A corrida presidencial em comentário de Tasso Franco, nosso editor
As últimas pesquisas de opinião do Banco Pactual/FSB e DataFolha revelaram que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, se mantém à frente dos demais com uma boa margem e segue crescendo em várias partes do país e agora também no Nordeste, uma espécie de curral eleitoral do PT.
Independente da facada que Bolsonaro tomou, com comoção ou sem ela, o candidato tem se apresentado como contra-ponto ao lulopetismo coisa que os outros não conseguem.
O crescimento de Ciro Gomes (PDT) deve-se, sobretudo, a sua boa performance nas explicações de temas da área econômica, o mais convincente dos candidatos, o que fez com que tomasse o segundo lugar nas intenções de votos, postos que era de Marina Silva.
Ciro está fazendo uma boa jornada, olhando o país para frente sem atacar os adversários e com posições firmes em relação a economia, ao bem estar da população. A proposta de que vai retirar 60 milhões de brasileiros do SPC pegou em cheio e agradou. Também incrementou sua imagem de Ciro ternura em vez de Cijro turrão.
A candidata Marina Silva (Rede) perdeu o brilho e o entusiasmo que despertou no eleitorado na campanha passada com uma linguagem repetitiva, claudicante na economia, e que as pessoas deixaram de acreditar nela tanto que suas intenções de votos cairam e sua rejeição aumentou.
Marina não passa a mesma confiança do passado e tem nos seus calos candidatos que apresentam campanhas mais convincentes como são os casos de Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Alvaro Dias. Diz-se que Marina vai mudar a campanha, mas, não dá mais tempo.
A candidata do REDE que já foi um fenômeno nas redes sociais no passado também perdeu espaço para Jair Bolsonaro e Ciro Gomes que fazem campanhas mais estruturadas nesse segmento com uso da robótica. Além disso, a turma espontânea desses dois candidatos age com mais fôlego e determinação do que os adeptos de Marina.
A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) patina e cresce aquém do esperado. Mas, é importante observar que cresce e já atinge 10% das intenções de votos segundo o DataFolha. Agora, sair desse patamar para um segundo digito mais alto é que são elas.
Alckmin faz uma campanha confusa, errada, batendo no lider Bolsonaro, o que representa uma perda de tempo uma vez que o eleitor de Bolsonaro é um fanático e não muda de candidato. Depois, na parte propositiva suas falas não convencem o eleitorado, ou convencem menos do que as falas de Ciro.
Ademais, sempre faltou a Alckmin um marketing anterior do seu governo de SP, que foi bom, para que os eleitores do Brasil conhecessem. Nunca fez esse marketing e agora as pessoas não acreditam que reduziu a criminalidade em SP, que construiu 15 hospitais, etc, etc, coisas que deveria ter divulgado antes.
O candidato Fernando Haddad, do PT, o qual deverá ser anunciado hoje e já tem 9% é a sombra de Lula, o espectro, e vai crescer uma vez que Lula tinha 39% das intenções de votos e os petistas e aliados votam no 13 independente de quem for o 'poste'.
Nessse andar da carruagem passando de 6% para 9% entre as duas últimas pesquisas é provável que na próxima ultrapasse Marina e cole em Ciro. Na reta final com a polarização pode dar Bolsonaro x Ciro.
Os demais candidatos têm pontuações baixas e não vão crescer diante da atual polarização da campanha: Alvaro Dias (Podemos) com 3%; Henrique Meireles (MDB) com 3%; e Amoedo (Partido Novo) com 3%.
Serão figurantes e ninguém (nem eles) controlarão seus eleitorados no segundo turno. Os adeptos de Bolsonaro acham que ele vence o pleito no primeiro turno, o que parece improvável diante de tantos candidatos e da estratificação dos votos. Mas, pode ser que no final de setembro surja a onda do voto útil e tudo pode acontecer. (TF)