Segundo Otto, dito ontem na Câmara de Vereadores de SSA, só ele sai ganhando com essa briga
1. Essa "briga" entre o vice-governador Otto Alencar (PSD) e o presidente atual do PT, Jonas Paulo, na visão de alguns parlamentares da Assembleia Legislativa reflete, no âmago, na demarcação ideológica da disputa interna no partido entre as correntes do governador Wagner e do secretário Rui Costa, uma linha mais moderada; e os segmentos que estariam alinhados numa posição mais radical, apensos à candidatura de Emiliano José a presidência do PT visando as eleições majoritárias de 2014.
2. Nesse cenário, bombardeiam o vice-governador Otto Alencar, historicamente vinculado ao "carlismo" (de ACM), mas, não submisso até à morte, hoje um político bem próximo do governador Wagner, confiável, respeitado, tanto que está sendo apontado como candidato a senador na chapa que será conduzida pela liderança do chefe do executivo, exatamente para mostrar que existe um PT que não comunga com essa aproximação e muito menos com a de ACM Neto. Tem sentido.
3. Daí que Jonas se tornou o porta-voz desse sentimento, de que a "Era ACM" foi um horror para a Bahia nos campos politico (ditadura) e administrativo (atraso), por extensão os governos FHC desastrosos, discurso bastante manjado e muito dinfundido entre segmentos do PT e os aliados PCdoB e PSB, os quais cultuam Lula como uma espécie de "salvador da Pátria".
4. E Otto, por posto, se defende e revela que não foi bem assim, há pontos positivos nas gestões ACM, é muito bem tratado pelo governador Wagner e outras alas do PT, e vê, na atitude de Jonas "uma missa encomendada".
5. Evidente que se a corrente mais radical do PT vencer o pleito para a próxima executiva partidária, certamente Alencar vai sofrer um pouco mais, ainda que ninguém acredita que Wagner embarque nessa canoa, politico que procura sempre "juntar" e nunca "espalhar", como o próprio dia.
6. As provocações e alfinetadas de Jonas, portanto, além de tentar desestabilizar o emocional de Otto, tem representatividade junto a segmentos do PT e isso só tende a acirrar ainda mais os ânimos na disputa interna do partido na eleição do seu novo presidente regional e diretoria executiva.
7. Em comentário anterior (vide em nossa Editora de Política) dissemos que um parlamentar do PT, em conversa coo BJÁ, disse que o partido necessita, ao invés de disputas internas mais acirradas, encontrar a Unidade.
8. Essa Unidade seria de vital importância, não só para a eleição interna da direção partidária, mas, também, para a escolha do candidato a governador. Pelo visto, Jonas abriu foi mais uma frente de dissidência.