O governador Wagner vai pagar seu preço na cobrança em defesa da Bahia por parte da opsição
O veto da presidente Dilma Roussef a divisão de royalties aos campos já licitados de forma mais espacial a todos os estados brasileiros, cumprindo contratos e mantendo a regra atual beneficiando os estados produtores e respeitando a Constituição, trará um complicador político à sua própria sucessão e ao projeto petista de governo, em 2014. Ainda assim, em nosso entendimento, foi a decisão mais acertada.
Dilma, com isso, acalma os ânimos dos dois mais importantes estados da federação - São Paulo e Rio de Janeiro - e a dispeito de bater de frente com o Congresso Nacional que aprovou o Projeto de Lei com a "generosidade politica da distribuição dos royalties", preservou o estado de direito e a imagem da Petrobras.
Não é um assunto fácil de ser entendido pela população e certamente muitos politicos, especialmente os da oposição, vão fazer coro contra a atitude da presidente, já havendo até uma reunião de governadores prevista para o próximo dia 4, em Brasília, captaneada pelos solicalistas Cid Gomes e Eduardo Campos, governadores do Ceará e Pernambuco, visando arregimentar forças para que o Congresso vete a decisão da presidente.
Não creio que prospere esse idéia diante da força da bancada governista. Se isso acontecer, de fato, haverá uma nova configuração politica para 2014, o PSB assumindo, uma postura de enfrentamento.
Outras ações mais degustáveis para que o processo politico ande em observação e desconfiança com Dilma serão medidas judiciais e discussões sobre a nova MP que visa, para contratos futuros em estudos, uma distribuição 100% para a educação.
Nada que anime os governadores porque essa nova conta, em tese, beneficiará o Ministério da Educação em determimento das bases regionais.
Ou seja, 100% para a educação, como SP, MG, Rio e outros estados do Sudeste estão sempre à frente do Norte e Nordeste acabam sendo os mais beneficiados lá adiante, pois, esses novos contratos deverão ser efetivados a longo prazo e nada que venha a ser resolvido agora ou nos próximos anos, os imediados 2013/2014.
E a Bahia! Como fica a Bahia?
Não fica. O governador Wagner comunha com a presidente Dilma e será voz dissonante na reunião dos governadores. Wagner não é de reclamar contra atos da presidente, mesmo que isso possa prejudicar a Bahia.
Os 10 deputados do PT que votaram pelo projeto atual, contra a espacialidade da distribuição dos royalties e os interesses baianos, devem se manter fieis a Dilma. Os senadores baianos, uma lástima. Pinheiro é lider do PT vai dizer amém. Lídice da Mata, embora ligada ao PSB e a Eduardo Campos deve tangenciar a questão. João Durval de tão discreto é apagado.
Na bancada baiana, com expressão nacional, só existe o deputado ACM Neto. Mas, este, no momento, está de muda para o palácoio Tomé de Souza e não deve se envolver nessa questão.
Fora da bancada os nomes são excassos: o prefeito JH afundou-se na incompetência. Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Lula e ligado ao PMDB de Tamer deve analisar a questão no âmbito do seu partido, observando a provável ousadia do PSB. Para o PMDB, que deseja fazer o presidente da Câmara, qualquer avanço do PSB é inconsequente, tanto na Casa Legislativa (o PSB já lançou um candidato a presidente); quanto numa ocupação de espaço na vice-presidência.
No campo intelectual e das organizações empresariais a Bahia é um zero a esquerda. Os dois mais expressivos nomes Caetano e Gil, o primeiro comunga com o Rio; e Gil está calado. Na música, nada. O pessoal está mais interessado em comprar jatinhos. Na literatura, pior. OAB, ABI, FIEB, Fecomércio, nada com expressividade. UPB é piada. No mais, uma mobilização baiana ao que aconteceu no Rio, recentemente, só no Carnaval atrás do trio elétrico.
Então, ao que tudo indica, vai prevalecer o veto de Dilma, haverá muxoxos aqui e acolá e só.
Evidente que, a minguada oposição baiana, vai cair de pau em Wagner na Assembleia Legislativa afirmando que não reage, que não defende a Bahia e coisas do gênero.
E também é evidente que o governador vai pagar seu preço, pois, vai se juntando uma critica aqui, outra adiante, e fica a impressão de que Wagner, de fato não defende a Bahia.