Colunistas / Política
Tasso Franco

PRIMEIROS MOVIMENTOS DA SUCESSÃO EM SERRINHA

Prefeito Osni Cardoso enfrenta desgaste
26/07/2011 às 12:04
Foto: BJÁ
Prefeitura ergue dois obeliscos de granito em obra supérflua na praça J.J. Araújo
   Durante 22 anos consecutivos, entre 1983 e 2005, a política de Serrinha foi dominada por três personagens que se revezaram no poder, ora amigos; ora adversários num jogo de cena que só fez atrasar a vida política e econômica do município. Primeiro foi o durvalista Josevaldo Carneiro, ex-plinista/vianista, entre 1983/1988; depois Paulino Alexandre Santana (Popó), pedesista de André Falcão, entre 1989/1992; e depois Claudionor Ferreira da Silva (Ferreirinha), entre 1993/1996.

   Em seguida, desgates naturais da trama, retornou Popó ao poder, em 1997, quando Ferreirinha havia passado a Prefeitura para o vice-prefeito Hamilton Safira, em meados de 1996, em sufoco administrativo. Popó foi um desastre e transmitiu o poder (pelo voto direto) a Josevaldo, entre 20011/2004; e novamente Ferreirinha, entre 2005 e 2008, quando entrega a gestão a vice-prefeita Tânia Lomes, para conclusão do mandato.

   A população de Serrinha cansou. Até porque essa trinca era tão insosa, que nunca se apresentou confiável ao dono do poder baiano desse período, o ex-senador e ex-governador ACM, e viveu sempre na periferia das obras governamentais, sem conseguir grandes projetos para Serrinha. Deles, o mais eficiente ainda foi Zévaldo, o qual se aproveitou de momentos do governo João Durval e implantou a Uneb e outras projetos no município.

   Natual que, com esse baita desgaste, uma força nova que se apresentasse aos olhos da população venceria o pleito, como de fato aconteceu, em 2008, com o candidato do PT, Osni Cardoso, uma esperança que surgia para mudar os rumos da política serrinhense.

   Osni, ao contrário dos seus antecessores petistas que disputaram o pleito, em 2004, aproveitou-se do momento Lula/Wagner (Lula em segundo mandato e Wagner em primeiro) e elegeu-se prefeito, com apoio do secretário das Relações Institucionais, Rui Costa, hoje, deputado federal.

   Foi uma vibração enorme em Serrinha. Sepultava-se, assim, imaginava-se, a velha politica local, como tinha acontecido com Horiosvaldo Bispo dos Santos (Lourinho), na década de 1950, ao destronar o PSD de André e Vilalva, inserindo no contexto uma representação política nova, com gente jovem e disposta a trilhar novos rumos, com apoio de projetos do governo do Estado e do governo federal.

   E, de fato, em parte, com a ascensão de Osini isso aconteceu ainda que não da forma esperada pela comunidade. Ficou muito aquém do desejado, o prefeito se perdeu na burocracia municipal com uma equipe de qualidade duvidosa, começou a fazer gastos em obras supérfluas (agora, ergue obeliscos ao nada na praça J.J. Araújo) e enfrenta um acentuado desgaste político.

   Serrinha não tem um investimentos produtivo organizado com apoio da Prefeitura e do governo estadual e até o programa da agricultura familiar, que é a menina dos olhos de Wagner, não avança. As habitações do Minha Casa, Minha Vida até hoje estão fechadas, sem inauguração, sem passar para as pessoas da comunidade. E, o ex-cine Marajó, um projeto de centro de cultura, nunca saiu do papel.

   Diante do exposto, eis que, numa pesquisa recente de opinião pública, desponta como nome novamente competitivo à prefeito de Serrinha, Clauidionor Ferreira da Silva, o Ferreirinha, agora, ao que se sabe, já se articulando com Zévaldo, o qual tem no filho Adriano (vice-prefeito de Osni) um trunfo para disputar o pleito, em 2012.

   Uma terceira força política local é Lulu do Gás, que foi candidato a prefeito, em 2008, com votação mediana, avançou na difusão do seu nome, em 2010, como candidato a deputado estadual (mais de 5.000 votos) e volta em 2012, é o que se diz, pelo PR, com uma campanha de marketing bem organizada, projetos para a cidade bem definidos, mas, carecendo (o candidato) de empatia popular.

   Um quarto nome, também candidato derrotado em 2008, Plínio Carneiro da Silva, pai do conselheiro do TCM Plínio Carneiro Filho e ligado a Otto Alencar, deve engajar seu grupo no PSD se este partido conseguir registro. Deverá, portanto, compor com Osni, em sua candidatura à reeleição.

   A ex-vice-prefeita Tânia Lomes, hoje, no PMDB, ainda é uma indefinição, embora se diga, no município, que poderia compor com Osni.

   O certo mesmo é que, com o desgaste de Osni, administração aquém do esperado, devendo a fornecedores e desorganização administrativa, Ferreirinha se tornou, novamente, o fiel da balança eleitoral e, ao que tudo indica, se for candidato, o pleito será polarizado entre ele e Osni
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