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DIA MUNDIAL DA ÁGUA! APA Joanes-Ipatinga e o papel do IFBA S. Filho


O Instituto Federal da Bahia (IFBA) Simões Filho vem desenvolvendo ações de vigilância, conservação e recomposição da mata nativa
ifba sf , Simões Filho | 20/03/2013 às 14:30
Dia Mundial da Água. O que pouca gente sabe é que cerca de 40% de todo o consumo da Região Metropolitana de Salvador (RMS) vem da APA Joanes-Ipitanga – que corta o IFBA Simões Filho – incluindo a nascente do Rio Ipitanga, localizada na Lagoa dos Tocos, que fica dentro da área verde do campus. O IFBA vem se destacando com ações para preservação desse verdadeiro oásis que abriga também exemplares raros da fauna e flora remanescentes da Mata Atlântica.

A data será marcada por uma palestra ministrada por integrantes do “Com.Domínio Digital” (CDD) – projeto que visa capacitar jovens para o mercado de trabalho mantendo o compromisso com a sustentabilidade. De acordo com Hiago Suzart, um dos integrantes do CDD, o campus de Simões Filho foi escolhido por abrigar a nascente do Rio Ipitanga. “É importante ressaltar a necessidade de revitalização e preservação desse manancial. Quase a metade da água potável que consumimos em Salvador vem de lá”, destacou. Os trabalhos começam às 8 h e se estendem até às 16 h.

O Instituto Federal da Bahia (IFBA) Simões Filho vem desenvolvendo ações de vigilância, conservação e recomposição da mata nativa. Além disso, professores do Instituto tem voz ativa no Conselho da APA Joanes-Ipitanga que cuida desse tesouro natural situado em meio a tantos centros industriais e petrolíferos:

“Antes da intervenção do IFBA, a área era muito vulnerável ao roubo de areia para construção, retirada de plantas nativas e caça, já que no local encontram-se aves raras, tamanduás, tatus, raposas, dentre outas espécies”, conta Maria Helena Del Grande, professora-membro do Conselho.

Geneci Braz, funcionário do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia (INEMA) e gestor da Apa Joanes-Ipitanga, explica que as represas dos rios Joanes e Ipitanga são fundamentais para manter o equilíbrio ambiental da RMS, principalmente no que tange ao consumo de água potável.
As primeiras ações efetivas do IFBA para promover a segurança ambiental da APA em seu território foram cercar toda a área de preservação que cruza o campus, para evitar os saques, colocar placas de identificação, estabelecer rondas de segurança constantes, promover um Seminário de Restauração Ecológica e cuidar da restauração de plantas nativas.

Os principais problemas ambientais identificados na região são: o lançamento de esgotos domésticos e industriais nos rios e lagoas; ocupação humana em Áreas de Preservação Permanente das represas Joanes e Ipitanga; extração ilegal de areia, arenoso e barro; depósito irregular de lixo; desmatamento; queimadas e poluição atmosférica.

A professora Maria Helena Del Grande explica que, além da preservação da APA no perímetro do campus, o IFBA planeja ações de conscientização da comunidade sobre a importância de evitar ações que possam vir a por em risco os mananciais naturais. “De que adianta preservarmos a nascente, se logo na saída, quando o rio passa pela região da rodovia BR-324, a população despeja esgoto em natura no rio e destrói as matas ciliares?”, questionou.

Por esse motivo, o IFBA Simões Filho tem projetos para a formação de monitores ambientais com a estrutura da escola para orientar a comunidade, além de abrir o espaço para visitação e promoção de pesquisas científicas. “Mesmo com a aplicação de multas – que vão para um fundo de preservação ambiental – é importante inserir a comunidade na conservação da biodiversidade local”, acrescentou Del Grande.