Colunistas / Política
Tasso Franco

ENTENDAM ÉDEN E DAVIDSON QUEM COMANDA PROCESSO NA CAPITAL É JR

PCdoB e PT pressionam Jerônimo que não dá a mínima atenção a apelos extemporâneos
03/08/2023 às 15:28
      A corrida da oposição ao prefeito Bruno Reis no sentido de ter um ou mais candidatos no primeiro turno e qual deles (ou delas) será ainda é uma incógnita. Até hoje, como oficial, a única pré-candidata lançada para avaliação do Comitê da Federal e base do governo Jerônimo é a da deputada estadual Olivia Santana, do PCdoB. 

  Na semana passada e nesta foram divulgadas duras notas bem interessantes dos dirigentes partidários do PCdoB, Davidson Magalhães, e do PT, Éden Valadares, afirmativas de posições as quais, no entendimento do mundo da política, a primeira pressiona indiretamente o governo Jerônimo para se posiciona em relação a Olívia; e a segunda, enaltece o senador Jaques Wagner, "como político do século, guru e estrela do PT" o que seria uma alfinetada também indireta em Jerônimo e Rui Costa, embora mais explicitas.

  O que diz Davidson no trecho mais enfático a propósito de referendar a deputada: "A direção entende que é necessário fortalecer a Federação supracitada, garantindo a vitória do campo liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues nos principais centros, especialmente a partir de Salvador, com a pré-candidatura de Olívia Santana ao Palácio Tomé de Sousa. Nesse sentido, a compreensão do coletivo partidário é de que é fundamental recuperar a hegemonia nas principais cidades do estado".

  E mais: "Sobre a conjuntura nacional e estadual, o eixo das discussões girou em torno das medidas necessárias para garantir o êxito dos governos de Lula e Jerônimo. O PCdoB-BA, por meio de seus mandatos parlamentares, espaços ocupados no governo e influência no movimento social, coloca-se à disposição do governador Jerônimo, especialmente, para enfrentar os desafios da Bahia, que envolvem áreas como saúde, educação, segurança pública e a elaboração de um projeto estadual de desenvolvimento."

  Ora, o governador Jerônimo já tomara conhecimento do pré-lançamento do nome Olivia e fora avisado desde o momento do lançamento. Então, em tese não precisava Davidson, fazer essaas novas referências ou lembranças, salvo, óbvio, procurando dar um aviso discreto ao governador que Olivia é o nome. Ou entendendo-se, ainda, que se o Comitê não acatar seu nome ela vai mesmo assim, no primeiro turno.

   Agora, vamos, a declaração de Éden dado na Rádio Salvador FM e que ele liberou à imprensa: O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, disse que o atual senador e ex-governador do estado, Jaques Wagner, tem grandes contribuições a dar no debate para a definição da tática eleitoral e também do nome do grupo liderado por Jerônimo Rodrigues que disputará as eleições de 2024 em Salvador. 

   “Nós temos muito respeito pela opinião do senador Jaques Wagner, nosso timoneiro, nosso bruxo - ele nem gosta que o chame assim -, mas o maior político desse século com certeza na Bahia, disparado. Alguém com capacidade de vislumbrar à frente de nós semanas, meses, anos”, revelou Éden.

   E mais sobre Rui Costa. “Tenho muito respeito pela opinião do atual ministro Rui Costa. Alguém que pegou o governo na mão de Michel Temer, na mão de Jair Bolsonaro e conseguiu ser o maior governador do Brasil, que não só manteve o ritmo de Wagner, mas acelerou esse ritmo".

   E sobre Jerônimo: "E obviamente nós temos muito respeito pela opinião de Jerônimo, que é o atual governador e é alguém que transita bem entre esses dois personagens, essas duas lideranças do PT”.

   Ora, depois que coloca Wagner como "o maior político do século com certeza da Bahia, disparado" é que comenta sobre Rui e Jerônimo, obviamente, ai de forma direta, em segundo em terceiro planos .

   Pareceu-nos deselegante a afirmação de Éden ou então o caldeirão petista está pegando fogo por lá e não sabemos. Há, é público e notório, o desejo do deputado Robinson Almeida, wagnerista e ex-secretário de Comunicação do Governo nas gestões Wagner, em ser candidato a prefeito da capital e está tentando lançar seu nome consensualmente no PT.

   Mas, também existe nos bastidores, uma movimentação em torno do presidente da Conder, José Trindade, ex-vereador da capital, e que teria a simpatia de Rui Costa. Se isso for verdadeiro, como Jerônimo fecha com Rui, passa a ser um nome de peso ainda que seja filiado ao PSD.

   Ponto a ponto, quem tem mais visibilidade para uma campanha Robinson ou Trindade? 

   Em sendo Trindade presidente da Conder órgão que em tempos idos, de ACM, elegeu Waldeck Ornelas, senador da República contra Waldir Pires, Trindade leva vantagem. Há de se dizer, como até hoje dizem, que a eleição de Ornelas teria sido empurrada com beneplácito da Justiça Eleitoral, mas nunca se provou isso e Waldeck foi senador por 8 anos.

   Na verdade, a Conder foi um espelho e continua sendo, tanto na capital como na RMS e até no interior mais distante e Trindade anda pra cima e pra baixo com Jerônimo a tiracolo. E, em Salvador, tem muita coisa pra mostrar.

  Isso pesa? E como pesa. Seria um nome bem diferente da deputada Alice Portugal, que perdeu para ACM Neto, e Denice Santiago, que perdeu para Bruno Reis, porque essas duas tinham só o discurso. Aliás, o que Robinson também só tem. Olivia tem um pouco mais além do discurso porque já foi secretária e tem algo a apresentar, além do que, dos três, isoladamente, é quem possui maior densidade eleitoral.

   A questão básica é que a política, isoladamente, não leva a lugar algum e Rui sabe que ele, Jerônimo, Lula e um candidato terá muita competitividade. Wagenr se indispor contra isso, como parece querer Éden, ou ao menos que Wagner comande o processo, é muito difícil de acontecer. (TF)