Tecnologia

Brazuca tem melhor aerodinâmica que Jabulani, diz Nasa após testes

Mais estável, Brazuca deve não ter movimentos 'sobrenaturais' da Jabulani
G1 | 16/06/2014 às 18:18
Bola da Copa do Mundo do Brasil, Brazuca teve sua aerodinâmica testada pela Nasa
Foto: Divulgação/Nasa

Se na Copa do Mundo de 2010, a bola usada, a Jabulani, era o terror dos goleiros, no campeonato mundial de 2014, a Brazuca traz novidades que melhoram a aerodinâmica, afirma a Nasa, após realizar testes com as redondas.

Conhecida por fazer movimentos “sobrenaturais”, a Jabulani era amada pelos atacantes e odiada pelos goleiros. Isso porque um chute com pouco ou nenhum com efeito fazia a trajetória da bola ser incerta.

Melhorias na estrutura fizeram da Brazuca uma bola mais estável, diz a Nasa. “O material usado, e a superfície rugosa da bola e sua distribuição determina a aerodinâmica”, explica Rabi Mehta, chefe do laboratório de aerofísica do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa.

“Os jogadores devem estar felizes com essa nova bola”, diz Mehta. Embora o negócio da Nasa não seja fazer bolas de futebol, como é o caso da Adidas, patrocinadora do evento, a Agência Espacial Americana acredita que esse é um bom momento para explicar os princípios da aerodinâmica (que estuda como o ar e os líquidos se comportam como fluídos).

“Esportes fornecem grandes oportunidades para introduzir a próxima geração de pesquisadores ao nosso campo de aerodinâmica ao mostrar a eles algo com que eles podem relaciona”, diz Mehta.

Enquanto a Jabulani foi feita a partir da costura de oito partes, a Brazuca possui apenas seis –uma bola tradicional tem 32 painéis. A menor quantidade de painéis da bola usada nesta  Copa aumenta o tamanho das costuras, que também são mais profundas. Os painéis são ainda cobertos por pequenas saliências. Tudo isso influencia na aerodinâmica da bola.

Segundo a Nasa, o aumento da rugosidade na Brazuca ajuda a diminuir a tendência de a bola ziguezaguear após ser chutada. Isso porque a bola cria uma espécie de proteção em torno de si que diminui a resistência do ar.

“A bola é mais estável em voo e irá se comportar mais como uma bola tradicional de 32 gomos”, afirma Mehta.

Para chegar a essa conclusão, a Nasa testou as bolas em um túnel de vento, para avaliar a oscilação da bola, e em um tanque de água, para analisar como fluídos como o ar se comportam ao entrar em contato com a bola, dependendo da velocidade da redonda.