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Tasso Franco

CANDIDATURA DE RUI A PRESIDENTE ABRE A PORTA PARA OTTO GOVERNADOR (TF) Ao admitir sua cand

Ao admitir sua candidatura a presidente, em 2022, Rui abriu o debate sucessório na Bahia com mais intensidade
13/09/2019 às 19:59
  1. Causou o maior reboliço no meio político baiano a entrevista do governador Rui Costa (PT), em páginas amarelas, VEJA, admitindo a possibilidade de ser candidato a Presidência da República, em 2022. E, ademais, criticando a postura do PT, indiretamente até a Lula porque o veto a Ciro foi dado pelo ex-presidente, em ter lançado Fernando Haddad, em 2018, quando deveria ter apoiado Ciro Gomes diante da rejeição imensa ao petismo dado a debacle de Dilma Rousseff e o Petrolão.

   2. Rui tem até razão. Mas, em sendo o PT um partido que obedece cegamente a Lula, Haddad não tinha outro caminho. E Ciro, que foi rejeitado na inicial por Lula/PT deu o troco no segundo turno e ausentou-se do país e deixou Haddad a ver navios, abrindo alas para a vitória de Jair Bolsonaro. 

   3. Rui, aliás, fala de cátedra, pois, já apoiou Alice Portugal, do PCdoB, a prefeita de Salvador, na eleição de 2016 quando sentiu que o PT não tinha um nome forte na capital diante das sucessivas derrotas de Nelson Pelegrino. E, de quebra, ACM Neto estava fortíssimo para à reeleição, como de fato aconteceu com grande margem de diferença.

   4. Agora, na medida em que Rui admite ser candidato a presidente e com esse adendo a Ciro, abre-se uma perspectiva nova para o senador Otto Alencar, do PSD, cujo partido já está em campanha municipalista para 2020 de olho em 2022, esperando o apoio de Rui a possibilidade do seu nome ser emplacado como candidato a governador da frente ampla comandada pelo PT. 

   5. E, também, abre-se a vaga para a candidatura ao Senado que seria ocupada por Rui, na hipótese dele disputar a Presidência. Vai ser outra 'guerra' na ocupação desse espaço, sempre cativo do governador, ainda mais um chefe de Executivo bem avaliado.

   6. É um jogo de xadrez ainda inicial e que tem outras variáveis. Uma delas é o retorno de Jaques Wagner como candidato a governador, hipótese que é defendida por segmentos do PT, abertamente, embora não tenha o aval do governador nem do partido como ente. 

   7. Essa é uma linha de amadurecimento e não de confronto, pois, nem Otto deseja isso e quer sair desta aliança; nem muito menos Rui, ainda mais, agora, com o nome pré-lançado presidente. A hipótese Wagner agrada ao PSB de Lidice da Mata que foi rifada sua reeleição para o Senado, porém, emplacou o suplente de Wagner, o ex-deputado Bebeto.

   8. A hipótese Rui candidato a presidente pode também agradar ao deputado Nelson Leal (PP), presidente da Assembleia Legislativa, o qual vem fazendo um bom trabalho na Casa e, de repente, pode ser o candidato a senador no lugar de Rui, uma vez que Leão, o cacique pepista está satisfeito na vice-governadoria, a idade está avançada e com alguns problemas de saúde e não estaria em seu plano retornar a Brasília, ainda mais para uma jornada de 8 anos. 

   9. Leal trabalha o seu nome para deputado federal, mas, pode pular duas casas adiante. Seria também um bom nome a vice nas chapas Otto/Leal ou Wagner/Leal.

   10. Tem ainda uma terceira hipótese que me parece desproposital que seria Rui nem ser candidato a presidente; nem a senador e ficar no mandato até o final para garantir uma vitória do PT na Bahia provavelmente contra ACM Neto. Neste hipótese, os petistas (deputados) sugerem que o nome forte seria o de Wagner e não o de Otto. 

   11. Por enquanto é só o que podemos dizer. De toda sorte, como Rui foi quem admitiu sua candidatura a presidente o agito no meio político e as conversas tendem a se aprofundar nessas direções. Rui abriu a porteira do debate. (PT)
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