público acanhado, o Vitória não jogou uma bela partida inteira, mas venceu por 2 x 1 o ASA de Arapiraca e somou 9 pontos em três partidas disputadas. Ótimo resultado, pois não, porque deixa o rubronegro na liderança do grupo, com 100 por cento de aproveitamento e estabelece a melhor campanha nessa primeira etapa classificatória da Copa do Nordeste. No meio de semana, pelos jogos de volta, o time baiano vai a Alagoas enfrentar o mesmo adversário, que não venceu uma só partida ainda e vai pra cima com sede de revanche.
O grande destaque do jogo no Barradão foi a estréia do meia Cajá, que vestiu a camisa 10 e agradou em cheio o torcedor das arquibancadas, com um futebol simples, objetivo, bom domínio de bola, uma canhota respeitável e dois gols: - o primeiro aos 9 minutos da primeira etapa, escorando um passe rasteiro que veio da linha de fundo após uma bela jogada de Neto Coruja. O segundo, em belo estilo, aconteceu aos 26 minutos: Nicácio, do meio campo, executou um belo e longo lançamento que o meia Cajá pegou de canhota, de prima, acertando o alvo, sem defesa para o goleirão do ASA.
O rubronegro dominou o primeiro tempo, o ASA pouco ameaçou, mas o jogo foi ficando modorrento e, aos 39 min, o lateral Chiquinho chutou uma falta feita por Coruja na entrada da área, a bola desviou na barreira e enganou Deola, diminuindo o placar : 2 x 1.
A segunda etapa foi ruim. O Vitória, parecia cansado e confuso em campo, dando chutões, afoito em atacar de qualquer sorte e o ASA equilibrou e desfrutou da melhor chance, aos 43 minutos, quando o arisco Didira entrou tabelando pelo miolo de zaga rubronegro e, de frente para Deola, bateu colocado, para fora, quase empatando.
Destaques, no Vitória para a boa estréia de Caja, o boa atuação de Nicácio e de Neto Coruja, que precisa focar mais na bola e cometer menos falta. No time alagoano, o melhor é o meia Didira, canhoto, rápido, insinuante.
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Pela Copa do Nordeste, o Feirense ainda não ganhou de ninguém
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Seleção
E a convocação de Felipão? Estranhei o chamado de Júlio Cesar, goleiro que caiu muito de produção depois da Copa na África do Sul, quando se desentendeu com a bola ‘jabulani’ e ... nunca mais foi o mesmo. Apostou na volta de Ronaldinho Gaúcho, será que vai motivá-lo a ponto de voltar a jogar bem e de modo competitivo? Chamou dois centroavantes típicos, veteranos e goleadores: Fred e Luis Fabiano, dando uma dica de que gosta de equipes com um atacante de referência enfiado no meio da zaga adversária. No mais, ainda o Hulk e a manutenção da base do ex-treinador Mano Menezes. Vamos ver como funciona a equipe do Felipão/Parreira no amistoso internacional contra a Inglaterra, em Londres, no começo de fevereiro. Esse 3013 promete.
Estão falando muito nas jogadas de efeito praticadas por Neymar. Gracinhas? Desrespeito ? Neymar tem a cabeça de menino, gosta de brincar de bola. Nisso, lembra Garrincha. Horas acho que devia levar o jogo mais a sério, focar mais na equipe e no gol. Mas não seria Neymar. Vi Mané Garrincha, certa feita, na Fonte Nova, num jogo contra o Bahia, aplicar um drible em Florisvaldo que o deixou sentado; ao invés de evoluir na jogada, o irreverente Mané parou, pisou na pelota, pos uma fralda da camisa pra dentro do calção e bateu palmas para o lateral tricolor, como se dissesse ‘agora, levante!’. Muhammad Ali, o grande Cassius Clay, o maior boxeador de todos os tempos, brincava com o adversário, provocava. O negão Anderson Silva também desestabiliza o rival no octódromo. Faz quem sabe e pode. Osni, que vivíssimo está graças a Deus, brincava de bola e driblava, ‘humilhava’ (sem desrespeito) seus adversários. É o jeito deles, uns gênios. E corajosos. Neymar é o nosso Chaplin. Marrento, responde com dribles às botinadas. Viva a arte. Tô com Neymar e não abro.