Bater no líder querido é perda de tempo
1. SOMENTE depois da entrada de Marina Silva (PSB) em cena e já liderando as pesquisas de intenções de votos para presidente, até Caetano Veloso está apoiando-a, é que seus dois principais adversários políticos, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) acordaram para a vida e deixaram de lado o "prometódromo" (enxurrada de promessas) e os feitos que realizaram pelo Brasil e por Minas.
2. Só que Marina entrou no processo anotando três ou quatro conceitos básicos, exatamente o que a população deseja hoje dos governantes, o fim da corrupção (ou mínima corrupção), esperança, governar com os melhores e acabar com o toma-lá-dá-cá da política na administração nacional.
3. Não se pode negar os feitos do PT no Governo nem os de Aécio em Minas, mas também não se pode esconder que Dilma tem a maior rejeição entre os candidatos (36%) e faz um governo sem meritocracia, a economia capengando, a Petrobras sem corrigir os preços dos combustíveis por decisão política, o mesmo acontecendo com a energia elétrica.
4. Isso para não contar os prováveis desmandos na própria Petrobras, no Ministério dos Transportes e outros. Querer empurar todas essas questões com a barriga até após as eleições e demonizar os advesários, caracteristica inata do PT nas últimas eleições, não colam mais.
5. Como Aécio não tinha discurso para sensibilizar o eleitorado, com aquele lero-lero "de vamos conversar", hoje fica falando nas contradições de Marina. A acreana chegou sem prometer nada em obras, mas, acenando com o que chama de novo significado na politica.
6. A classe média então acolheu seu discurso e alavancou seu nome como favorita às eleições tirando essa condição da presidente Dilma, a qual à semelhança de Aécio, diz que o programa de Marina preocupa sobretudo em relação a geração de empregos.
7. Em política, quando se vira um xodó da população, e é o que está acontecendo com Marina, não adianta bater na candidata, pois, essa é uma regra básica do marketing política e da politica, quando mais se bate no preferencial, naquele (a) que é visto (a) como o inviolável, a situação de quem bate só tende a pior.
8. O ex-presidente Lula, em determinado momento de sua vida política era assim. E, de certa forma, ainda é. Nem adianta bater em Lula porque nada nele pega, mesmo hoje, avalista principal da personalidade de Dilma, "a grande gestora". Pode-se criticar Dilma, menos Lula.
9. Na Bahia, em determinada época, ACM era assim. Quando mais a oposição batia nele, mais ele crescia. Depois, no início desse século deu algumas derrapadas, deu fadiga de materiais e, aí, sim, a caixa de pancadas nele funcionou.
10. E o que pensa Marina?
11. Coisas simples: na reforma política unificação do calendário geral das eleições (proposta que o governador Wagner também defendeu no encontro com blogueiros, recentemente), com o fim da reeleição e mandato de 5 anos. Defende candidaturas avulsas de partidos, a eleição dos mais votados (acabaria a proporcionalidade) e plebiscito e referendos populares, neste caso, sem explicar como serão feitos.
12. Na economia, autonomia operacional do Banco Central e a definição de um tempo fixo para mandato do presidente. Corrigir os preços administrados da gasolina e da energia, definindo regras claras. Teve um a época no Brasil que, quando o dólar subia, a gasolina subia; quando o dólar caía, a gasolina não caía.
13. No segmento educação, acelar a implantação do Plano Nacional de Educação (PNE) que prevê destinação de 10% do PIB à educação. Priorizar a educação integral no ensino básico.
14. Trannsformar o Bolsa Familia em politica pública permanente e incluir mais 10 milhões de familias.
15. Na saúde, destinar 10% da receita corrente bruta da União para a Saúde, algo em torno de R$150 bilhões (hoje são R$109 bilhões), fortalecer o SUS com a construção de 100 novos hospitaise mais 50 novas maternidades.
16. Moradia: mais 4 milhões de moradias. Na segurança fixar metas no Pacto Nacional de Redução de Homicidios. Cidadania: aprovar projeto de lei que criminaliza a homofobia. Defender o estado laico. Defender a consolidação dos serviços de interrupção da gravidez conforme a legislação em vigor do SUS.
17. No básico, é isso aí.