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Zé de Jesus Barrêto

VITÓRIA NÃO SE PREPAROU PARA COPA INTERNACIONAL

A inhaca de defundo do Bahia e o poder do sangue de Cristo
01/10/2009 às 01:16

Só o sangue de Cristo tem o poder....para salvar o Bahia
  Na noite de quarta, um bom público no Barradão viu o Vitória enrolar-se todo, jogar afobadamente e cair fora da Copa Sulamericana, após o empate de  1 x 1 contra o River do Uruguai. 


O rubrongro precisava fazer três gols e não tomar nenhum para reverter a goleada

de 4 x 1, aplicada pelo River em Montevidéu.  Em função disso, os uruguaios vieram a campo fechadinhos na defesa, explorando em passes longos e velocidade os erros de passe do adversário.  O Vitória atacou e desperdiçou algumas poucas chances. O ataque do River também perdeu chance.


O segundo tempo não foi diferente. Os uruguaios bloqueram mais ainda, o time baiano  não conseguia penetrar, errava passes e chutes à meia distância, enervava-se com o tempo passando. O gol saiu já depois de 40', num belo chute de Elkesson, de fora da área. Mas, aos 44', o zagueiro Wallace vacilou e Córdoba empatou: 1 x 1.


Mais uma lição: Se quiser chegar à Libertadores de América e fazer um papel digno,

o sonho do torcedor, o Vitória tem de investir um pouco na qualificação do elenco.

Hoje o time depende basicamente da criatividade de Leandro Domingues ou Ramon.

Urge um zagueiro mais experiente e um centroavante mais buliçoso, matador.     


Esquecida a Copa Sulamericana...  sábado tem o Santo André, pelo Campeonato Brasileiro.  É preciso manter o bom ritmo, quem sabe fica entre os cinco primeiros na tabela? É o objetivo. 

A torcida está empolgada, não só pela boa campanha este ano, mas também pela derrocada do grande rival, que entrou na zona de rabaixamento (na Série B) para a terceirona.


Segue...


Inhaca de defunto


Como sabem os torcedores mais esclarecidos, aquele grande Bahia, o esquadrão de aço, que venceu a primeira Taça Brasil em 59, foi hepta campeão baiano nos anos 70

e também  Campeão Brasileiro em 89, esse tricolor morreu na segunda metade da última década do século passado.


Foi perdendo a energia, a flama, apagou-se a estrela, foi-se.

Mas sua alma vagueia. Não descansa em paz.


E, ainda em forma de camisa/hino ou alguns torcedores mais fanáticos, arrasta-se atordoada atrás da bola com o nome de BAHÊA, alma penada.


É o ‘bahêa' de Binha do São Caetano (com todo o respeito e admiração pela singela figura humana) ; os restos de Maracajá; o timeco de segunda, de terceira da família ‘Marcelo Guimarães' (meu pai-pai e seu filhão), do Barradas, do Carneirão...


 Ah, o Osório Villas Boas (que Deus o tenha!) pena, estrebuchando-se no túmulo,

ainda enrolado com a bandeira tricolor que foi enterrada com ele no caixão.


O ‘pai-pai' da Ribeira atolou o time no lamaçal da terceirona.

Agora, o ‘filhão' está repetindo a façanha, arrastando o clube para o fosso,

com a ajuda do Carneirão rubronegro.  E queimando nos cobres (???) a sede de praia,

o CT de Itinga, mais páginas de  uma história inteira.


O tal bahêa, com minúscula, já mergulhou na zona de rebaixamento

para o inferno da série C (em 2010), depois de perder  por 2 x 1, em pleno Pituaçu,

na noite de terça, para o timeco de Caxias do Sul, que atuou todo o segundo tempo, quando fez o placar, com apenas 10 atletas em campo. 

Na ocasião, o ‘time' do tal bahêa perdeu pênalti, não viu bola, atarantado em campo,

e levou um chocolate amargo carioca. 

Foi inacreditável o que se viu, ou não se viu. Tem sido assim, cada dia pior.   


A torcida vaiou a todo pulmão o único gol da equipe, feito por um garoto

da divisão de base (Wilson Jr), já no finalzinho. Coitado do menino, deve ter chorado a noite inteira, os demônios nos ouvidos. 

A mesma torcida aos berros expulsou de campo o camisa 10, um tal Juninho,

que em 45 minutos errou todos os passes, dominou mal todas as bolas que tentou,

não correu, não marcou, nada fez... apeado, murrinhento, displicente.

Ele e alguns outros andam em campo e tiram a canela nas divididas, reafirmando a total falta de identidade com a ‘memória' e as cores do clube.


No final da pelada, perdidão, o treinador Sergio Guedes entregou o cargo, desiludido, confessando sua total incapacidade de fazer o time jogar bola em campo.

Quem o contratou?

Até quando o time - que já teve como treinadores em sua história nomes como

Zezé Moreira, Aymoré Moreira, Tim, Evaristo de Macedo, Carlos Froner, Fantoni, Joel Santana ... para citar alguns - vai continuar sujeitando-se a ser cobaia

para treinadores sem lastro, em começo de carreira?    


Nem gostaria de citar os Arthurzinhos, Comellis, Gallos, Lulas Pereiras e Guedes da vida... afinal, que culpa têm se lhes dão chance para tentar êxito numa profissão nova dentro de suas áreas de (pouco) conhecimento, né?  

Afinal, pela gloriosa história, o tricolor baiano ainda pode significar uma boa janela.


Mais:   Na preliminar da tenebrosa noite de terça-feira em Pituaçu, por uma tal Taça Governador do Estado ( eu, hein? ), o timeco da divisão de base do bahêa levou 4 x 1 do catadinho do Fluminense de Feira, estreando na dita competição.  Pelo que não se viu, o ‘arrumadinho' de Newton Motta arrasta-se no mesmo ritmo do time de cima.

De cima a baixo, todos acometido da inhaca, da urucubaca de Itinga. 

Argh! Cruz credo!


Pergunto:  Alguma esperança no amanhã desse ‘bahêa-ipiranguinha' ? Hum?


Só pra lembrar: sábado, não sei com que moral, o bahêa vai a Santa Catarina enfrentar o Figueirense, um time muito melhor que o Duque carioca.  Ou seja ...


‘O sangue de Cristo tem poder' , diriam os crentes.