O debate na Rede Globo entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), candidatos a presidência da República, foi sem sal e sem pimenta. Insoso. Fraco. Um candidato ignorando o outro e fazendo os telespectadores de bobos.

  Os dois candidatos foram orientados pelos marketeiros e políticos no sentido de que não cometessem erros. E esqueceram os temas prioritários da Nação, cada qual requentando propostas já apresentadas nos programas eleitorais, no automático.

   Dilma, então, com números decorados na ponta da língua não perdeu tempo para expressar feitos do governo Lula, o qual considera também seu. E, nesse aspecto, já que Serra a ignorava (e vice-versa) a candidata do PT levou a melhor.

  O candidato do PSDB num economês de fazer inveja a alunos numa sala de aula da USP. Só que isso não é Brasil. Não fala para o povo nem para o telespectador. Acha que todo mundo entende aquela linguagem.

   Perdeu inúmeros oportunidades de criticar a política do atual governo e de ser mais irônico com Dilma, em alguns momentos completamente perdida, sem foco, misturando alhos com bugalhos.

   O debate só mostrou de bom a proposta inovadora da Globo de levar pessoas de todas as matizes de diversas regiões do país fazendo perguntas práticas, de assuntos que mexem com a vida das famílias. Modelo super-interessante e que saiu do esterótipo perguntaas de jornalistas e afins, ou dos temas manjados como saúde, infra-estrutura e educação.

  Mas os candidatos se perderam nas respostas. Ninguém conseguiu ir direto ao assunto nas respostas, falar o que as pessoas queriam ouvir. Fizeram arrodeios de feitos e promessas e fizeram os participantes e telespectadores de tolos. Falam como se tivessem dando uma aula: É isso, é aquilo, vou fazer isso e aquilo.

  Uma decepção o debate.