Colunistas / Política
Tasso Franco

DENÚNCIA do Instituto Brasil em VEJA pôs campanha de Rui na defensiva

É o que está acontecendo, Rui acuado
24/09/2014 às 10:22
1. As denúncias publicadas em Veja sobre prováveis desvios de recursos por políticos do PT da Bahia, de acordo com o depoimento de Dalva Sele, ex-presidente da ONG Instituto Brasil, colocaram a campanha de Rui Costa, candidato a governador pelo PT e apontado por Dalva como beneficiário do esquema, já apelidado pela oposição como "Mensalinho Baiano", na defensiva. 

   2. Nessas últimas 72 horas, desde que a notícia foi veiculada por Veja/impressa e na edição on-line, os petistas não fazem outra coisa a não ser responderem que são inocentes e nada têm a ver com o Instituto Brasil.

   3. Luiz Viana Filho, o qual foi governador da Bahia e senador, dizia com sua saberia franco-barranqueira, que, na política, tudo que se tem de explicar sobre algum caso ou no rebate de uma denúncia, não é bom. 

   4. É o que se vê, na atualidade, diante da denúncia de Dalva: governador, candidato a governador, senador e deputados na defensiva respondendo as questões.

   5. Não se pode pré-julgar, nem inocentar. Cada qual que cuide de suas responsabilidades. No olho do furacão, Rui Costa, hoje, protocolou uma representação junto a Polícia Federal e a PGE para que apresse o depoimento em juizo da acusadora (Dalva Sele), o quanto antes, e assegura com todas as letras que nada tem a ver nem com Dalva; nem com o Instituto Brasil.

   6. Na própria sucessão de Wagner houve um caso, público e notório, envolvendo a compra da Refinaria de Passadena, nos EUA, pela Petrobras quando Sérgio Gabrielli era presidente da estatal. As investigações sobre Passadena e outros fatos ocorridos na Petrobras investigados pela PF (Operação Lava Jato) estão em andamento e a cada dia desgasta mais a empresa. 

   7. Depois que Gabrielli deixou a Petrobras, Wagner o colocou como secretário de Planejamaneot do Estado, e este se lançou pré-candidato a governador da Bahia. 

   8. Ora, no meio político, salvo o segmento petista o qual estava ligado Gabrielli, ninguém acreditava nesta candidatura. Não só porque Wagner já tinha um candidato "in-pectore"; como porque, se escolhesse Gabrielli ele teria que passar a campanha se explicando sobre Passadena.

   9. E aí volta-se a frase de Luis Viana Filho dando conta de que "tudo que precisa ser explicado", mesmo sem uma culpa definitiva em cartório (processo judicial encerrado) não é bom. 

   10. Por isso mesmo, quando, recentemente, num encontro de blogueiros com o governador perguntei sobre a provável escolha de Gabrielli para ser candidato a governador e o caso Passadena, ele apenas me olhou com a cara de quem diria (mas não disse), esse não dava.

   11. Faltam 11 dias para as eleições. O caso Dalva Sele não é determinante para a campanha, pois, as paixões estão estabelecidas, Paulo Souto, Rui Costa e Lidice da Mata - os três principais concorrentes - estão com seus eleitores praticamente consolidados. 

   12. Mas, ainda assim, só o fato do PT se encontrar num final de campanha na defensiva não é nada bom.