MDB volta à cena política como protagonista de uma disputa importante no estado da Bahia
Foi uma decisão sem surpresas e já pré-anunciada há meses pelos sites do segmento política em Salvador diante da falta de opções em nomes mais viáveis politicamente do arco das alianças que apoiam e sustentam o governador, salvo o nome da deputada Olivia Santana (PCdoB), a mais viável do grupo, mais uma vez rifada.
É inexplicável essa discriminação contra Olivia uma vez que é a deputada da base mais votada na capital tem uma empatia muito forte com a comunidade negro-mestiça e sua base política foi alicerçada em Salvador, na Canjira, no gueto, sendo inicialmente vereadora e depois secretária municipal, secretária de Estado do Trabalho e deputada estadual, no estado com a bagatela de 90.000 votos só ficando atrás (em termos de quantitativos de votos) de Ivana Bastos (PSD), 110.000 votos.
Olivia, no entanto, sequer foi cogitada para ser a cabeça da chapa, salvo, se aceitasse, ser a vice, o que ela acertadamente também não quis. Já foi uma vez com Nelson Pelegrino e sentiu que o papel de "muleta" não lhe cabe mais.
É de se supor que, como já disse, sua luta continuará adiante para ser prefeita da capital algum dia e retirou seu nome da disputa, civilizadamente, assim que o governador e o comitê decidiram por Geraldo Júnior (MDB), nome novo na base, e engajado no esquema de poder do petismo quando foi lançado vice-governador numa articulação de Jaques Wagner, senador que continua sendo seu padrinho.
Wagner teria outro afilhado pré-lançado prefeito da capital, o deputado estadual Robinson Almeida (PT), seu ex-secretário de Comunicação, porém, um nome com baixa densidade eleitoral em Salvador. Foi eleito deputado graças ao esforço do wagnerismo e de do deputado federal, José Neto, que o levou para Feira de Santana e região onde teve a maioria dos votos para chegar a Assembleia.
Robinson, embora seja o melhor nome do PT na capital, este partido não tem uma representação com destaques de nomes na Assembleia, na Câmara de Vereadores e na administração pública para o enfrentamento politico na capital e Rui Costa, quando govermador, tentou colocar uma novidade que seria a major PM Denice Santiago e foi um fiasco.
Geraldo Júnior, ao menos, é do ramo da política e também tem sua base na capital vereador que foi muito ajudado pelo ex-prefeito João Henrique, mas, herdeiro de base política familiar do seu pai o evangélico vereador Super Geraldo, muito ajudado na gestão Antonio Imbassahy prefeito. Portanto, há uma diferença fundamental ente a major e Geraldo porque este sabe fazer politica.
A decisão do Comitê e de Jerônimo também sinaliza o encerramento de um ciclo para a deputada federal Lidice da Mata (PSB), a prefeita pior avaliada que a cidade já teve, mas insistia em ainda ser candidata; o pastor e sgt PM deputado Isidório - duas vezes tentou ser prefeito, sem êxito; o deputado federal Bacelar, hoje, no PV; e o vereador Edvaldo Brito que ainda sonhava com essa possibilidade, quando não, colocar seu filho o deputado Antonio Brito.
Uma outra questão diz respeito ao próprio PT que governa o estado há 17 anos graça a ações muito parecidas com o antigo "carlismo" no apoio de bases municipalistas de pequeno e médio portes, e Otto Aelncar tem um papel importantissimo nesse processo, mas está longe de governar a capital precisando, pois, se assim desejar, reformular sua base política "envelhecida" com um discurso antigo e sem sensibilizar o eleitorado da capital que é, por natureza, o mais esclarecido do estado.
Esse é um trabalho que demora e o PT se descuidou. O presidente atual da leganda, Eden Valadares, até tenta com suas reuniões da base, mas avança pouco. Desta feita, apoiador de Robinson Almeida, foi atropelado.
Robinson, "bom cabrito", aceitou retirar seu nome da disputa sem problemas. Agora, é aguardar o desenrolar da campanha e qual será a disposição de Olivia, Robinson e outros em apoiar o andor de Geraldo Jr (TF)