Souza está se tornando ídolo do Bahia
Foto: André Costa |
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Souza foi festejado e odiado, mas, se salvou da guilhotina com vitória do Bahia |
Num jogo daqueles de roer unhas com o coração na boca até o apito final, o Bahia ganhou do Atlético Goianiense no começo da noite de domingo ( 1 x 0) e deu um passo importantíssimo para continuar na série A no próximo ano, afastando-se mais ainda do grupo da degola e, quem sabe, almejando até uma classificação entre os 10 primeiros para a Copa Sulamericana.
O tricolor mantém a escrita de quase nunca perder no Serra Dourada, em Goiânia. No meio da semana enfrenta o Internacional, em Porto Alegre, com sérios desfalques na defesa: Tite não joga por ser atleta do Colorado e o zagueiraço Paulo Miranda levou em Goiânia seu terceiro cartão amarelo, está fora. Na frente, Souza, que foi expulso, desfalca o ataque. O Inter vai pra cima do Bahia porque perdeu nessa rodada para o Cruzeiro, precisa somar pontos pois sonha ainda em classificação para a Libertadores de América. Um empate lá na Beira Rio seria excelente.
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Como resultado, o ‘gude preso' foi ótimo. Mas o Bahia atuou, desde que Souza foi expulso (por volta de 30' do primeiro tempo, ao se desentender com o zagueiro Gilson), como time pequeno, atrás, defendendo-se, dando chutões, sem ariscar nada. Em momentos da partida parecia um treino tipo ataque contra defesa.
Vamos reconhecer, no entanto, que o esquema ‘retranca' de Joel Santana funcionou bem, pois o Atlético tocava, girava, tentava mas não conseguia penetrar, limitando-se então a cruzar bolas altas na área tricolor e tentar chutes de longe. O tricolor fechadinho, com duas linhas de quatro marcando, cercando e mordendo na frente da grande área, intransponível. Lomba segurou todas as bolas chutadas de fora e a zaga, numa noite sem falhas, rebateu sempre, ganhou as bolas altas, rechaçando o perigo.
O gol foi aos 11 minutos do primeiro tempo, numa saída errada do goleiro Márcio com o lateral Feltri : Marcos roubou a bola, foi na linha de fundo e cruzou rasteiro para Souza, livre, completar. Aos 25' Lulinha arrancou num contragolpe e perdeu o gol duas vezes. O Atlético teve sua melhor chance aos 39', quando Felipe, de frente, chutou fraco no canto e Lomba recolheu. Na segunda etapa, Joel colocou Nikão, Júnior e até Carlos Alberto, buscando um contragolpe definitivo. Apareceu aos 20', com Nikão, pela esquerda, que levou a zaga na velocidade e entrou livre, de cara com Marcio, mas já sem pernas bateu fraco nas mãos do goleiro. De resto, foi só chutão e segurar o placar ... até o final. Uffa!!!
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Destaques para Paulo Miranda e Dany Moraes, gigantes na zaga, e a boa marcação no meio com Fahel, Fabinho, Diones... No Atlético, Bida esbanja classe no meio campo, tocando.
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Só um degrau
E o Vitória ainda está no páreo, a duas rodadas do final da Série B, em quinto lugar, um ponto apenas atrás do quarto colocado, o Bragantino , nas bocas pra retornar à Primeirona, já em 2012. O rubronegro tem dois jogos ainda a cumprir; precisa vencê-los e torcer por um tropeço do Bragantino nas rodadas finais.
O time baiano joga no sábado próximo, em casa, contra o traiçoeiro São Caetano, desesperado para fugir da zona de rebaixamento, vai pra cima. E a última partida será fora, em Alagoas, contra o ASA de Arapiraca, que também está lutando contra a degola. São jogos que podem parecer fáceis, pela colocação dos oponentes, mas são perigosos porque os adversários, em situação difícil, vão pro tudo ou nada, precisam jogar mais do que sabem.
