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Tasso Franco

AUSÊNCIA LULA NA BAHIA FOI ALIVIO PARA BRUNO E OUTROS CANDIDATOS

não apareceu nas eleições municipais pelo menos até agora
02/10/2024 às 10:35
   
   O que estamos a observar é que, as campanhas eleitorais na Bahia nas grandes cidades, não tiveram as empolgações dos últimos anos. Isso, em parte, se deve- assim creio - à ausência do presidente Lula, apoiador poderoso, e que desta vez não dá sinais de que virá ao estado, salvo talvez em segundos turnos, onde houver. 

  Ademais, o governador Jerônimo Rodrigues, não empolga. Nas cidades de menor porte tem relevância à sua presença, mas, de grande porte, sua participação não levanta o público.

   A lei eleitoral também contribuiu para o insosso das campanhas com tantas restrições e salvo os jingles oficiais das campanhas, até tocar um pandeiro não pode. Imaginem como antigamente (1986/19980) onde se podia ter apresentações musicais com artistas.

   Na capital, o fato do candidato lançado pelo governador Jerônimo, seu vice-governador Geraldo Jr (MDB), não ter sensibilizado o eleitorado da esquerda e os petistas do 13 (é 13, é 13, é 13) não o terem abraçado, o que certamente deve ter assustado Lula e acá não veio, pelo menos até hoje, tornou a campanha de Salvador com predomínio do prefeito Bruno Reis (UB), que, literalmente, faz mais um passeio do que uma campanha propriamente dita.

   A ausência de Lula foi um alívio para Bruno Reis e outros candidatos de oposição ao PT no interior embora nada indicasse que Lula pudesse alterar os quadros em andamento, uma vez que já esteve na Bahia noutras vezes e não mudou muita coisa, sobretudo em Salvador, Feira e Conquista. 

   De qualquer maneira Lula tem um peso considerável e falo isso de cátedra porque participei das duas campanhas de Antônio Imbassahy contra Nelson Pelegrino, em 1996 e 2000, e verifiquei no decorrer no processo como a presença de Lula, em Salvador, em comícios na Praça Castro Alves, alterava os indicadores. Em 1996, Lula ainda não era Presidente (foi eleito pela primeira vez em 2002), mas, tinha força política considerável. Nas primeiras pesquisas que fizemos Pelegrino aparecia com 7% e Imbassahy passava dos 60%.

   Salvo engano, Lula veio duas vezes a Salvador, e “incendiou” a campanha. Na primeira após o comício Pelegrino saltou de 7% para 17% e na segunda foi a 37%. A sorte de Imbassahy foi que a visita de Lula se deu no final da campanha. Imbassahy foi eleito com 51.4%.

   Na segunda campanha, em 2000, Imbassahy prefeito e com administração bem avaliada, imaginávamos vencer no primeiro turno com margem mais estendida. Lula, mais uma vez, veio ajudar Pelegrino, o qual era um ótimo candidato como integrante do PT e militante antigo, porém, não verbalizava bem nem sensibilizava o eleitorado, e mais uma vez Imbassahy raspou a trave vencendo no segundo turno com margem pequena.

   A terceira campanha dessa série, em 2044, foi vencida por João Henrique (PDT) numa eleição atípica mais uma vez com derrota de Pelegrino e também de César Borges, o candidato de ACM. Nesta campanha houve segundo turno e se deu entre JH x César Borges e Lula acá não veio, o PT apoiou JH nesta segunda rodada, idem Lidice da Mata, e João venceu com 70%.

   Agora, estamos em 2024, Lula é presidente da República pela terceira vez e fortíssimo na Bahia onde amealhou 67% dos votos contra Bolsonaro. Poderia fazer uma diferença enorme na ajuda aos candidatos do PT. No caso da capital, como Geraldo Jr é do MDB, poderá dizer, adiante, que fez sua parte com apoio em gravações. A essa altura, faltando 3 dias para o pleito, não sei se acá virá. (TF)