Colunistas / Política
Tasso Franco

LULA É O GRANDE VENCEDOR DA ELEIÇÃO DILMA PRESIDENTE

O maestro da eleição
31/10/2010 às 21:12

Lula, o grande vencedor da eleição presidencial fazendo sucessor
   A vitória de Dilma é a conquista de Lula, o grande vencedor das eleições presidenciais.

   Do alto de sua popularidade com 83% de aprovação entre ótimo/bom de avaliação do seu governo, o presidente não deu a mínima para às instituições nacionais, atropelou a todos, até o PT porque fez uma escolha pessoal da manga do colete, e elegeu Dilma Rousseff, uma personalidade sem tradição histórica no PT, mas a qual caiu nas graças do presidente, dito pelo próprio que é competente e trabalhadora.

  Não fosse a soberba e o sapato alto do ambos, e também de forças do PT, teria vencido a eleição no primeiro turno.

  Mas a vida como ela é: o PT e o presidente tomaram um susto, desceram do sapato alto, foram mais humildes no segundo turno, e o PSDB que foi beneficiado com a votação enorme de Marina Silva (PV) levando o pleito para um segundo momento, não soube conquistar o eleitorado brasileiro.

  Deu-se o inverso: Serra foi quem subiu no sapato alto, ele e outros tucanos, e passaram a espinafrar Dilma além da conta.

   Mais uma vez Lula entrou em cena, realinhou o marketing da campanha na TV que começou o segundo turno capenga, perdido,  foi a campo e expôs toda sua força política, até repetindo uma expressão que ACM usava muito na Bahia em seus tempos áureos, lembrando que o eleitor teria o direito de escolher qualquer dos candidatos, mas se erasse votando em Serra pagaria caro por 4 anos e ainda desmentelaria o que construira.

  Claro que as aves de agouro apareceram logo para dizer que uma possível ascensão de Serra cheirava a um golpe como acontecera em 1964, pérola cunhada pelo governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, figura notória do pensamento do atraso.

   A eleição serviu também para sepultar outras aves de agouro que desejavam mais um mandato para Lula, ou até "ad-eternum" nos modelos das ditaduras de Cuba, Venezuela e Bolícia. Mas foi Lula quem rechaçou essa idéia e seguiu sua trajetória, sem dar ouvidos inclusive a deputados baianos e sergipanos considerados "republicanos" e "defensores dos direitos humanos" e manteve o jogo democrático de pé.

   O Brasil, hoje, mostrou sua maturidade política, ainda que o PT tenha ganho o pleito. Se o PSDB tivesse ganho, essa maturidade poderia ter outro viés. Ainda assim, não se pode dizer que foi uma "lavagem" porque Serra carimbou sua eleição com mais de 40 milhóes de votos, quase dividindo o Brasil ao meio.

   O certo, no entanto, é que teremos a partir de janeiro de 2011 uma mulher na presidência da República eleita pelo voto direto, pela vontade popular. E uma grande vitória com mais de 50 milhões de votos. 

   Dizer que a eleição teve isso e aquilo, baixo nível e alto nível, e que temas polêmicos foram abordados abaixo da linha da cintura tudo isso faz parte do processo eleitoral. Uma eleição não é um concurso de Miss que as candidatas falam de fantasias e de Monteiro Lobato e Saint- Exupéry.
 
   Registre-se, ainda, a vitória maiúscula do governador Wagner na Bahia: fez braba, cabelo e bigode. E como se diz no popular "passou tarco e arcol" nos adversários. Relegeu-se no primeiro turno, fez os dois senadores (Lídice e Pinheiro), uma enorme bancada de deputados federais e maioria folgada na Assembleia Legislativa.

   Agora, no segundo turno, pelos números preliminares deve conferir a Dilma 70% dos votos dos baianos. O PSDB da Bahia derrapou no primeiro e no segundo turno. No primeiro porque abandonou o DEM a própria sorte; e no segundo, porque sem mínima estrutura nada pode fazer.