A política externa dos EUA estabelecida depois da II Grande Guerra não se modifica com a mudança do presidente
Tenho lido alguns declarações de políticos graduados baianos e outros dando conta de que a vitória de Joe Biden para presidência dos Estados Unidos foi um triunfo da democracia. Isso parece óbvio ululante. Da mesma forma, vencesse Donald Trump, seria a vitória da democracia. Os Estados Unidos são um país que preza pelo regime democrático. E, caso Trump vencesse, não seria uma vitória do comunismo ou do socialismo.
Fala-se também, e muito, de que vão haver mudanças no Brasil e no mundo com a ascensão de Biden e do partido Democrata nos EUA. Ora, já vimos esse filme em épocas anteriores, com Barack Obama e Bill Cliton e nada mudou no Brasil. A política externa dos Estados Unidos obedece uma cartilha que foi elaborada após a II Guerra Mundial e não se modificou de lá para cá governos podendo ser democratas ou republicanos.
Os EUA são um país dominador, imperialista, mantém tropas da Otan na Europa e outras tantas tropas no Oriente Médio e na Ásia diante dos seus interesses comerciais. Duvida-se que isso venha mudar com Biden porque não depende unicamente dele e sim de uma geopolítica mundial com interesses entre os integrantes do G20, em especial, a China e a Rússia, potências econômicas e militares.
Se Trump como toda sua postura arrogante não enfrentou o ditador da Coreia do Norte imagine enfrentar os demais mais fortes. Há bombas atômicas e de hidrogênio, foguetes intercontinentais por todo canto.
Há uma euforia exagerada dizendo que o próximo a cair será Jair Bolsonaro diante de sua (provável) ligação com Trump. Bobagem. Bolsonaro está caindo por sí mesmo, por não encarar uma agenda positiva para o Brasil e ficar atuando no perifério, no que não interessa diretamente a população.
Já se passaram dois anos do seu governo e ele vive patinando, a última patinada foi negar a possibilidade da compra de uma vacina contra a pandemia do coronavirus.
Então, qum está reduzindo Bolsonaro ao seu devido tamanho é ele próprio e não tem nada a ver com a política de Trump, e muito menos terá com a política externa de Biden.
O presidente do Brasil tem que acordar para a realidade de sua população, o que não está acontecendo, seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que tanto prometeu não fez ainda sequer a metade da missa anunciada.
A esquerda brasileira está eufórica com Biden. Outra grande bobagem. Tem que primeiro cuidar de si, internamente, rever conceitos, atuar de forma mais concentrada e parar de achar que os outros são idiotas.
O Brasil está sem rumo e nesse mar de incertezas a cada hora surge uma novidade. A deste final de semana é uma provável aliança entre o juiz Sérgio Moro e Luciano Huck e também se fala numa chapa no modelo kirchenista com Ciro presidente e Lula vice.
Por ai se tira os rumos da política nacional e as patinagens do presidente. Então, os EUA vão seguir com sua política de domincação econômica, tecnológica e militar e mundial e o Brasil que faça sua parte, o que não está ocorrendo, nem à direita; nem a esquerda. (TF)