A cada dia, a cada semana, uma nova polêmica que não leva a nada
O presidente Jair Bolsonaro elevou o tom das polêmicas inúteis no decorrer desta semana ao que tudo indica diante a denúncia criminal apresentada contra seu filho e senador Flavio Bolsonaro e da derrota de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Polêmicas que não levam a nada, chamam a atenção, distraem os incautos e ocupam uma parte da midia, até com razão, porque são declarações dadas pela autoridade máxima da Nação.
De concreto, de real e que interessa ao Brasil e sua população nada acontece. Continuamos um país repleto de problemas com uma pandemia ainda na sua primeira fase e mais de 160 mil óbitos, educação paralisada, aumento das desigualdades sociais, reformas e projetos que não andam, uma política de meio ambiente superada e um sistema político que não deseja se modernizar e vai às urnas no domingo, em primeiro turno.
Ou seja, problemas, temos demais; soluções poucas.
E o presidente ao invés de se debruçar nessas e em outras questões juntamente com sua equipe e os governadores dos estados parte para o supérfluo ou para a briga como está sendo a disputa pela vacina com o governador de São Paulo, João Dória.
No auge dessa situação o presidente sai dos seus cuidados e num discurso na terça-feira (10), em cerimônia sobre o setor de turismo, para polemizar com o futuro presidente americano Joe Biden, afirma que o Brasil precisaria de "pólvora" para fazer frente à ameaça de retaliação comercial — durante a campanha, Biden disse que isso poderia ser feito caso o desmatamento não pare na Amazônia.
O que se viu a seguir foi uma profusão de memes (até o sgt Pincel voltou à cena) e matérias na imprensa sobre o poderio militar dos EUA em relação ao Brasil e notas dizendo que o presidente havia exposto as Forças Armas sem nenhum necessidade.
Assim tem sido a agenda de Bolsonaro, dia após dia; semana após semana - e é só vocês lembrarem da citação a um possível estudo para privatização de segmentos do SUS, o Brasil que se comporta com um país de "maricas" diante do coronavirus e outras.
Enquanto isso, o Amapá enfrenta um apagão, cresce a dívida pública e as privatizações estão emperradas.
Lembrando, ainda, que há poucas semanas o lider do governo na Câmara, Ricardo Barros, disse que a Constituição Cidadã promulgada em 1988 confere direitos em excesso e prejudica a "governabilidade" sugerindo mudanças.
Até domingo, dia do pleito em primeiro turno, é provável que sejam produzidas novas "polêmicas inúteis".
Mas, é claro que esse ardil, esse marketing político fajuto está cansando a população e o presidente que manteve sua popularidade em relativa alta em função da ajuda emergencial aos pobres durante a pandemia, seu governo tenta viablizar um novo programa de transferência de renda para 2021 senão sua popularidade vai para as calendas.
Os primeiros sinalizadores do que virá pela frente as urnas vão começar a dizer no domingo, 15, e depois, dia 29, em segunda instância.