Oposições ganham fôlego com inflação em alta e Brasil parado
1. A divulgação do desempenho do PIB no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 0.6%, menos do que o anunciado pelo governo federal e esperado pelo mercado, acendeu a luz amarela no Ministério da Fazenda e novos cálculos foram feitos pelo ministro Guido Mantega, a ponto do Copom elevar a taxa de juros 0.5% atingindo 8% ao ano e o fazendário sinalizar que o país deve ter um crescimento menor do que os previstos iniciais 3.5%.
2. Portando, o ano de 2013 que estava sendo esperado como bom, com céu de brigadeiro, passa a ter turbulências e, agora, os sinais são de que o otimismo do governo federal dá lugar a discrição e re-análise de procedimentos. Mantega, adverte, no entanto, que o governo não vai criar novos pacotes de estímulos ao consumo das familias porque a capacidade de endividamento dessas pessoas está no limite e uma percentual superior a 7.5% já extrapolou.
3. Essa foi uma das estratégias utilizadas pelo governo, até a pedido do ex-presidente Lula, no sentido de estimular o consumo interno a fim de manter o país em crescimento diante da crise internacional, de 2008/2009, a qual classificou de "marolinha", a partir dos EUA, e a subsequente 2011/2012, na Europa, e que persiste até os dias atuais, embora, alguns mercados, como é o caso dos EUA tenha dado sinais de superação. E, na América Latina, o quarteto México, Colômbia, Chile e Peru com o Pacto Andino vai se saindo bem.
4. No caso brasileiro, a esperança é de que o país, a partir do segundo semestre, uma vez que os investimentos em máquinas e equipamentos permancem ativos, em alta, volte a ter um melhor desempenho, sobretudo na indústria que teve percentual negativo neste primeiro semestre (- 0.3%), componente que representa 26% do PIB. A Petrobras, também, deve sair da fase de manutenção de algumas plataformas para produção e isso pode melhorar.
5. O agronegócio foi quem salvou o país neste primeiro trimestre apesar dos gargalos históricos nos Portos de Santos e Paragnaguá e o governo conseguiu aprovar a MP que vai dar flexibilização ao desempenho desses equipamentos, ainda que isso só venha acontecer a médio e longo prazos. Na Bahia, por exemplo, o corredor FIOL/Porto Sul, uma grande obra em andamento, só deverá operar lá para 2016 em diante.
6. O que fazer para melhor o desempenho nacional é do conhecimento dos economistas, mas, o governo federal insistente em manter sua jussárica máquina estatal ineficiente, na maior parte, em andamento de tartaruga, inchada, com excesso de pessoal e pouca produtividade. Ainda assim, o governo, com as Copas das Confederações e do Mundo é responsável pelos canteiros de obras (não produtivas) em estádios e urbanismo.
7. Na Bahia, a situação é de equilibrio. O PIB avança com percentual acima do país, mas, o peso do estado baiano é pequeno no bolo nacional. Há, alguns investimentos produtivos em andamento, o mais importante deles, o Pólo Acrílico da Basf, o incipiente pólo automobilístico, com a Jac Motors (obras atrasadas) e outras obras de menor monta. O pesado, por ora, também são de investimentos governamentais, com destaque para o Metrosal linha 2 e investimentos da ordem de R$4 bilhões.
8. O que esses cenários Brasil/Bahia tem a ver com a politica? Muita coisa. Antes, Dilma que parecia imbatível e dava sinais de que, em 2013, deslancharia ainda mais com a economia a todo vapor, sente o drama da inflação e deixa escapar o controle político no Congrresso Nacional com se viu na MP dos Portos e, agora, coma decisão Renan de não aprovar a toque de caixa a redação do preço da energia.
9. Esses cenários abriram espaços para a oposição, com Aécio Neves e Eduardo Campos, e vão se mover nos estados. Na politica, diz que, quando a economia vai bem, o governo em re-eleição se dá bem; quando vai mal (ou capengando, como agora) o quadro de modifica.