Partido com cara de adesista
Foto: BJÁ |
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Deputados do PMBB, Alan Sanches, Ivana Bastos e Temóteo Brito na solenidade do PSD |
O lançamento das bases para o futuro Partido Socialista Democrático (PSD) que está sendo criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e teve ato político em Salvador neste domingo capitaneado pelo vice-governador Otto Alencar (PP) e tem seus passos iniciais marcados pelo viés do adesismo.
Nasceria, assim, com uma força auxiliar do PT para os governos Dilma Rousseff e Jaques Wagner, no caso caso baiano.
Este foi o tom dos prounciamentos dos petistas que estiveram no Convention Center, do Fiesta, figuras representativas como o senador Walter Pinheiro, o presidente Jonas Paulo, o secretário das Relações Institucionais, Cézar Lisboa, e o deputado federal Nelson Pelegrino.
Evidente que a aspiração do PSD é legítima e legal, mas, não confere à inspiração do prefeito de SP em dizer que o partido nasce independente.
Ora, na Bahia, todo político razoavelmente informado sabe que o PSD vai abrigar ex-carlistas sem rumo, caso dos deputados Gildásio Penedo, Fernando Torres e Paulo Magalhães, ex-carlistas que já estavam alinhados com Wagner, caso do deputado José Carlos Araújo e alguns prefeitos e lideranças do interior que seguiram Otto/Wagner na campanha de 2010, e, agora, na pré-véspera da campanha municipalista de 2012 procuram uma base governista (não petista) para disputar o pleito.
Evidente que no singrar dos mares, outras naus precisando de amparos diversos, Otto tem conseguido sensibilizar deputados de outros partidos, vereadores e lideranças (PMDB, PR, PTdoB, PDT, PP, PCdoB) para possíveis e já programadas adesões assim que o PSD for legalizado (espera-se que, em julho de 2011), casos dos deputados Alan Sanches, Ivana Bastos, Temóteo Britto, Ronaldo Carleto, Edson Pimenta, Maria Luiza Laudano, Euclides Fernandes, e da vereadora Léo Kret.
A rigor, o que esse pessoal imagina poder construir são algumas candidaturas a Prefeituras, tendo apoio de obras dos governos federal e estadual, e a marca, a simbologia do apoio de Wagner/Dilma. Sonham, ainda, com uma provável candidatura à reeleição de Otto Alencar, este que será governador entre abril e dezembro de 2014, com a desencompatibilização de Wagner para ser candidato ao Senado.
Pode até acontecer ou ser. Mas, lembrando aos incautos, o PT não dá encosto. Nunca deu e, dificilmente, Otto vai se indispor com Wagner para lançar seu nome numa aventura dessa natureza, ainda mais se Lula for o candidato a presidência da República, como tudo indica, em 2014. Outro sonho é imaginar que não haveria indisposição e sim um apoio de Wagner a Otto.
Mas, a esperança, como diria os crentes é a última que morre. E se é pra naufragar nas incertezas do dilúvio, que se navegue no PDT, ainda que alguns possam sobreviver, em 2012, e outros se afundem, em 2014.