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Tasso Franco

A SUCESSÃO EM SALVADOR, PESQUISA PARANÁ E PAPÉIS DE NETO E RUI

Tasso Franco comenta o andar da carruagem da sucessão na capital
04/09/2020 às 11:09
  A pesquisa do Instituto Paraná sobre a sucessão em Salvador aponta alguns indicadores valiosos faltando 12 dias para as convenções que definirão, oficialmente, quais os pré-candidatos que seguirão adiante, novas alianças se assim forem possíveis, e os papéis do prefeito ACM Neto e do governador Rui costa, no processo. 

   Bruno Reis, o pré-candidato do DEM que lidera as pesquisas está com 34.9% das intenções de votos; contra 41.5% das oposições.

   A primeira análise revela que, mantidos os nomes até agora lançados, teremos em Salvador uma eleição em dois turnos. Dificilmente, Bruno conseguirá os 50.01% dos votos já no primeiro turno porque houve uma pulverização do eleitorado na base ruista e mais Hilton Coelho (PSOL) e César Leite (bolsonarista) e o voto nesse grupo está praticamente consolidade.

   O eleitor do PSB de Lidice da Mata, por exemplo, algo em torno de quase 13%, segundo o Paraná, não muda para Bruno; nem para Leite.

   Então, é dificil, para Bruno crescer nas preliminares a um patamar superior a 40%, pode ser que no momento da eleição consiga, exatamente por essa questão. 

   Da mesma maneira, o governador Rui Costa para fazer crescer a pré-candidatura da major Denice Santiago, PT, o nome do seu colete, tem que amealhar votos no seu bloco (ainda há 4% de indecisos no total), pois, não tira votos nem de Bruno, nem de Hilton, nem de Leite. O percentual total é 100% e esse valor já está quase todo comprometido.

   Fala-se, numa possível aliança do PT com o PSB, o que acho improvável, porque o percentual de Lidice é o triplo de Denice, e certamente ela não entregará esse 'ouro' de bandeja pondo a deputada estadual Fabíola Mansur na vice de Denice. E, mesmo que o faça, não acrescentará nada na soma dos percentuais. PT + PSB daria algo em torno de 20% dos votos, mas, não tira nada de ninguém. 

   O pastor Isidório, que é um fenômeno em votos, aguarda o apoio do PSD, de Otto Alencar, mais com o objetivo de ter tempo na TV para comerciais do que de qualquer outra coisa. É muito importante para ele, que está em segundo com quase 16% das intenções de votos.

   Nesse andar da carruagem, se não não houver a aliança PT/PSB, Rui tem que andar muito na cidade com Denice pelo braço e usar a internet à exaustão para ela crescer. 

   É natural que cresça porque o governador está bem avaliado pela população da capital e se ele mostrar à população que ela é a sua candidata preferida, até porque é do PT, crescerá sem dúvidas. Mas, não pode exagerar para não deixar descontentes os outros 4: Isidório, Lidice, Olivia e Bacelar.

   Nesse aspecto, Bruno leva vantagem porque ACM Neto, também bem avaliado na capital, só tem um nome para apoiar. E, óbvio, Neto vai descarregar toda sua força política nele. 

   Há, no então, um empecilho para maior crescimento porque existe a candidatura de César Leite, da direita bolsonarista, que,cujos eleitores teoricamente votariam em Bruno, porém, agora têm nome próprio. E esse pessoal (incluindo os velhos carlistas) não gostou nem um pouco da aliança na área da saúde de ACM Neto com Rui Costa. Leite, se souber fazer uma campanha, crescerá.

   Teremos, pois, uma eleição muito difíciol. Hoje, o segundo turno seria Bruxo x Isidório. Mas, como ainda estamos em setembro e a eleição é em dezembro, tudo pode acontecer até lá. Lembrando que Neto e Rui terão papéis decisivos na eleição.