Foto: Ivan Storti

Bahia segurou a pressão do Santos e se mantém na primeira divisão

Papai Joel chorou de emoção, no fim do jogo. O Bahia permanece sim na primeira divisão do futebol brasileiro em 2012. Garantiu-se uma rodada antes do final, com o empate de 1 x 1 nesse domingo, contras o Santos de Neymar e Ganso, na Vila Belmiro.
O torcedor rubronegro também chorou, de desamparo, no dia anterior. O Vitória não conseguiu subir e permanece amargando a Segundona, ano que vem.


Os resultados dos concorrentes favoreceram o Bahia. O Cruzeiro empatou com o Ceará e o Atlético do Paraná foi derrubado pelo América de MG. Eram concorrentes e com isso o Bahia abriu quatro pontos do Ceará e do Atlético PR que disputam com o Cruzeiro o cai-não-cai; dois deles sobram para a segundona e o Bahia joga domingo contra o Ceará, em Pituaçu, já sem preocupações maiores, mirando uma possível vaga na Sulamericana.
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O jogo na Vila o tricolor baiano soube administrar bem, fazendo uma partida tática, defensiva, amaciando, desagoniando o jogo até o final. O time santista não tinha também por que forçar o ritmo, atuava se despedindo do torcedor peixeiro, já de olho na viagem para o Japão, dia 5, onde certamente disputará o título de Campeão do Mundo contra o Barcelona, nos meados de dezembro. Daí, o Santos tocou a bola, atuou como se fosse um treino de luxo, as estrelas santistas enfrentando uma forte, competente e leal marcação... mas, arriscar a canelinha pra quê?

O Bahia abriu o placar aos 8 minutos, num belo chute rasteiro da entrada da área do atacante Souza, acertando o cantinho. Aos 11' Lomba fez uma defesa espetacular numa cabeçada a queima-roupa. Aos 23, novamente Lomba apareceu bem espalmando uma cabeçada de Neymar. No entanto, aos 31', Neymar recebeu de Ganso na entrada da área, livrou-se da marcação e bateu rápido, seco, rasteiro e no canto, empatando o jogo, a seu estilo.

Aos 35' Borges tabelou e chutou raspando. O Bahia sentiu o gol santista, mas conseguiu equilibrar e suportar a pressão. O que se viu foi a tática defensiva de Joel tentando anular a genialidade de Neymar, os toques de Ganso, a impetuosidade de Borges. A segunda etapa foi morna, com poucas chances de gol de lado a lado, muita marcação e cautela. Valeu pelo resultado!

Destaques para Lomba, a zaga, a marcação no meio campo, a dedicação de todos em campo. No Santos, Neymar é o grande astro da companhia.

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Sábado, em Arapiraca, com muita vontade e decisivas defesas de Douglas, o Vitória até conseguiu vencer o Asa (1 x 2 ), de virada, mas não deu. O Sport do Recife venceu em Goiás, fez mais pontos e ganhou a vaga para a Série A, ao lado do Náutico, Ponte e Portuguesa. Assim, o rubronegro baiano vai mesmo encarar a segundona paroano, para desconsolo de seu torcedor e desespero de sua diretoria.

O preju é grande.

A cada ano penando, as receitas murcham; os jogadores mais caros sobram, os promissores querem sair, a galera rareia nas arquibancadas... é um purgatório.
Não foi em Alagoas que o Vitória entregou a vaga para o Sport, o mano rubronegro Leão pernambucano da Ilha do Retiro. Entregou ou perdeu a classificação nos 1 x 2 que levou do São Caetano no Barradão, casa cheia! Ali e em outras derrotas e empates absurdos na sua Toca: por excesso de confiança, escalações e substituições erradas, vacilos defensivos constantes, sobretudo nas bolas altas, equívocos táticos, medo de ganhar, e falhas individuais imperdoáveis.

Marquinhos foi o melhor jogador do time no certame, o mais criativo e decisivo, mas machucou-se bastante, ficou de fora na hora agá e o time em campo sentiu falta dele; o time sem ele não tem poder, perde sua graça. Geovane e Fernandinho também foram destaques, ao lado de Douglas. A zaga complicou. O treinador Benazzi fracassou.
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Com essas definições já é tempo de pensar, planejar e arrumar as equipes para 2012. O Vitória deve dispensar comissão técnica, muitos jogadores que não renderam o esperado e investir pra valer nas divisões de base; esse é o caminho.

O Bahia tem de definir comissão técnica (Joel, caríssimo, ficaria? ), precisa renovar com os principais jogadores (tipo Lomba, Titi, Fahel, Fabinho ...) e reavaliar a continuação de Carlos Alberto, Ricardinho e outros menos votados que jogaram muito pouco em função do que aganham. Investir também nas divisões de base e reforçar a equipe...

Até porque o futebol baiano, com torcidas tão leais e fiéis, tem de pensar mais alto. Nossos times não podem ficar sempre, cada ano, nessa penúria, até as últimas rodadas precisando de pontos, lutando contra rebaixamentos etc... Precisamos voltar a formar times que disputem títulos nacionais, cheguem entre os primeiros. Merecemos.