Está acontecendo uma situação curiosa nesta campanha em relação ao PV nacional, o desempenho de Marina Silva nas pesquisas até agora (10%), e o PV baiano, com Luiz Bassuma só conseguindo amealhar 1% das intenções de votos segundo todas as pesquisas realizadas até o momento. Era de se supor, pela mensagem do PV e a quantidade de gente que, hoje, abraça essa causa, da sustentabilidade, do mundo verde, do culto a preservação da natureza, que Bassuma tivesse um desempenho melhor.

   E por que isso não acontece? Parece-me que a razão principal é estrutural do próprio partido na Bahia com dois grupos de atuações que não se bicam, vivem às turras, e uma parte está atrelada ao PT e ao projeto de Wagner/Lula/Dilma e a outra com Marina Silva. O essencial que é a mensagem dos verdes, aquela que conduz a uma votação pelo amor à causa, se esfarrelou.

   Bassuma é ligado ao deputado Edson Duarte, candidato a senador e de fato quem manda no PV da Bahia, impôs sua condição de candidato atropelando o grupo do ex-secretário estadual Juliano Matos e do ministro Juca Ferreira, não permitiu que João Jorge presidente do Olodum fosse candidato ao Senado, e faz uma campanha com uma mensagem mais voltada para a área da educação, o seu forte, do que uma coisa plural e apreciável pelos seguidos do ambientalismo.

   O contigente populacional que gostaria de votar num "verde" se sente sem segurança, sem confiabilidade no apelo do partido na Bahia, e, embora vote em Marinha no plano nacional, no plano local está optando por outros candidatos a governador. Esse contigente é muito grande no Brasil e na Bahia tanto que Marina tem 10% das intenções de votos mesmo com aquela voz estridente e uma campanha apenas regular.

   Evidente, também, que pelo andar da carruagem Marina não terá na Bahia 10% dos votos do eleitorado, mas, ainda assim, se supõe que ficará acima do 1% reservado a Bassuma. E, não vejo, não enxergo, não vislumbro que essa situação de Bassuma melhore porque não existe uma mobilização nesse sentido, ninguém está sensibilizado, isso por mais que a pessoa queira vota no PV.

   Admite-se, nos bastidores, que o PV poderá fazer um deputado federal: ou Rose Bassuma, que é esposa do candidato a governador e herdeira dos seus votos naturais (Bassuma era deputado federal eleito pelo PT); ou Juliano Matos, ex-secretário do Meio Ambiente, filho de Filemon Matos, ex-deputado estadual e hoje conselheiro do TCE, vinculado a Wagner. Deputado estadual é provável que o PV não chegue lé.

   Essa situação do PV, com Juca Ferreira tentando se agarrar ao cargo de Ministro da Cultura no provável governo Dilma Rousseff, trará reflexos na campanha municipal de 2012, pois, este partido, não deverá impor uma condição melhor para disputar espaços municipalistas. E o campo é extremamente aberto. Gilberto Gil, que é um ícone do PV baiano desde o Onda Azul, mantém sua fidelidade ao partido, mas, aposentou-se da política.

    A verdade é que o contingente de pessoas que adota o ambientalismo, cultua o verde, é simpática a esta causa, está órfão de liderança na Bahia.
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