1. A senadora Simone Tebet (MDB) é uma topeira política e não enxergou nestas eleições seu futuro político, cujos resultados saíram em 1º turno no último domingo, 2, quando obteve 4.2% dos votos e a população colocou-a como alternativa para uma 3ª via, mais adiante, em 2026. No momento em que, após dizer com todas as letras que Lula será o Peron brasileiro, adere ao candidato petista praticamente encerra sua carreira política como candidata a presidente noutros pleitos.

  2. Ora, todo mundo sabe no meio político que o PT é um arrasa-quarteirão, um demolidor de aliados ou ao menos um controler desses aliados e não dá encosto. O que Simone, portanto, tem a ganhar com esse apoio a Lula? Absolutamente, nada. Lula eleito ela sentirá o braço do dragão petista; e se não eleito, em quaisquer dos casos, no momento em que declinou seu apoio ao petista perdeu a credibilidade junto ao seu eleitorado. Como se apresentará, em 2026, como candidata com esse carimbo nas costas de lulista? 

  3. O que Simone deveria ter feito fez sua vice candidata à presidência senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), a qual foi ao Twitter na última terça-feira (4/10) afirmar que não irá tomar lado no segundo turno da corrida eleitoral, que opõe o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). "Não dou meu voto para nenhum dos dois. Fico ao lado dos brasileiros e apoiarei o governo que defender meus ideais de país", publicou a candidata tucana.

  4. Simone, no momento em que diz ter lado e não ficaria neutra na campanha do segundo turno, erra feio, e sua posição deveria ser idêntica a de Gabrilli, ao lado dos brasileiros que não confiam nem em Bolsonaro; nem em Lula. Os 4.915.432 de eleitores que depositaram seus votos em Tebet o fizeram diante desse fato, concreto, objetivo, confiando que ela seria uma tão almejada 3ª vida. E a senadora, em tão pouco tempo, decepciona-os. 

  5. Vai pagar um preço caríssimo por essa decisão e pode até se eleger no Mato Grosso para algum cargo majoritário, mas, no Brasil, já era.

                                                    

  6. Na Bahia, noutra dimensão, tivemos um caso bem parecido com este de Simone. A deputada Lidice da Mata, em 2014, decidiu ser a 3º via na Bahia e disputou o governo do estado. Deu um tremendo azar com a morte de Eduardo Campos, o candidato do PSB a presidência, e isso a prejudicou bastante. De qualquer maneira, marcou uma posição como 3º via na política baiana e na eleição migrou no apoio a Marina Silva.

  7. A questão é que Rui Costa (PT) foi eleito governador e Dilma Soussef presidente e os aliados de Lidice buzinaram tanto nos seus ouvidos que ela aderiu ao governo Rui. Pronto: com essa decisão, segue na política, mas na condição de deputada federal e sepultou a 3ª via para sempre.

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