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Tasso Franco

MUITO PRESO AO L LULA JERÔNIMO PERDE ESPAÇO AFIRMATIVO COMO LIDER

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20/10/2022 às 12:08
  
1. Se ACM Neto vai virar o jogo ainda não se sabe, mas está coseguindo encaixar o discurso de que Jerônimo Rodrigues é despreparado para assumir as funções de governador do Estado da Bahia e isso estaria sensibilizando o eleitorado. Essa estratégia do candidato do União Brasil aliado ao fato de que os bolsonaristas estão abraçando a sua candidatura após a saída de João Roma, o candidato do PL que ficou em terceiro lugar e obteve 9% dos votos, também tem colaborado para o crescimento de sua candidatura no segundo turno que, aparentemente, parecia morta. 

2. Alguns petistas e aliados da base governista no estado já estavam comemorando a vitória antecipada de Jerônimo, porém diante das novas pesquisas e da disposição de ACM Neto em continuar percorrendo o Estado e tendo novos apoios, de grupos que até então não estavam tão simpáticos ao seu nome - mulheres, evangélicos, lideranças de grotões, etc - deu-lhe um novo ânimo, incluindo a possbilidade real de que os bolsonaristas vão votar nele temendo uma vitória do PT, tanto nacional; quanto no estado.

3. O presidente do PT no Estado, Éden Valadares, é um dos poucos que defende a personalidade Jerônimo afirmando que se trata de uma pessoa "capacitada", mas isso parece pouco uma vez que o candidato petista fugindo dos debates no segundo turno e nas entrevistas que deu nas emissoras de TV não saiu-se bem, com verbalizações sempre falando num governo de continuidade na Bahia e no apoio de Lula. 

4. Está muito amarrado ao L de Lula, sem ter um discurso próprio, uma vez que todo mundo já sabe que ele é o 13 dobrado, e isso tem passado ao público não petista a imagem de que, de fato, sem essa muleta fica desamparado. Ademais, hoje, ninguém tem certeza se Lula vai vencer as eleições diante da crescente polarização. E, Lula, mesmo eleito se for, não virá governar a Bahia. Quem vai sentar na cadeira e dirigir o estado é o governador.

5. Salva-o, no entanto, a estrutura do governo petista no estado há 16 anos entregando cisternas e fazendo policlínicas e hospitais, um projeto de poder bem ancaixado e que tem como slogan "Cuidar de Gente"; além das estruturas políticas dos seus aliados, em especial do PSD comandado pelo senador Otto Alencar, que tem uma base política interiorana muito forte; e dos movimentos urbanos nas grandes cidades do PCdoB e do PSB. 

6. Não fosse isso, a história seria outra, uma vez que, de fato, o candidato Jerônimo, além de não ser do ramo da política, tem carisma que se aproxima a zero. 

7. Éden garante que a base aliada do governo vai trabalhar com afinco até o dia da eleição, porém sabemos que não é bem assim. Num segundo turno com deputados já eleitos, senador eleito, a  dificuldade de mobilização é sempre maior. O que vale para Francisco (Jerônimo) também vale para Chico (Neto) o qual também tem uma dificuldade maior de mobilização, ainda que, estando mordido e mais precisando do que seu adversário, corre com maior esforço atrás da pelota. 

8. Se vai conseguir fazer o gol só dia 30 de outubro saberemos. Em política, já dizia o "velho" Luis Viana Filho, tem-se que esperar o ronco das urnas. (TF)