Um carimbo que Wagner levará para o resto de sua vida politica
1. Os rumos da greve da PM ainda estão indefinidos ainda que o movimento tenha perdido força com as prisões de lideranças da Aspra, entre elas, de Marco Prisco, e retorno de PMs a rotina em vários municípios. Em Salvador, no entanto, ainda há PMs ocupando a sede do Sindicato dos Bancários, em Assembleia permanente, uma reunião de oficiais da AOPM e interlocuções com o governo. Há entraves em relação ao pagamento da GAB, a data, e junto a credibilidade do governo.
2. Caminha-se, assim, para o fim da greve e o que poderá acontecer doravante nas relações entre a PM e os cidadãos e a PM e o governo. A PM em sí, como corporação, entidade sesquicentenária; e o governador Wagner, em sí, como patrono de um novo modelo gestão para a Bahia. Questões que serão vistas com o decorrer do temp e que não temos uma resposta de imediato.
3. Por enquanto, todos perderam e essas feridas são difíceis de serem curadas. É só lembrar da greve da PM de 2001 mais amena que a atual, ainda hoje um carimbo posto nas costas do ex-governador e ex-senador César Borges. Com Wagner, com certeza, vai acontecer a mesma coisa. Desse carimbo jamais se livrará no decorrer se sua trajetória política, o que é lamentável para um governador eleito com o objetivo de atuar dentro de um modelo adverso ao que existia na Bahia.
4. Ainda que Wagner venha a ser vitorioso em outros pleitos no plano eleitoral, a missão de governar traz esses dissabores, e faltou-lhe, como o próprio confessou, informações iniciais da dimensão do movimento. Há, pelo exposto, uma insatisfação enorme na PM como instituição a ponto de um ex-policial comandar uma rebelião dessa natureza, semtimento, aliás, que o deputado capitão Tadeu (PSB) vem falando há tempos na Assembleia.
5. A questão é que o próprio governo não tem Tadeu como seu interlocutor, ainda que o deputado seja da base, do PSB da senadora Lídice da Mata e pré-candidato a prefeito de Salvador, e passou esses últimos anos alertando para o problema falando para as paredes no plenário da ALBA e para alguns de nós, dos sites e blogs, que lhes dávamos algum espaço.
6. No episódio dessa última greve a PM tb sai abalada em sua imagem pelos atos de vandalismo e crimes praticados por policiais, a ponto do governador suspeitar e dito na TV de que alguns desses atos tenham sido suspeitos de serem praticados por PMs, o mais grave deles, extermínio de moradores de rua. Para uma instituição sesquicentenária partícipe de todas as lutas e revoltas baianas é um desserviço à sua imagem.
7. Há, como se comenta nos bastidores, um desgaste enorme do alto comando da Corporação junto ao governo do Estado. Isso certamente será acertado e conversado com o governador e não cabe a nós fazermos quaisquer tipos de especulações.
8. No plano político ainda é cedo para se fazer comentários de quem ganhou e quem perdeu, salvo no caso da Assembleia, tb como instituição, que esteve sitiada por dez dias. Caberá ao presidente Marcelo Nilo e a mesa diretora da Casa avaliar com carinho essa situação.
9. A imprensa baiana é um capítulo à parte e depois vamos comentar sobre ela. O governo jogou pesado nos órgãos que recebem as suas benesses fartas de midia, especialmente no circuito Elizabeth Ardem de TV.
10. Em termos de imagem junto à população só quem levou a melhor foi o Exército, como instituição.