Turismo

BASÍLICA DA SACRÉ-COEUR A MAIS VISITADA DA FRANÇA E DE PARIS (TF)

São milhares de pessoas que visitam o local diraiamente
Tasso Franco , Paris | 22/06/2022 às 05:54
Basílica do Sagrado Coração
Foto: BJÁ
     Nem a Torre Eiffel; nem o Arco do Triunfo e muito menos o Centro Cultural Georges Pompidou ou a igreja de Notre-Dame. O local mais visitado por turistas em Paris e na França é a  Basílica do Sagrado Coração (em francês, Sacré-Cœur) localizada no bairro Montemart (pronuncia-se 'monmart'), um dos bairros mais charmosos e boêmios da cidade onde se situa Pigale o Moulin-Rouge, a casa de shows (cabaret) fundado em 1889 pelo catalão Joseph Oller e por Charles Zidler, presente até hoje, e que serviu de modelo para centenas de casas mudo à fora.

  Parece incoerente - o templo religioso mais visitado da França localizado num bairro boêmio - mas não é uma vez que as coisas foram acontecendo a partir do século XIX, simultâneamente, cada qual em seus espaços. 

  A basílica está localizada no topo do monte Martre, o ponto mais alto da cidade, em mármore travertino extraído da região de Seine-et-Marne, o que lhe proporciona uma tonalidade branca. Deve seu nome, provavelmente, aos inúmeros mártires cristãos que foram torturados e mortos no local por volta do ano 250 e no local existia um culto católico.

  É uma confução dos pecados: existe o Champs de Mars (Campo de Marte) que fica localizado à jusante da Torre Eiffel, uma imensa área verde onde há shows de artistas famosos e comemorações politicas; e o Montemart (de mártires) que é o bairro boêmio onde se localiza a Sacré-Coeur. Confunde uma denominação com a outra, mas são coisas diferentes em áreas distantes uma da outra. 

  A basílica do Sagrado Coração tem o formato de cruz grega adornada por quatro cúpulas, incluindo a central de oitenta metros de altura. Na abside, uma torre serve de campanário a um sino de três metros de diâmetro e de mais de 26 toneladas. A sua arquitetura é inspirada na arquitetura romana e bizantina e influenciou outros edifícios religiosos do século XX.

  Para chegar ao local a estação de metrô mais próximo é Abbesses, linha 12 ou Anvers linha 2. Você pode também saltar em Pigalle (linha12) porque na Abbesses para se chegar na rua são 180 degraus de escadas, embora haja um elevador, sempre lotado e com filas. 

   Há uma feira da ladra em Abbesses com centenas de tendas onde se pode comprar todo tipo de produto de segunda mão ou mesmo cortes de tecidos africanos, estatuetas, roupas de primeira mão baratas e outras. É um muvucão. Como em toda feira livre com milhares de pessoas ter cuidado com a bolsa é fundamental.

  Daí para a basílica vai-se andando - 400 metros, app - e para chegar ao topo do monte usa-se um funicular pagando-se 4 euros a subida e mais 4 euros para descer. Como descer todo santo ajuda você pode usar as escadarias onde há bares e restaurantes com música ao vivo. Há quem suba também poupando esses 8 euros. 

  O acesso a basílica é gratuito e a fila de entrada é imensa, mas flui bem. A fila forma um corredor humano que é guiada por irmãos da Congregação no interior do templo e não pára fazendo um tour-itinerante num circulo por detrás do altar mor e e retornando para a saída. 

   Ou seja, você vai apreciando o interior da igreja andando, mas pode sair da fila para ir a loja de souvenir ou fazer uma oração numa das capelas acendendo uma vela que custa 2 euros. Nada é de graça até para orar. Na medida em que chega-se a fila de saída do templo, os irmãos bloqueiam o acesso para que as pessoas saiam; e depois, um novo grupo entra. É um moto contínuo.

   A ideia de construir um templo dedicado ao Sagrado Coração surgiu depois da guerra Franco-Prussiana (1870), como pagamento da promessa feita por Alexandre Legentil e Hubert Rohault de Fleury de erguer uma igreja caso a França sobrevivesse às investidas do exército alemão. O estilo é marcado por influências românicas e bizantinas. Muitos elementos da basílica são baseados em temas nacionais: o pórtico, com três arcos, é adornado por duas estátuas de Santa Joana d'Arc e do Rei São Luís IX e o sino de dezenove toneladas (um dos mais pesados do mundo), refere-se à anexação de Saboia em 1860.

A construção começou em 1875 e foi concluída em 1914, embora a consagração da basílica tenha ocorrido apenas após o final da Primeira Guerra Mundial.

Dessa área da basília no Monte Martre tem-se uma vista fantástica de Paris e milhares de pessoas se movimentam nesse local em meio a ambulantes, vendedores de cadeados - para v prender seu amor numa grade - , de água, de cerveja e assim por diante. De vez em quando - ou quase sempre - a Policia aparece e é uma correria d zorra entre os camelôes. 

Depois da visita a basília é hora de relaxar e ocupar uma das mesinhas nas dezenas de bistrôs que existem em Montemartre. (TF)