O ano termina e fica a interrogação: quem supera o Barcelona? Quem vence a Espanha?
Nesse ano que se vai (tarde), o melhor no mundo do futebol foi proporcionado pela Espanha, time campeão do mundo, bi-campeão da Europa, que continua ensinando como se brinca de bola, redondinha.
Os melhores jogadores do planeta jogam por lá: o baixinho Messi, la Pulga, argentino para desespero nosso, cada dia mais simples, objetivo e impossível. E tem ainda o meia Xavi que passa mêeees sem errar um só passe, mesmo tocando quase sempre de primeira e buscando os espaços no meio da zaga adversária, um maestro. E Iniesta, com seu domínio, escondendo a pelota, protegendo-a como poucos eu vi. Mais, de quebra, o gajo Cristiano Ronaldo, de tiro certeiro e muita marra, fazendo gols a rodo .
O ano termina e fica a interrogação: quem supera o Barcelona? Quem vence a Espanha? Até quando eles conseguirão manter esse padrão de futebol acima, muito acima do que se joga no resto do mundo ? É um jogo coletivo de toques, triangulações, marcação o campo inteiro para a retomada da pelota, posse de bola, sábia ocupação dos espaços do campo e objetividade. Simples, não?
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No Brasil, destaque para o Corínthians que se sagrou Campeão do Mundo no Japão, depois de vencer a Libertadores de América, derrotando o Chelsea da Inglaterra com autoridade. É um time sem grandes astros, mas bem treinado, aplicado, que joga com intensidade o tempo inteiro. Destaques para o meia Paulinho e o marcador Ralf, essenciais no esquema. Nos últimos e decisivos jogos foi importante o papel do atacante peruano Guerrero e do goleiro Cássio, que deve ter seu nome lembrado para a seleção brasileira, sem dúvida. Realce para o trabalho do treinador Tite, eficiente.
Louvores também para o Fluminense do Rio, campeão brasileiro com folga, jogando um futebol manhoso, sem brilho mas eficiente, contando com muita sorte nalguns jogos. Fred, o artilheiro do Nacional, foi o grande destaque, com belos e decisivos gols marcados.
Não podemos desmerecer a conquista sulamericana do São Paulo, apesar de toda aquela lambança ocorrida no Morumbi, na partida final. O garoto Lucas, atacante já negociado com Paris Saint Germain, foi o grande astro da equipe.
Dois jogadores ainda merecem referência pelo que produziram neste ano que se finda: o veterano Ronaldinho Gaúcho, que voltou a brilhar em alguns jogos defendendo o Atlético, o galo mineiro, e ... claro, Neymar, do Santos, talvez o mais habilidoso e fulgurante jogador brasileiro nos últimos tempos. O garoto dos cabelos arrepiados fez gols e jogadas inacreditáveis, padeceu diante de marcadores duros e mostrou que precisa ainda evoluir muito no quesito ‘competitividade’ para ser o grande astro que o Brasil precisa para vencer a Copa do Mundo 2014. Neymar deve espelhar-se um pouco em Messi, focar mais no futebol e menos nas câmaras, jogar mais objetivamente e presepar menos. Já é um novo ídolo, basta amadurecer.
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No futebol baiano, o Bahia voltou enfim a vencer um campeonato, sob o comando do ex-jogador Falcão, depois de 11 anos de jejum, o maior da história do clube. Mas a equipe não chegou às finais da Copa do Brasil, foi eliminada no primeiro confronto pela Copa Sulamericana (pegou logo, de cara, o São Paulo, que foi o campeão) e penou muito, até a última rodada do Campeonato Nacional, para não ser rebaixado para a segundona, de novo. A equipe alternou alguns bons momentos com partidas muito ruins, sobretudo em Pituaçu, diante de sua devotada torcida. Destaque maior para o goleiro Lomba e para o atacante prata-da-casa Gabriel, o menino da Ribeira, boa revelação que tende a se firmar, amadurecer mais e tornar-se ídolo do torcedor.
O rival Vitória coroou o ano, que não começou bem, com a sofrida classificação na Série B que lhe garante a volta à primeira divisão no ano que entra; e com a conquista da Iª Copa do Brasil Sub-20 , que assegura a participação do clube na também Iª Libertadores da América, na categoria. A excelência das divisões de base do rubro-negro deram boa resposta. O clube também fecha o ano como um dos mais equilibrados do país, no âmbito financeiro. Os grandes destaques individuais da equipe, nesse ano que se vai, foram o artilheiro Neto Baiano (agora atuando no Japão) e o meia Willy, cria da casa, garoto inquieto e de futebol insinuante.
