Final emocionante nas campanhas baianas
A pesquisa DataFolha divulgada hoje à tarde pela Folha de SP on-line sobre a Bahia revela que o governador Wagner, com 48% das intenções de votos, venceria a eleição em primeiro turno se fosse hoje. Há, no entanto, o registro da queda de 5% em relação a pesquisa anterior e um avaço ou reconquista do que já era seu, por parte de Paulo Souto, que retomou a casa dos 21%; E Geddel, de sua parte, se mantém estável, porém, em curva ascendente de 11% para 12%.
É como o próprio Wagner tem dito em suas avaliações: pesquisa boa é a do dia da eleição e a militância deve ficar atenta e trabalhar incessantemente. Tem sentido. A questão é que, na próxima segunda-feira, 27, chega-se a reta final da campanha e o PT e aliados devem se preocupar com o fato de que, as curvas de tendências eleitorais se inverteram num momento crucial da jornada. Isso dá um ânimo enorme à oposição.
Esse fenômeno se dá não só na Bahia, mas também no plano nacional com Dilma caindo e Serra e Marina subindo. Atribui-se na política nacional a queda de Dilma aos episódios da Receita Federal e a saída de Erenice Guerra da Casa Civil da Presidência da República, uma pessoa muito ligada a candidata do PT. Além do que, o presidente Lula está passando uma imagem muito arrogante, de que estaria acima do bem e do mal, e tudo pode.
Na Bahia, ao que se supõe, a insistente campanha do DEM e PMDB sobre a propaganda do governo, classificada de enganosa, e as tímidas participações do governador Wagner nos debates das televisões, bombardeado de todos os lados e sem uma postura mais convicente nas suas respostas e afirmações, sempre num tom muito moderado, devem ter contribuido para o atual cenário.
Algumas pessoas com quem conversamos acham, também, que a propaganda eleitoral do PT e coligados muito centralizada no bordão "o time de Lula" estaria dando margem a interpretações por parte de segmentos da população de que o pessoal não teria opinião própria e só fala em seguir em frente. Como o seguir adiante está calcado com base nos feitos governamentais, e esses garbos estão sendo "suspeitos" por parte da oposição, reflete-se se é chegado o momento de conferir mais um mandato a Wagner.
Outro fato significativo da campanha se situa com os adversários de Wagner, sobretudo Souto e Geddel, os quais mesmo com números adversos no meio da jornada e até recentemente, não desanimaram e estão percorrendo o interior da Bahia, em igual medida ou mais até do que o candidato do PT e coligados.
Nada amedrontador. Com os números divulgados hoje Wagner ainda venceria a eleição no primeiro turno. O problema é que ainda faltam 10 dias para o pleito, a propaganda eleitoral acaba na quinta-feira, 30, e ainda haverá um debate na TV Bahia, na terça-feira, 28. A pesquisa aponta um número de 12% de indecisos. Portanto, muita gente que ainda não se decidiu.
A performance de Marina está empurando Bassuma para 2% e os debates (supõe-se) elevaram Marcos Mendes, do PSOL, para 1% das intenções de votos. Mendes tem sido muito afirmativo nos debates e não pode ser desprezado numa contabilidade final no momento do pleito.
Os números do DataFolha chegaram para apimentar a morna campanha da Bahia. Previa-se uma reta de chega emocionante para senador, o que se mantém, mas, agora, também para governador do Estado.