Veja as ponderáveis para que Roma possa se efetivar como 3ª via na disputa ao governo baiano
Essa terceira via ainda não foi exposta oficialmente e nem se sabe se ela existirá de fato. Mas, onde há fumaça, diz o ditado popular, existe fogo. E, João Roma, pelo sim; pelo não ao inaugurar CEUs - Centros Esportivos Unificados - do seu Ministério no interior da Bahia em Camaçari e em Serrinha, reuniu em torno dos eventos dezenas de prefeitos.
Em Serrinha, contaram 22 gestores municipais. E, em Camaçari, embora o prefeito Antonio Elinaldo tinha ido ao convescote romanesco apressou-se a explicar, subsequentemente, que apoia ACM Neto (DEM) a governador.
Roma é cria de Neto. Está deputado federal graças a engrenagem político organizada por Neto na Prefeitura de Salvador onde Roma, antes mesmo disso, já era assessor de Neto no campo da informática.
Pernambucano de origem, baiano por adoção, claro que Roma teve, também, méritos próprios, na organização de sua própria candidatura a deputado federal ligando-se ao Republicanos, partido que gira na órbitra da IURD - Ingreja Universal do Reino de Deus. E, eleito foi.
Daí que, na original, ainda quando Bolsonaro era do PSL, Neto teve um encontro amigável com o presidente. E, Roma, sentiu-se à vontade, no seguir da carruagem a acompanhar a política bolsonarista, em Brasília.
Quando Neto desligou-se do bolsonarismo, onde nunca esteve de forma integral, mas, também não abjurava, Roma manteve-se no bolsonarismo e acabou sendo ministro da Cidadania, contra a vontade de Neto, ainda que determinados segmentos da política achem que não. Ainda estariam 'casados' politicamente e Neto apenas pratica um disfarce.
Mas, vê-se, hoje, que Neto está mais para alinhar-se com Ciro Gomes (PDT), do que com Bolsonaro.
Daí, então, o florescimento de uma possível terceira via na disputa ao governo da Bahia, uma vez que Roma se sentiria à vontade em ser candidato a governador alinhado com Bolsonaro, sem que Neto possa reclamar. E, ainda que reclame - caso Roma seja candidato - o momento político é outro e ele estaria quites com o ex-prefeito na sua 'fidelidade'.
A política baiana nos últimos 38 anos, desde a eleição do então carlista João Durval à governdor (1982) tem girado em torno do 'carlismo' (partidários de ACM, avô de Neto) versus as forças de oposição inicialmente agrupadas em torno do PMDB (vitória de Waldir Pires/Nilo Coelho, em 1986, ao governo da Bahia) e depois com o PT (vitória de Jaques Wsgner, em 2006), sempre nesse dualismo, havendo, em 2014, uma tentativa de Lidice da Mata (PSB) em ser uma terceira via, candidatura efetiva, mas, que foi derrotada.
Naquele 2014, Lidice adotou uma postura ousada e de interdependência entre o 'carlismo' x o 'petismo' e se alinhou ao então candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) e só não avançou mais porque Campos morreu num acidente de avião, em plena campanha, e isso dessestruturou o PSB.
Claro que Lidice tinha, mesmo com Campos vivo, pouca chances de vitória. Ainda assim, era uma candidatura emblemática (terceira via) e Lidice levou isso até o quanto pode apoiando, inclusive, Marina Silva, para presidente e não Dilma Rousseff. Depois, já com Rui governador, o PSB se realinhou com o petismo, o que, em nossa opinião foi um erro. Mas, cada qual sabe de si.
A situação de João Roma (numa possível terceira via) é diferenciada da de Lidice, uma vez que, Roma (em tese) terá o apoio de um presidente da República em candidatura à reeleição num cenário polatizado Bolsonaro x Lula.
Ou seja, Bolsonaro, com todas suas maluquices, segue competitivo, embora, na Bahia, segundo dados da última pesquisa ele não esteja nada bem. Roma, portanto, tem que avaliar todas essas ponderáveis. ACM Neto acha - já dito à imprensa - que campanha nacional não vai interferir na estadual. Há dúvidas, quanto a isso.
Portanto, por enquanto, a possível pré-candidatura de João Roma segue na base apenas da expectativa.