Colunistas / Política
Tasso Franco

COMEÇA HOJE O GOVERNO DE JERÔNIMO NA BAHIA COM IDENTIDADE PRÓPRIA

Governador Jerônimo marca gol de placa e se diferencia de Wagner e Rui Costa
04/07/2023 às 14:14
     Começou hoje o governo de Jerônimo Rodrigues na Bahia. Se até então fazia um governo de continuidade sem uma marca pessoal inaugurando obras no interior deixadas a meio caminho por Rui Costa - escolas, mercados, sedes de polícia, recuperação de trechos de estradas, etc  - o anúncio do projeto BYD - "Build Your Dreams" - para a produção de carros elétricos, em Camaçari, dá uma cara ao seu governo, inclusive distinta dos governos de Wagner e Rui que deram pouca atenção à indústria.

   O projeto da BYD em três plantas industriais e com tecnologia de ponta é importantíssimo para a Bahia o que melhor apareceu desde que a Ford foi instalada no estado, em 2002, no governo de César Borges, depois de uma derrapada de Olivio Dutra, no RS.

  A Ford também foi relevante para a Bahia enquanto durou. A diferença é que a Ford, também lançou um projeto inovador para a época, divulgou-se também que a Bahia seria centro tecnológico, mas, a empresa norte-americana não acompanhou o desenvolvimento da história, da roda, e perdeu espaço para as montadoras da Europa, do Japão e da Coréia do Sul.

  Agora, a situação é diferente porque a China não tinha condições de competir nesse segmento no inicio do século XXI, mas, agora, passados 20 anos, tem. Hoje, a China disputa com os Estados Unidos a supremacia econômica no mundo, expandiu seus negócios por todos continentes e se tornou competitiva. 

  Ou seja, falando de veiculos e outros complementos desse setor, tem força e tecnologia para competir. E daqui a 20 anos certamente estará no mercado com as inovações em carros voadores e aeroportos nas cidades para abrigar esses veiculos.

  Jerônimo, portanto, marcou um gol de placa. Pode ter tido alguma ajuda do governo federal, imperceptível, mas, o mérito de trazer o projeto BYD para a Bahia é seu e óbvio que se beneficiará disso porque se trata de um projeto com uma capilaridade enorme, na geração de empregos, em tecnologia, em cultura, etc, e é só vocês de lembrarem da Ford na primeira década de 2010 que até no Carnaval entrou pesado bancando a Fobica de Armandinho, um baita trio e não mais a fobica dos anos 1950.

  No ano passado passei uma temporada em Paris e verifiquei e fiz matérias para este site mostrando que a capital francesa já tinha naquela época 750 postos de abastecimentos de veiculos elétricos na cidade onde as pessoas paravam seus carros e plugavam em locais de recarga das baterias. 

  Veja que Salvador, hoje, não tem nenhum desses postos nem lojas vendendo carros elétricos, nem vendendo baterias, implementos, etc. Vê-se, pois, o que vem por ai e tudo isso gera negócios e para Jerônimo gera informações, presença, num processo que dura vários anos desde a abertura das fábricas (e até antes), em novos lançamentos, etc, etc.

  É um moto contínuo que César Borges, no inicio da década, se beneficiou bastante; e que Jerônimo vai se beneficar e muito. Por isso mesmo, afirmo que, a rigor, seu governo começa hoje e há algo concreto, visivel a se divulgar e não o "chegou chegando" que passou batido.

  Veja alguns dados complementares do que falo: A montadora vai investir R$ 3 bilhões para instalar três fábricas na Bahia e deverá gerar mais de 5.000 empregos diretos e indiretos; as unidades irão produzir chassis de ônibus, caminhões elétricos, veículos de passeio elétricos e híbridos, e processar lítio e ferro fosfato; a expectativa é iniciar a produção no segundo semestre de 2024; As tratativas para a chegada da montadora na Bahia foram iniciadas em 2022, com a assinatura de um protocolo de intenções entre a BYD e o Governo do Estado; em abril deste ano, o governador Jerônimo Rodrigues também visitou as unidades industriais da BYD nas cidades de Hangzhou e Shenzhen, na China.

  O complexo de Camaçari, a 50km de Salvador, será composto por três células fabris. Uma unidade dedicada à produção de caminhões elétricos e chassis para ônibus, com possibilidade de abastecer o mercado das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A outra fábrica será dedicada à produção de automóveis híbridos e elétricos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano. Nas fases seguintes, a capacidade poderá ser ampliada para chegar até 300 mil unidades por ano.

  Já a terceira fábrica, será voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato, para atender ao mercado externo, utilizando-se da estrutura portuária existente no local. Alexandre Baldy, conselheiro da BYD, explica sobre a instalação das unidades. onal, dando prioridade a fornecedores locais.  Para a realização de obras civis, a empresa também vai priorizar a contratação de empresas estabelecidas na região.

  Estão ai alguns dados na sopa do mel do governador Jerônimo. (TF)