Dilma toma atitudes mais firmes
A pesquisa DataFolha divulgada no último sábado sobre a aprovação da presidenta Dilma Rousseff, que resistiu a primeira crise política do seu governo, as estrepolias de Antonio Palocci, revela que seu desempenho ótimo/bom que era de 47% em 15 de março passou para 49%, 9/10 de junho. Houve um avanço de 4% no regular, de 34% para 38%; e uma queda no ruim e péssimo de 12% para 10%.
Ainda assim, o que lhe dá mais fôlego para enfrentar os três mosqueteiros do PT na Câmara que tentam impor nomes e condições ao seu governo, o caso Palocci foi prejudicial para Dilma, segundo 60% dos brasileiros. Um outro dado preocupante para a presidenta, ainda que a avaliação geral do seu governo não tenha sido afetada, é o fato de sua imagem de chefe da Nação decidida caiu de 79% para 62%; e um aumento do regular de 15% para 34%.
Esses números praticamente sepultam ou reduzem a percepção da população de que a presidenta tem autoridade para tocar o governo, o que se certa maneira foi abalada diante da interferência do ex-presidente Lula, a pedidos de Dilma. E isso a população percebeu provocando uma queda de 17 pontos percentuais, uma vez que ela demorou 3 semanas para resolver uma crise que poderia ser aniquilada em 24 horas, pois, o caso Palocci, de tão escandaloso, não teria outra alternativa a não ser ele deixar o governo.
A presidenta, no entanto, ouviu Lula, foi atropelada pelos fatos postos pela imprensa durante 3 semanas, e acabou promovendo uma despedida para Palocci com aplausos e manifestações de apreço. Essa, era, a troca de ministros que deveria ser interna, sombria, sem solenidade, mostrando à população sua responsabilidade de governar o país com seriedade.
Houve queda também entre os que consideram Dilma "muito inteligente", de 85% para 76%; e "sincera" de 65% para 62%. Já a imagem de sua autoridade caiu de 44% para 41%.
É provável que, diante de tais números e de uma pesquisa qualitativa que o Planalto dispõe, a presidenta tenha investido, pessoalmente, na indicação das novas ministras do seu gabinete, a senadora Gleisi Hofmann e a ex-senadora Ideli Salvatti, tentanto, dessa forma, recompor a sua imagem de presidenta que decide, que dá a última palavra.
E é também provável que a presidenta tenha tecido elogios ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na passagem dos seus 80 anos de idade, tratando-o de "acadêmico inovador" e o "presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica". E mais, que o tucano FHC "acredita no diálogo como força motriz da politica e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira", e luta por seus ideais "até hoje".
Isso dito pela presidenta do PT, partido que nunca reconheceu em FHC qualquer mérito, e Lula sequer fez qualquer gesto de simpatia ao ex-presidente tem alguma coisa que não combina. Ou foi proposital para mostar toda sua autoridade.
Por fim para completar esse ciclo de tendências novas na política brasileira, o Datafolha quis saber a influência de Lula nas decisões do governo e 77% disseram que ela existe; e quando perguntados se Lula deveria participar das decisões 64% disseram que sim; 34% que não deveria; e não sabe 2%.
Pelo visto; pois, a presidenta vai ter que usar todo seu jogo de cintura para governar no campo da política; e o campo da economia não descuidar da inflação, pois, o DataFolha aponta que a expecativa da situação econômica, no item vai melhorar, caiu de 50% para 42%; com estabilidade 37% a 37% no vai piorar.