Impeachment está previsto na Constituição mas Dilma e o PT falam em golpe de estado
1. Há uma diferença fundamental entre o impeachment que apeou o então presidente Fernando Collor do poder (29 de setembro de 1992) e o impeachment que está sendo proposto para afastar a presidente Dilma Rousseff: Collor não tinha apoio popular, das ruas. Dilma tem.
2. O que o Brasil assistiu na última sexta-feira, 18, mesmo com as mortadelas e os ônibus colocados à disposição da população por parte de centrais sindicais e movimentos sociais bancados pelo governo, houve muita gente e até Salvador, sempre timida nesses momentos teve mais de 20.000 pessoas nas ruas.
3. Desde que a presidente Dilma assumiu o governo essa foi a maior manifestação em apoio ao seu governo e aconteceram passeatas em 25 estados. O que significa dizer, salvo os exageros que se fazem da quantidade de pessoas, houve muita gente e disposta, aguerrida, sendo o maior evento em São Paulo com a presença de Lula, o qual se apresentou novamente com a caracteristica inicial de suas campanhas, ainda da época do Duda Mendonaça, "Lula paz e amor".
4. Acontece que os tempos agora também são outros e Lula, bom presidente, meteu os pés pelas mãos, lambuzou-se com empresários e ajudas de toda natureza, o que está sendo investigado pela Operação Lava Jato, agride e xinga todo mundo que não atende seus objetivos e esse "Lula paz e amor" não cola mais. Ninguém acredita. Salvo os petistas que até o defendem, entre as mulheres, entendendo que o "grelo duro" não é ofensivo. A cegueira desse pessoal é absoluta. E aí não adianta questionar: Lula é Deus e pronto.
5. Veja o que diz o deputado federal Waldenor Pereira (PT), ex-lider do governo Wagner na Assembleia, sobre a oposição: “Eles querem acabar com o Bolsa Família, eles querem acabar com o PRONAF, eles querem acabar com o FIES, eles querem acabar com todos os programas com transferência de renda que progressivamente vem melhorando a qualidade de vida do nosso povo. O que está incomodando essa elite, essa burguesia brasileira é a distribuição de renda”, afirmou no plenário da Câmara.
6. Será que Waldenor não vê que Lula agora é burguês, que Wagner mora no corredor da Vitória, que Zé Duirceu está rico ainda que preso, que houve uma mudança de comprtamento dos petistas e a esperança de uma politica decente, pregada por Lula que dizia haver "300 picaretas" no Congresso, desapareceu de cena?
7. Ora, ninguém está discutindo essas questões, mas, esse é o discurso petista, a base de sustentação de apelos mentirosos e que já funcinou em outras campanhas. Mas o brasileiro não é trouxa. Cansou de ser enganado.
8. Outra diferença entre o impeachment de Collor e o processo de impeachment de Dilma é exatamente sobre o que está exposto na Operação Lava Jato, o maior escândalo da história do Brasil, e que a presidente é aponta não como beneficiária direta de recursos, mas, de ser conivente com os desmandos, de ter permitido o que aconteceu desde a compra da Refinaria de Passadena até o desmonte da Petrobras.
9. Na audiência pública realizada semana passada na Assembleia Legislativa da Bahia sobre o fim da exploração dos campos terrestres sindicalistas do Sindipetro levaram uma faixa com Dilma caracterizado de tucano por ter apoio o projeto José Serra, sobre a exploração do pré-sal.
10. Então, se Dilma tem apoio popular que Collor não teve, o escândalo do seu governo é bem mais do que o acontecido na época de Collor/PC Farias.
11. Outra questão a ser abordada é que o PT e PCdoB tratam o impeachment como se fosse um golpe, desvirtuando o que está na Constituição. Golpe foi o que aconteceu em 31 de março de 1964: os militares das Forças Armadas invadiram Brasília e destituiram João Goulart que foi parar no exílio. Que se saiba não há militares em marcha para Brasilia.
12. O impeachment - e o PT conhece porque atuou contra Collor em 1992 - hoje, seu aliado, é um fundamento legal que está na Constituição e tem o apoio da OAB e de outros segmentos da socidade.