Pela primeira vez na história da Assembleia
1. Quando o cortejo fúnebre entrou no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia nesta tarde de terça-feira, 3, o defundo sendo representado pela Constituição do Estado (a cabeça) e o Regimento Interno da Casa (o corpo) a Casa da Cidadania nunca antes em sua história havia presenciado cena tão forte.
2. Para os deputados da oposição, protagonistas do enterro intitulado "O Governo do PT enterra a democracia na Bahia", uma atitude de bom humor e crítica vigorosa contra o governador da Bahia e o presidente da Assembleia Legislativa; para o próprio Nilo, atitude de mau humor, "um ato de desrespeito a Casa".
3. O certo é que a oposição, constituida por 17 dos 63 deputados estaduais, se queria chamar a atenção para o que considera uma ilegalidade a eleição de Zezéu Ribeiro para uma vaga do TCE, usurpando um direito da Casa, conseguiu. E como conseguiu.
4. A base governista ficou desorteada, o presidente Marcelo Nilo também, o líder do governo, deputado Zé Neto foi impedido de falar, e os ânimos só se acalmaram quando Marcelo Nil considerando que o ato era um "Movimento Grave" contra a Casa e com base no regimento derrubou a sessão convocando uma nova para quarta-feira, 9h.
5. O ato da oposição foi bem planejado, surtiu um efeito enorme (certamente vai ter grande repercussão na midia) e os governistas, poucos na casa, ficaram sem saber como agir. Bem que Zé Neto e Rosemberg Pinto ainda tentaram. Em vão.
6. Maria Del Carmen, outra petista, tentou derrubar a sessão solicitando falta de quórum, mas, para surpresa geral, 21 deputados votaram pela manutenção da sessão, o que significa dizer que, pelo menos 6 deputados da base votaram sim, uma vez que Targino Machado (DEM) não estava presente e só havia 15 deputados da oposição.
7. Ruim para a imagem do governador Wagner e para a Casa Legislativa pois os deputados acusam ao governador e a Marcelo Nilo as manobras pra elegerem Zezéu Ribeiro. O primeiro mandando um nome para a Casa dxissociado dela, quando a vaga era da ALBA; e o segundo por ter usado seu gabinete para arregimentar deputados da base na votação de segundo turno entre Zezéu x Gaban. Gaban venceu o prmeiro turno por 28x27 votos; e Zezéu o segundo turno por 35x23 votos.
8. "Não há o que reclamar", disse o líder do governo Zé Neto, em conversa com o BJÁ. "Eles venceram o primeiro turno e não fizeram maioria simples (32 voitos) e nós vencemos o segundo e fizemos (35 votos)". Para o líder, não há "objeto" real de reclamação e sim o papel da oposição em protestar.
9. Gaban pensa diferente. Diz que Zezéu só venceu o segundo turno porque Marcelo Niulo adiou a votação em 1 hora, quando deveria ser imediata, e isso permitiu que o governo se mobilizasse. Além do que, houve pressão desmedida com ameaça aos deputados que tiveram que fazer fotos dos votos.
10. A oposição quer anular a sessão do último dia 28. O governo tem pressa e quer dar posse a Zezéu dia 6 ou dia 9, a depender do trâmite da papelada. A Assembleia já enviou seu nome ao governador e este sancionou. Nilo diz que não anulará a votação nem a sessão, pois, entende que não houve irregularidades.
11. Nesta quarta, pela manhã, o assunto segue. Evidente que, sem o caixão em plenário.