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Expectativas 2013
O grande evento Internacional do ano que entra é a Copa das Confederações, com participação das seleções campeãs de cada continente, uma espécie de pré-Copa do Mundo, que acontece pela primeira vez em território brasileiro, em junho. O torcedor baiano, por exemplo, vai poder ver de perto, na nova Arena Fonte Nova, o clássico internacional Brasil X Itália, as duas seleções que mais venceram Copas do Mundo. Jogão para o torcedor baiano não esquecer jamais.
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A Arena Fonte Nova deve ser inaugurada no dia 31 de março, vai abrigar logo um Ba X VI pelo campeonato baiano e deve ser o estádio com mando de campo do tricolor no baianão, no Nacional e em todas as competições em que o Bahia estiver presente.
Mas ... diante da grandiosidade do novo estádio, levantam-se duas questões: a primeira, o preço dos ingressos, que deve girar em torno de 40 reais. O torcedor médio baiano tem condições de pagar isso? A segunda questão envolve ainda o torcedor, que deve aprender a usar um equipamento de primeiro mundo, sem invasões de campo, sem depredações do patrimônio... Para tanto, um processo de reeducação é preciso. Já.
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Ainda no âmbito nacional, é grande a expectativa em torno da seleção brasileira com a troca de treinadores. Os veteranos e vividos Felipão e Parreira darão conta do recado, ou já estão de certa forma ultrapassados? De olho, então, nas novas convocações, nos amistosos que acontecerão a partir de fevereiro e, sobretudo, no desempenho da equipe na Copa das Confederações, o teste de fogo da dupla.
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No campo doméstico, Bahia e Vitória começam o ano de 2013 sem grandes novidades. O tricolor manteve o treinador (Jorginho) e a base do ano que passa. Precisa de bons reforços na defesa, de armadores no meio campo e, sobretudo, de atacantes. A diretoria promete dar vez aos meninos que se destacaram nas divisões de base, como o marcador Ânderson e o meia canhoto Talisca. O torcedor quer mais.
O Vitória fez uma limpa no plantel, contratou novo treinador (Caio Junior) e mais uma vez vai promover os jovens vencedores das equipes de base do clube, como o marcador Édson Magal, o zagueiro Josiel, o atacante artilheiro Marcone... Mas a diretoria sabe que precisa trazer reforços para a zaga, para o meio campo e sobretudo o ataque. Já chegou um novo contratado, o atacante Maranhão, que jogou pelo Asa de Arapiraca, onde foi artilheiro.
A dupla Ba Vi tem competições e metas para o ano que começa. A volta da Copa do Nordeste, que já se inicia em janeiro; o campeonato baiano, que sempre é prioridade para o torcedor em função da rivalidade; a Copa do Brasil, caminho mais curto para se chagar a uma Libertadores de América; e o sempre duríssimo e difícil Campeonato Brasileiro, onde o enfrentamento é desigual com os grandes clubes do sul do país, bem mais endinheirados. O fosso entre o sul/sudeste e o nordeste parece cada vez maior a cada ano que passa. O futebol de hoje é um grande negócio e quem dispõe de dinheiro tem o poder, essa é a realidade, não adianta o torcedor chiar, pedir, cobrar reforços, contratações de grandes astros ... Isso parece coisa do passado, definitivamente.
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E por falar em Campeonato Baiano, voltamos a cobrar ao eteeerno presidente da Federação Baiana de Futebol, o Sr Ednaldo Rodrigues: Teremos campos de jogo dignos, decentes em 2013? Ou teremos partidas jogadas em verdadeiros roçados pelo interior a fora? Nossos ‘estádios’ estão em condições de abrigar jogos profissionais ? Ou vamos ter vexames, de novo? Outra: Nossas arbitragens! Podemos confiar ou ... veremos jogos serem ganhos e ou perdidos no apito, nas bandeiragens, com arbitragens medrosas, à mercê dos interesses de alguns, sem critérios definidos ??? Hum ? Todo ano é a ‘lesma lerda’, né?
Um Feliz 2013 para todos !