Veja nosso comentário
1. O PP através de suas duas maiores lideranças na Bahia aplicou a máxima popular de "dar uma no cravo; e outra na ferradura". Ou seja, utilizar argumentos dúbios para apoquentar a cabeça do PT, sabendo-se, desde já, que pela experiência politica do governador Wagner, as marteladas do PP são inóquas.
2. De todo mundo, quando o deputado João Leão defende o apoio a pré-candidatura do senador Walter Pinheiro (PT) a governador cria um fato novo no cenário da sucessão, até então tratada com muito discrição pelos aliados do governo.
3. Tal martelada no cravo, ementrevista A Tarde, veio amparada de uma seguinte na ferradura dada pelo deputado Mário Negromonte, o qual entende que esse processo quem vai comandar e puxar a fila é o governador Wagner. Isto é, Wagner é quem vai dizer qual dos petistas em disputa será o escolhido. O que, aliás, todo mundo no meio politico já tem conhecimento que o preferencial do governador é o secretário Rui Costa.
4. Precavido, no entanto, o governador não diz isso de público e vai construindo os caminhos para que, quando novembro chegar, o nome de Rui esteja fortalecido internamente no partido e a indicação seja respaldada mais pelo partido do que pelo governador. Em sendo assim, o governador não se atritaria com os demais "companheiros" que também pleiteam a vaga.
5. A investida de Leão não teria o menor sentido para o PT e o governador. Uma candidatura de Walter Pinheiro, eleito se for, abre a vaga para a senatória do PP com o suplente Roberto Muniz. Ora, como o PP deseja também a vice-governadoria, se essa equação for vitoriosa, os pepistas ficariam com a vice-governadoria e um senador, alterando a correlação de forças atuais, governador (PT), vice (PSD) e senadores PT, PSB e PDT.
6. Ficaria, então, governador (PT), vice (PP) e senadores PP, PSB e PSD (considerando aqui Otto Alencar como candidato ao senado) e chapa majoritária vitoriosa.
7. Vê-se, pois, que o PP ficaria muito forte, isolaria o PDT e deixaria o PT baiano sem um senador em Brasília, uma vez que Wagner, ao que tudo indica ficará até o final do seu governo para comandar o processo eleitoral e ser o coordenador da campanha de Dilma no Nordeste.
8. Daí, portanto, que as declarações de Leão podem ter feito algum alvoroço nas hostes governamentais, mas, quem conhece a postura zen do governador, no momento, em Portugal, certamente este não se abalou em nada e está a saborear algum bacalhau na Ribeira do Porto, com um Taylor de aperitivo e um Douro de complemento ao paladar.
9. Há de se dizer, com repeito ao nobre e sagaz Leão, que o tal quis comer o bacalhau do "home" antes da hora. O PP, se inteligente for, cuida de sua vaga a vice-governador e aguarda o sinal de Wagner na ante-véspera do verão baiano.