Na cola do Vitória tem o Sport do Recife, ainda vivo na disputa. Portuguesa, campeã da Série B por antecipação, já está na primeirona de paroano. O Náutico está quase classificado, seis pontos à frente do Vitória; mas a Ponte Preta está adiante do Bragantino com um ponto apenas de diferença, a dois pontos do Vitória. Então, as duas rodadas finais prometem pegar fogo e duas vagas estão sendo disputadas por Ponte Preta, Bragantino, Vitória e Sport do Recife, nessa ordem. Haja reza!
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Na partida de sábado, contra o Criciúma (agora fora do páreo), o resultado foi excelente, é o que conta. Mas o rubronegro jogou uma partida apenas razoável diante de mais de 27 mil torcedores engalanando o Barradão em festa pelos seus 25 anos de fundado. Foi favorecido por uma circunstância de jogo, a expulsão do atacante artilheiro catarinense Zé Carlos, por volta de 20 minutos da segunda etapa, quando o Criciuma mandava em campo - o experiente atacante se desentendeu com Uéliton, tomou cartão amarelo e , na sequência, entrou na pilha da catimba do garoto Leo, o árbitro viu seu descontrole e o puniu com outro cartão, o vermelho. Daí por diante, em superioridade numérica, o Vitória tomou conta da bola e dos espaços do gramado, para deleite da galera.
O destaque do jogo foi, mais uma vez, Geovane, que desequilibrou. Na primeira etapa, quando o Criciúma atacava mais e dava trabalho ao goleiro Douglas, o meia camisa 10 acertou um passe longo e preciso na cabeça de Fábio Santos, que não perdoou - 1 x 0. Eram 30 minutos e o jogo se arrastou modorrento até os 45 minutos. O Vitória marcava, se defendia e dava chutões, aparecendo bem o volante Coruja. Na segunda etapa o Criciúma foi pra cima, teve mais a bola e pressionou. Aos 15', mais uma vez a bola alta alçada na área rubronegra, pane geral na zaga, e Zé Carlos enfiou o pé na redonda que sobrou na frente da pequena área, empatando o jogo - 1 x 1.
Aos 22', Geovane bateu bem, rasante, uma falta da linha média e o goleirão Vagner aceitou - 2 x 1. No momento da comemoração Zé Carlos foi expulso infantilmente e entregou a rapadura. Aos 33', o time baiano encaixou um bom contragolpe e Lúcio Flávio (que entrou em lugar do apagado Artur Maia) foi calçado na área: Neto Baiano bateu a penalidade forte, no meio do gol, definindo o placar: 3 x 1.
Sábado, tem Barradão lotado contra o azulão do ABC paulista e muito galhinho de arruda pra continuar dando sorte ao time em campo. Precisa, porque a bolinha ... Ainda bem que tem o retorno do veloz Nino Paraíba e, quiçá, do atacante Marquinhos, que costuma decidir, desequilibrar com seu talento.
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Nesta segunda-feira, às 15 hs, na telinha da tevê, o amistoso Brasil X Egito, em Doha. Um cata- níquel, apenas, do Ricardão da CBF. Serve pro Mano Menezes continuar seus testes (até quando?), experimentando goleiros (já que Julio Cesar não vem jogando bem desde a Copa da África), tentando achar a formação do meio campo (Hernanes não pode ser reserva) e definindo o ataque (afinal, quem será o parceiro de Neymar, com a camisa 9 ?).
Entendo que já passou da hora de o treinador definir nomes, titulares e reservas, esquema de jogo, forma de jogar (de defender e atacar) e entrosar o time, ensaiar jogadas ... até agora não temos equipe, não temos padrão nem encontramos um jeito de jogar, essa é a realidade. Enquanto isso, a Espanha - campeão do mundo - está formada, a Alemanha mantém a mesma estrutura , seu time jovem e talentoso mostra eficiência cada dia mais, a Holanda cresce a cada jogo e o Uruguai está prontinho e afiado, dando show nos jogos das eliminatórias, em curso. Ou vamos chegar à Copa das Confederações e Copa do Mundo dependendo apenas da genialidade de Neymar ?
Como fala o povo: uma andorinha só não faz verão