Colunistas / Política
Tasso Franco

OS 100 DIAS DE BRUNO REIS À FRENTE DA PREFEITURA SÓ OLHOU UM LADO (TF)

Empreendedorismo e novas tecnologias precisam entrar na alça de mira
10/04/2021 às 13:39
  Nos seus 100 primeiras dias de governo, o prefeito Bruno Reis (DEM) admitiu, ontem, que concentrou todos os esforços de sua equipe no combate a pandemia do coronavirus, no salvar vidas sem deixar que o sistema de saúde público municipal entrasse em colapso. 

  “Podemos dizer que a principal marca da gestão neste período foi evitar que pessoas morressem por falta de regulação, de atendimento. Isso aconteceu porque tivemos coragem de tomar decisões difíceis, mas no momento certo e com o objetivo maior de salvar vidas e preservar empregos, além dos investimentos na área da saúde, social e de desenvolvimento econômico”, declarou o prefeito.

  Houve, de fato, êxito da Prefeitura de Salvador, que atuou em consonância com o governo do Estado e as demais prefeituras da RMS, e essa ação conjunta foi relevante para manter o sistema de saúde operando sem presenciarmos o caos que se registra em algumas capitais e estados do Sul do país, o número de óbitos e regulações são infinitamente menores, ainda que o 'lockdown' e o toque de recolher por mais de 30 dias tenha abalado algumas estruturas nas empresas e nos prestadores de serviços menores e médios. 

   Nesse campo, a Prefeitura não preservou empregos como disse o prefeito, simplesmente porque atividades econômicas paralisadas por lonmgo tempo (se considerarmos também a paralisão da primeira onda) geram desemprego e a RMS (Salvador à frente por ser a maior cidade) tem a mais alta taxa de desemprego do país.

   Em nossa opinião, o prefeito cometeu um erro em administrar a cidade de forma espacial, multifuncional, sem dar uma devida atenção ao empreendedorismo, as novas tecnologias e a inteligência aritifical. Isso poderia ter sido realizado sem prejuizo da ação voltada à saúde até porque a Prefeitura tem estruturas montadas há algum tempo na gestão municipal e reforçadas e ampliadas nas gestões ACM Neto com o desenvolvimento de stratups e outros procedimentos.

   Há, assentados no município, essas estruturas em formação e que precisam de suportes, de incentivos, de ações politicas, e prefeito é lider desses entendimentos com as associações de classes empresariais e de serviços. Ademais, o prefeito pode delegar a um dos seus gestores (poderia ser uma missão para a vice-prefeita) essa tarefa, acompanhando as ações de perto, sem descuidar da saúde. A pandemia, da forma que está sendo conduzida no país, tende a durar ainda um bom tempo que ninguém sabe prever.

   Se o prefeito concentra sua gestão por mais tempo voltada com força prioritária para a saúde, sem dúvida é louvável e meritória, mas precisa olhar o outro lado. Veja o que aconteceu com o fechamento da Ford. O governo petista sempre colocou a inovação e a indústrialização num plano secundário, há anos que a Bahia não recebe um empreendimento de porte (salvo as eólicas) e quando aconteceu o fechamento de uma fábrica e perda de milhares de empregos é pego de calça-curtas e não sabe o que fazer.

   As gestões ACM Neto deram um razoável sopro de modernidade a Salvador (salvo o BRT que é jussárico) e Bruno deve embalar essa criança. Há, ainda, um longo caminho pela frente. O governo do Estado tem dado uma contribuição valiosa na mobilidade. Agora, seria, assim, a vez do empreenderorismo sem descuidar da pandemia.