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João Jorge, do Olodum, um bom nome que serviu apenas de "balão de ensaio"

  Só se surpreendeu com a nota da executiva do PSB lançando o nome da senadora Lídice da Mata, como candidata natural deste partido a prefeita de Salvador quem quis.

  Há alguns poucos meses, desde que a senadora começou a circular nos bairros da capital participando de reuniões, promovendo debates, fazendo encontros sobre sua bandeira principal que é o projeto "Cidade Mãe", que o BJÁ tem dito que Lidice seria candidata a prefeita de Salvador.

  Aquela história sobre João Jorge, presidente do Olodum, de que seria um bom candidato étnico e coisa e tal, durante o momento de sua filiação, era apenas um balão de ensaio para agradar a negritude, até porque Lídice sabe que JJ não tem densidade eleitoral para enfrentar uma campanha majoritária em Salvador. Agora, a nota da Executiva ainda cita JJ, Sérgio Gaudenzi e o deputado capitão Tadeu como bons nomes à Prefeitura, certamente, apenas por cortesia.

  Outro sintoma de que Lídice seria candidata a prefeita, também apontado pelo BJÁ, foi o fato de ter se reunido com o deputado Daniel Almeida, PCdoB, e o vice-prefeito Edvaldo Brito, PTB, para tratar da sucessão de Salvador num restaurante de boa visibilidade pública, sob o pano de fundo de que estariam apenas discutindo temas relacionados a Salvador.

  Na época, dissemos, como reafirmamos agora, que caso Lídice seja candidata a prefeita da capital, como de fato deixou claro a Executiva do seu partido, será um problema para as pretensões do deputado Nelson Pelegrino (PT), o qual contava, como contou Walter Pinheiro, em 2008, com o apoio do PSB, não necessariamente com Lídice na vice, mas, com apoio integral do partido.

  Com o nome de Lídice em cena, ela que está bem pontuada na pesquisa recentemente divulgada pelo BJÁ, muda bastante o quadro da sucessão em Salvador, até então, em tese, polarizada entre os nomes de ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), entrando um nome de peso, uma terceira via como foi João Henrique na última eleição, com boas chances de vitória, pois, sendo eleições em dois turnos, numa hipótese de disputa entre Lídice e ACM Neto (e isso é tudo que ela gostaria), Pelegrino e o PT terão que lhe apoiar.

  Ademais, o nome de Lídice, já em conversas com Daniel Almeida, pode sinalizar uma aliança PSB/PCdoB no primeiro turno, o que seria fatal ou pelo menos bastante prejudicial a Pelegrino, o qual perderia dois dos tradicionais aliados do PT, o PSB e o PCdoB. É um estrago e tanto se isso acontecer. 

  Argui-se, em círculos políticos, que Lídice teria um acordo com Wagner, pelo fato de receber o apoio do governador a sua candidatura ao Senado, e não lançaria seu nome como candidata a prefeita, facilitando, assim, a vida de Pelegrino, candidato já sinalizado por Wagner como o preferecial do PT. Pela experiência e tarimba política de Lídice, duvida-se de tal empreitada.

  Tanto que, aí está, a senadora Lidice candidatissima a prefeita de Salvador, em 2012.